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Cimeira China-América Latina, para mais comércio e alianças

A XVII Cimeira Empresarial China-América Latina e Caraíbas (China-LAC), que decorreu em Manágua, centrou-se na troca de conhecimentos e na criação de alianças estratégicas com o país asiático.

O encontro em Manágua contou com a presença de 290 representantes de China e América Latina e Caraíbas CréditosYosbel Bullaín / PL

No encontro, realizado esta semana (18 e 19 de Novembro) no Centro de Convenções Olof Palme, na capital nicaraguense, mostrou-se como está a aumentar o interesse da China na colaboração económica com os países da região, consolidando-se como o seu segundo maior parceiro comercial, refere Yosbel Bullaín, correspondente da Prensa Latina no país centro-americano.

«A China desempenhou de facto um papel muito importante nas economias emergentes, procurando sempre o investimento, a cooperação cultural, social e política entre todos os países, e tornando-a uma relação vantajosa para todos», declarou à agência cubana o ministro do Comércio Nacional da Venezuela, Luis Antonio Villegas.

O ministro venezuelano destacou o reforço das relações bilaterais entre a China e os países desta região, valorizando em simultâneo o desenvolvimento da economia do gigante asiático, que, em seu entender, está na linha da frente.

Já o conselheiro presidencial da Nicarágua para o investimento e cooperação internacional, Laureano Ortega, disse que o encontro, que reuniu mais de 220 representantes de instituições e empresas chinesas e mais de 70 delegados latino-americanos e caribenhos, é um exemplo de como Pequim coopera com os povos do mundo, especialmente os desta área.

«Os povos do Sul global devem promover a cooperação mutuamente benéfica, promover o comércio e o investimento, a aproximação, o intercâmbio e a coexistência pacífica entre todos», enfatizou Ortega.

Disse ainda que promovem o trabalho com a China no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, através da qual os países do mundo desenvolvem importantes projectos de infra-estruturas que facilitam o intercâmbio económico e o comercial.

Laureano Ortega, da Nicarágua, defendeu que os povos do Sul global devem promover a cooperação mutuamente benéfica, o comércio e o investimento, a aproximação, o intercâmbio e a coexistência pacífica / PL

À reportagem da Prensa Latina, o ministro venezuelano destacou: «o crescimento dos nossos povos nesta construção de uma nova economia multipolar é imparável e somos contra os governos hegemónicos.»

Referindo-se aos benefícios dos países da América Latina e Caraíbas com as relações comerciais com Pequim, Villegas afirmou que a região mantém acordos ganhar-ganhar e tem produtos que são atractivos no mercado chinês.

América Latina e Caraíbas defendem mais cooperação

Numa cimeira, em que foram abordadas questões de interesse económico e comercial, tendo em vista o aprofundamento da cooperação com Pequim, os representantes dos países latino-americanos e caribenhos defenderam a manutenção e o reforço dos laços comerciais com a China, cujos negócios com esta zona do mundo ultrapassaram no ano passado os 500 mil milhões de dólares.

Ingrid Chaves, directora executiva da Câmara Colombiano-Chinesa de Investimento e Comércio, referiu que no seu país se cria uma base de dados com mais de 100 empresas chinesas, 40 das quais já integram a câmara e executam alguns projectos, como o metro de Bogotá.

Por seu lado, Aris González, do Conselho Mexicano de Comércio Externo, destacou a importância do fórum empresarial, acrescentando que o seu país conseguiu posicionar-se como um parceiro comercial de confiança tanto para a região como para a China.

Yang Zhen, que presidiu à cimeira, disse que a China vai continuar «a aplicar uma estratégia de abertura assente no benefício mútuo, promovendo o desenvolvimento de alta qualidade e a Iniciativa Cinturão e Rota» / PL

Dessa forma – disse – o México contribui para o crescimento regional, promovendo um ambiente de negócios favorável para todos.

Uma cimeira para a paz e o amor

Foi assim que o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, se referiu à XVII Cimeira Empresarial China-LAC, que decorreu sob o lema «Unindo forças, criando oportunidades: Novos horizontes para a China e a América Latina e Caraíbas».

Durante a cerimónia de passagem da bandeira do evento, que terá como próxima sede a cidade chinesa de Zhengzhou, o dirigente sandinista destacou que o país asiático é uma potência mundial, cujo caminho é socialista.

Ortega, que valorizou a realização do encontro, referiu-se a ele como um espaço que contribui para o combate à pobreza.

Por seu lado, o vice-presidente da Conferência Consultiva Política da China, Yang Zhen, que presidiu à cimeira, referiu na sua intervenção que o seu país sempre valorizou o desenvolvimento das relações com os países desta região para promover a cooperação Sul-Sul.

«A China continuará a aplicar uma estratégia de abertura assente no benefício mútuo, promovendo o desenvolvimento de alta qualidade e a Iniciativa Cinturão e Rota», disse Yang.

Desde 2012, a China é o segundo maior parceiro comercial dos países da América Latina e Caraíbas, enquanto esta região se tornou um importante destino dos investimentos das empresas chinesas.

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