|Colômbia

Professores colombianos protestam em todo o país «para serem ouvidos»

Há um mês em greve, os docentes agendaram para esta segunda-feira um «cacerolazo» a nível nacional, para ver «se o governo os ouve». A iniciativa insere-se numa nova semana de protestos marcados pela Fecode.

Os professores colombianos mantêm-se em luta por melhores salários e uma Educação de qualidade
Créditos / zenuradio.com

Em comunicado, a Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode) explica que o protesto ruidoso de hoje, em todo o país, visa «defender a Educação pública».

A semana de protestos prossegue amanhã à noite, com uma «marcha de tochas dos docentes», estando ainda programadas reuniões permanentes entre a federação sindical e representantes da comunidade educativa (pais e estudantes), informam a Prensa Latina e a TeleSur.

Sobre a greve, que dura há um mês, envolvendo mais de 300 mil docentes, o presidente da Fecode, Carlos Rivas, declarou à imprensa local que o protesto «não é apenas motivado por questões salariais». «Nós exigimos alimentação, transportes e infra-estruturas para proteger as crianças», disse, acrescentando que a luta «é, em suma, pela qualidade da Educação na Colômbia».

No sábado passado, o governo publicou um decreto em que garante aumentos salariais para os funcionários públicos, mas a Fecode respondeu que «a questão não é unicamente salarial» e decidiu prosseguir com a greve.

Repressão e repúdio

Na sexta-feira, milhares de professores mobilizaram-se, em Bogotá, no âmbito da Paralisação Nacional. De acordo com um comunicado de repúdio emitido pela Fecode, membros do Esquadrão Móvel Anti-distúrbios atacaram os manifestantes quando estes seguiam pela Rua 26 em direcção ao aeroporto, recorrendo a balas de borracha, bombas de atordoamento, jactos de água e gás lacrimogéneo.

A Fecode denuncia a repressão sobre uma mobilização pacífica em que seguiam «crianças, idosos e mulheres grávidas». Registaram-se vários feridos. Posteriormente, o Presidente da Câmara do Distrito Capital, Enrique Peñaloza, pediu desculpas pelos «excessos» cometidos pela Esmad – um corpo policial conhecido pela extrema repressão com que actua.

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