Na mobilização, que foi uma iniciativa da Organización Nacional de Asociaciones de Jubilados y Pensionistas del Uruguay (Onajpu), reformados e pensionistas reivindicaram o aumento das pensões, tendo em conta «a perda de qualidade de vida e de poder de compra».
Em declarações ao portal da central sindical PIT-CNT, Estela Ovelar, presidente da Onajpu, denunciou que, como consequência das políticas actuais, «muitos reformados e pensionistas não estão a conseguir comer».
«Há dois anos que estamos a perder poder de compra, já que os aumentos atribuídos em 2021 e 2022 foram abaixo do índice de preços ao consumidor», acrescentou a dirigente, explicando que a perda de rendimentos se situa nos 4%.
Na manifestação, que seguiu até à Torre Executiva, onde se encontra o presidente da República, Luis Lacalle Pou, exigiram-se soluções habitacionais para os reformados e pensionistas uruguaios, e fez-se a defesa do Sistema Nacional de Cuidados, «porque os adultos idosos precisam de ser cuidados». Neste sentido, Estela Ovelar sublinhou a defesa do trabalho do cuidador, do assistente pessoal.
Centrando as suas reivindicações na recuperação dos rendimentos face à inflação e ao aumento do custo de vida, reformados e pensionistas mobilizaram-se esta quinta-feira em Montevideu. A manifestação, promovida pela organização nacional que os reúne, Onajpu, teve lugar no centro da capital uruguaia e dirigiu-se para o Ministério da Economia e Finanças, que os reformados, tal como outras camadas da população, criticam pelas políticas de cortes que leva a efeito, nomeadamente nas despesas sociais. Sob o lema «Pelos nossos direitos e dignidade, aumento das reformas e pensões contra a carestia», os manifestantes denunciaram a actual situação económica e rejeitaram a atitude do governo de Lacalle Pou, que prometeu aumentar as pensões em 3% a partir de Agosto. No entanto, para os pensionistas esse aumento é insuficiente, tendo em conta a perda de poder de compra e os cortes já anunciados pelo executivo, refere a TeleSur. Em declarações à imprensa, o secretário-geral da Onajpu, Daniel Baldassari, recordou precisamente os dois anos consecutivos de perda de poder de compra e considerou insuficiente o aumento decretado pelo governo. Além disso, lembrou que existe uma situação de crise e que «não se pode dizer às pessoas que vão ser aumentadas dentro de três meses e meio». Há «urgências agora e fazerem-nos esperar não é levar em conta a nossa condição». Denunciou ainda que há pessoas a viver no país com pensões e reformas de sobrevivência de 390 dólares, quando certas camadas da sociedade concentram uma riqueza enorme e não perdem salário real. A plataforma reivindicativa estabelecida pela Onajpu reclama a recuperação do valor das reformas e pensões de acordo com inflação, bem como a continuidade da Operação Milagre, que permitiu ajudar mais de 100 mil uruguaios de baixos rendimentos com problemas de carácter oftalmológico, indica a Prensa Latina. Defende igualmente um plano habitacional para esta camada etária, gás a preços subvencionados e a continuidade e o alargamento do Sistema Nacional de Cuidados (programa para pessoas com mais de 65 anos). Mostra-se também contrária ao projecto do governo de reforma da Segurança Social, que pretende alterar a idade da reforma e privatizar o sistema. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Reformados e pensionistas uruguaios manifestam-se pelo aumento das pensões
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Destacando a falta de «políticas públicas para os adultos idosos» no país, a presidente da Onajpu disse ainda estar muito preocupada com o nível de pobreza – muito notória – entre esta camada da população.
Actualmente, quando os idosos vão buscar os medicamentos, «têm de escolher o que levam porque o dinheiro não é suficiente», alertou Ovelar.
«As pessoas estão a passar necessidades», disse, reafirmando que «os nossos reformados e pensionistas que recebem o mínimo não conseguem comer».
No que respeita à Operação Milagre – outro dos pontos fundamentais das reivindicações –, disse: «Queremos que se mantenham as investigações oftalmológicas nas associações de reformados. Há mais de 340 mil reformados e pensionistas que foram examinados. Se, por um lado, este sábado as houve em Montevideu, em Santa Rosa, Canelones e San Antonio, a verdade é que tinham acabado.»
No que respeita à reforma da Segurança Social, mostrou-se muito crítica, considerando que «apenas tem uma vertente economicista e não se centra nas pessoas».
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