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«Quando a juventude luta contribui para a luta anti-imperialista»

Aritz Rodríguez, presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), falou com o AbrilAbril sobre as consequências junto da juventude da crise associada à pandemia, mas também da acção e resistência que se vive no mundo.

Aritz Rodríguez, presidente da Federação Mundial da Juventude Democrática
Créditos / AbrilAbril

O líder da FMJD esteve em Portugal por ocasião da realização do Congresso da Juventude Comunista Portuguesa (JCP), que se realizou em Vila Franca de Xira a 14 e 15 de Maio, participou em diversas iniciativas e contactou com várias instituições ligadas à juventude. Ao AbrilAbril falou do presente e das perspectivas para o futuro do planeta e da luta contra o imperialismo.

Qual a avaliação que faz a FMJD das marcas na vida da juventude de um último ano e meio marcado, a nível mundial, pela pandemia?

A primeira ideia a ter em conta é a realização da última Assembleia Geral da FMJD, em Dezembro de 2019, apenas algumas semanas antes do espoletar da pandemia. Seria de pensar que, se a assembleia ocorreu antes do início da pandemia, então toda a análise ali feita seria «velha» e inapropriada para a compreensão daquilo que se passa agora. Mas, na realidade, aquilo a que assistimos nesta pandemia corresponde à análise que então fizemos à situação da juventude, cujos problemas  se mantêm, mas que foram agravados neste quadro.

A vida da juventude decorre da lógica do sistema imperialista em que vivemos. É um sistema no qual se privatizaram os sistemas de saúde, e essa é uma das ideias debatidas na assembleia, a privatização dos serviços públicos, como a Educação, a Saúde e outros. E ficou claro que o sistema não estavam preparado para responder a uma pandemia.

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Palestinianos celebram a «vitória» do fim da agressão israelita

Em Jerusalém Oriental, na Margem Ocidental e em Gaza os palestinianos festejaram o anúncio de cessar-fogo declarado por Telavive e aceite pela resistência palestiniana, que entrou em vigor esta madrugada.

Milhares de palestinianos vieram para as ruas festejar o fim da agressão sionista à Faixa de Gaza 
Créditos / independent.co.uk

Na Faixa de Gaza cercada, submetida a intensos bombardeamentos durante 11 dias, que provocaram pelo menos 234 mortos e mais de 1700 feridos, milhares de pessoas vieram para as ruas, enquanto em Jerusalém Oriental e na Margem Ocidental ocupadas a população lançou fogo de artifício, revela a PressTV.

A Agência de Notícias do Médio Oriente (MENA) informou que o cessar-fogo «mútuo e simultâneo» entraria em vigor às 2h desta madrugada (hora da Palestina). A iniciativa, patrocinada pelo Egipto, ocorre pouco depois de o governo israelita ter informado o executivo egípcio da intenção de pôr fim à escalada de violência, segundo revelaram a cadeia Al Jazeera e meios de informação israelitas.

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Aumentam os apelos para pôr fim ao massacre em Gaza

Sobem de tom as vozes e aumentam as iniciativas, a nível internacional, para acabar com a carnificina em Gaza, quando a agressão militar israelita no enclave costeiro palestiniano entra no décimo dia.

Centenas de pessoas mobilizaram-se em solidariedade com a Palestina em Lisboa e no Porto na segunda-feira passada 
Créditos / MPPM

Os ataques perpetrados esta madrugada pela aviação e a artilharia israelita contra a Faixa de Gaza cercada provocaram pelo menos mais quatro mortos e dez feridos, refere a agência WAFA. Uma das vítimas mortais era um jornalista.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde, 219 pessoas foram mortas no enclave costeiro desde o início dos bombardeamentos israelitas, no dia 10 de Maio, incluindo 63 crianças, 36 mulheres e 16 idosos, e 1530 ficaram feridas.

A ofensiva militar israelita provocou ainda mais de 52 mil deslocados entre a população palestiniana e destrui ou danificou seriamente quase 450 edifícios no enclave, incluindo seis hospitais e nove centros de cuidados primários de saúde, informou ontem o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês).

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Agressão israelita contra Gaza entra no oitavo dia e número de vítimas aumenta

Os intensos bombardeamentos sobre o enclave palestiniano mantêm-se esta segunda-feira. O Ministério da Saúde denunciou que os ataques israelitas estão a atingir trabalhadores desse sector.

Fumo e chamas em Gaza durante um ataque aéreo israelita 
Créditos / PressTV

As forças militares israelitas lançaram fortes ataques sobre vários pontos do enclave costeiro cercado, atingindo casas, fábricas, terras agrícolas e outras infra-estruturas, causando danos materiais «massivos», revelou o correspondente da WAFA na Faixa de Gaza.

Só na parte ocidental da cidade de Gaza, foram reportados mais de 100 ataques aéreos, que atingiram vários bairros e casas, provocando vítimas entre a população civil, incluindo mulheres e crianças, refere o correspondente, sem precisar o número de mortos e feridos.

Estes ataques seguem-se aos fortes bombardeamentos de ontem, dia em que o Ministério palestiniano da Saúde em Gaza afirmou que, desde o começo da ofensiva israelita, há uma semana, 197 palestinianos foram mortos no enclave, incluindo 58 crianças e 34 mulheres, e mais de 1230 ficaram feridos. Só este domingo, afirmaram as autoridades sanitárias, os ataques provocaram a morte a 42 palestinianos, incluindo dez crianças, indica a PressTV.

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Aviação israelita bombardeia Gaza pelo terceiro dia consecutivo

Os ataques prosseguiram esta madrugada e manhã, destruindo infra-estruturas e provocando dezenas de vítimas. Na Cisjordânia, as forças israelitas prenderam mais de 40 palestinianos e mataram dois jovens.

A aviação israelita levou a cabo centenas de ataques sobre o enclave cercado de Gaza 
Créditos / Al Jazeera

O número de vítimas mortais civis dos ataques aéreos israelitas contra o enclave costeiro cercado subiu para 48, incluindo 14 crianças e três mulheres, revelou o Ministério palestiniano da Saúde numa actualização às 13h (hora local), acrescentando que 304 pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques, na segunda-feira.

De acordo com a agência WAFA, a aviação israelita levou a cabo mais de 40 ataques contra vários pontos na Faixa de Gaza esta manhã, a que se juntam outros cem antes, destruindo edifícios, fábricas e residências.

A PressTV refere que dois comandantes do Hamas foram mortos nos ataques desta manhã, em que a aviação israelita voltou a bombardear, pelo terceiro dia consecutivo, as sedes da Polícia e das forças de segurança em Gaza, bem como a Universidade Islâmica de Gaza.

O Exército israelita afirmou que os comandantes eram oficiais dos serviços de inteligência do Hamas e que os ataques eram uma resposta às «centenas de mísseis» lançados a partir de Gaza nas 24 horas anteriores, acrescentando – revela a PressTV – que se trata do seu «maior ataque desde 2014».

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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza

Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista».

Nos últimos dias, as forças israelitas entraram repetidamente no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, atacando os palestinianos com disparos, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo 
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu

Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos.

Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado.

De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera.

Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia

Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde.

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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa

O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira.

Forças israelitas atacam palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém 
Créditos / WAFA

«Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos.

Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos.

O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato.

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Ataque a mesquita deixa feridos mais de 200 palestinianos

Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia.

Israeli security forces are seen as they enter Al-Aqsa Mosque in Jerusalem, intervene Muslim worshippers with stun grenade during prayer on May 7, 2021.
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu Agency

A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão.

Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur.

Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos.

Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa.

O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra.

Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes.

Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional.

Um povo que não desiste da sua justa luta

Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita.

Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região.

Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano.

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Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho.

Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa.

Escalada antes de marcha de extremistas judaicos

Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967.

Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA.

Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos.

Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

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Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários.

No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano.

Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria.

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana».

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Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha.

A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo.

No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo.

«MPPM condena veementemente a violência sionista em Jerusalém»

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes».

O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos».

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade».

O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação».

Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República.

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Entretanto, as Brigadas al-Quds, ala militar do movimento Jihad Islâmica, anunciaram que tinham lançado esta manhã 100 rockets para as cidades israelitas de Telavive, Ashkelon, Be’er Sheva e Sderot, noticiou o Palestine Today.

Também como resposta ao bombardeamento continuado de alvos civis na Faixa de Gaza, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, do Hamas, dispararam mais de 300 mísseis, esta quarta-feira, para território israelita, informa a PressTV.

A mesma fonte revela que, desde segunda-feira à noite, na sequência da brutal intervenção das forças israelitas no complexo da Mesquita de al-Aqsa, grupos da resistência palestiniana lançaram mais de mil rockets para território israelita. As autoridades israelitas confirmaram cinco mortes como consequência destas acções.

Pelo menos cem israelitas ficaram feridos, segundo a imprensa hebraica. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que Israel é responsável pelas consequências das atrocidades na Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, cujas chamas «alastraram a Gaza», informa a PressTV.

O dirigente político disse ainda que representantes do Catar, do Egipto e das Nações Unidas tinham estado em contacto com o Hamas, apelando à calma, mas sublinhou que se Israel «quiser escalar o conflito, a resistência está pronta, se eles quiserem parar, a resistência está pronta».

Por seu lado, o ministro israelita da Defesa, Benny Gantz, avisou que «isto é apenas o princípio» dos ataques de Israel, noticia a PressTV.

Mais de 40 detenções na Cisjordânia ocupada

As forças de ocupação israelitas efectuaram raides, esta madrugada, em vários pontos da Margem Ocidental ocupada, tendo detido mais de 40 palestinianos, na sua maioria ex-presos, segundo revelou a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos.

As detenções tiveram lugar nos distritos de Hebron (al-Khalil), Nablus, Tulkarem, Tubas e Qalqilia, revela a agência WAFA.

A mesma fonte indica que dois jovens palestinianos foram mortos a tiro esta manhã por soldados israelitas. Rashid Muhammad Abu Arreh, de 16 anos, foi atingido com disparos no pescoço e no peito, e teve morte imediata, na sequência de confrontos entre residentes de Tubas e as forças de ocupação.

No campo de refugiados de Fawwar, a sul de Hebron, soldados israelitas mataram Hussein Titi, de 26 anos, durante um raide em que efectuaram detenções, noticia a WAFA.

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Numa conferência de imprensa, representantes do Ministério disseram que dois médicos foram mortos nos ataques israelitas – Ayman Abu al-Auf e Moean al-Aloul – e denunciaram que os bombardeamentos estão a atingir trabalhadores da Saúde e da ajuda humanitária

Afirmaram ainda que os ataques têm tido um «impacto devastador nas pessoas e no ambiente». «Edifícios residenciais foram destruídos, escolas, locais de culto, estradas, escritórios da imprensa, edifícios governamentais e linhas eléctricas», disse Abu al-Reesh, secretário do Ministério da Saúde.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outros funcionários israelitas afirmaram que o fim da agressão contra Gaza não está para breve, apesar dos apelos internacionais e das gigantescas manifestações de solidariedade com o povo palestiniano em vários pontos do mundo.

Conselho de Segurança travado pelos EUA

As vozes contra o massacre subiram de tom este domingo, dia em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tentou avançar com uma declaração conjunta com vista ao «cessar-fogo»; no entanto, os EUA, grande aliado de Israel e membro permanente do Conselho, bloqueou qualquer declaração nesse sentido.

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Pelo fim da agressão, acções solidárias com a Palestina em Lisboa e no Porto

A urgência de travar a agressão contra o povo palestiniano e de acabar com a impunidade de Israel e as suas reiteradas violações do direito internacional são destacadas pelas organizações promotoras.

Bombardeamento das forças israelitas sobre a Faixa de Gaza esta quinta-feira à noite 
Créditos / @HoyPalestina

«Solidariedade com a Palestina. Fim à agressão. Fim à ocupação» é o lema da iniciativa solidária que, na próxima segunda-feira, terá lugar em Lisboa (Largo do Martim Moniz) e no Porto (Praça da Palestina), às 18h.

No texto de apresentação, as organizações promotoras – CGTP-IN, Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) – afirmam que «é urgente pôr fim aos bombardeamentos israelitas de Gaza, que já provocaram largas dezenas de mortos e centenas de feridos – muitos dos quais crianças».

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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza

Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista».

Nos últimos dias, as forças israelitas entraram repetidamente no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, atacando os palestinianos com disparos, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo 
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu

Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos.

Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado.

De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera.

Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia

Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde.

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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa

O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira.

Forças israelitas atacam palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém 
Créditos / WAFA

«Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos.

Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos.

O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato.

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Ataque a mesquita deixa feridos mais de 200 palestinianos

Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia.

Israeli security forces are seen as they enter Al-Aqsa Mosque in Jerusalem, intervene Muslim worshippers with stun grenade during prayer on May 7, 2021.
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu Agency

A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão.

Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur.

Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos.

Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa.

O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra.

Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes.

Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional.

Um povo que não desiste da sua justa luta

Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita.

Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região.

Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano.

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Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho.

Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa.

Escalada antes de marcha de extremistas judaicos

Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967.

Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA.

Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos.

Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários.

No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano.

Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria.

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana».

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Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha.

A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo.

No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo.

«MPPM condena veementemente a violência sionista em Jerusalém»

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes».

O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos».

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade».

O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação».

Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República.

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No mesmo sentido, sublinham a urgência de acabar com a expulsão dos palestinianos das suas casas e terrenos, com os colonatos e a ocupação, lembrando que o povo palestiniano aguarda há décadas «a prometida criação de um Estado» e que as «promessas e as resoluções das Nações Unidas estão por cumprir» também há décadas.

«O que se passa na Palestina não é um conflito, é uma violenta ocupação, ilegal e atentatória dos direitos humanos e dos direitos nacionais do povo palestiniano», afirmam os promotores das acções solidárias, que exigem ao Governo português o abandono da sua «chocante posição de colocar em pé de igualdade agressor e agredido, opressor e oprimido», bem como a condenação de Israel «pelos seus crimes».

Intensifica-se o ataque israelita a Gaza

Os bombardeamentos sobre o enclave costeiro palestiniano cercado entraram no quinto dia. Esta sexta-feira de manhã, os militares israelitas afirmaram que tinham realizado um ataque aéreo massivo sobre o que classificaram como uma rede de túneis criada pelo Hamas.

Durante o bombardeamento, que durou aproximadamente 40 minutos – informa a PressTV –, cerca de 450 mísseis foram disparados sobre 150 alvos no Norte da Faixa de Gaza.

Aos ataques aéreos, juntou-se intenso fogo da artilharia israelita posicionada ao longo da vedação que cerca o território, alegando os militares israelitas que os alvos eram posições do Hamas.

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Aviação israelita bombardeia Gaza pelo terceiro dia consecutivo

Os ataques prosseguiram esta madrugada e manhã, destruindo infra-estruturas e provocando dezenas de vítimas. Na Cisjordânia, as forças israelitas prenderam mais de 40 palestinianos e mataram dois jovens.

A aviação israelita levou a cabo centenas de ataques sobre o enclave cercado de Gaza 
Créditos / Al Jazeera

O número de vítimas mortais civis dos ataques aéreos israelitas contra o enclave costeiro cercado subiu para 48, incluindo 14 crianças e três mulheres, revelou o Ministério palestiniano da Saúde numa actualização às 13h (hora local), acrescentando que 304 pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques, na segunda-feira.

De acordo com a agência WAFA, a aviação israelita levou a cabo mais de 40 ataques contra vários pontos na Faixa de Gaza esta manhã, a que se juntam outros cem antes, destruindo edifícios, fábricas e residências.

A PressTV refere que dois comandantes do Hamas foram mortos nos ataques desta manhã, em que a aviação israelita voltou a bombardear, pelo terceiro dia consecutivo, as sedes da Polícia e das forças de segurança em Gaza, bem como a Universidade Islâmica de Gaza.

O Exército israelita afirmou que os comandantes eram oficiais dos serviços de inteligência do Hamas e que os ataques eram uma resposta às «centenas de mísseis» lançados a partir de Gaza nas 24 horas anteriores, acrescentando – revela a PressTV – que se trata do seu «maior ataque desde 2014».

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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza

Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista».

Nos últimos dias, as forças israelitas entraram repetidamente no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, atacando os palestinianos com disparos, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo 
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu

Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos.

Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado.

De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera.

Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia

Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde.

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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa

O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira.

Forças israelitas atacam palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém 
Créditos / WAFA

«Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos.

Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos.

O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato.

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Ataque a mesquita deixa feridos mais de 200 palestinianos

Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia.

Israeli security forces are seen as they enter Al-Aqsa Mosque in Jerusalem, intervene Muslim worshippers with stun grenade during prayer on May 7, 2021.
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu Agency

A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão.

Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur.

Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos.

Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa.

O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra.

Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes.

Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional.

Um povo que não desiste da sua justa luta

Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita.

Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região.

Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano.

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Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho.

Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa.

Escalada antes de marcha de extremistas judaicos

Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967.

Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA.

Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos.

Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
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A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários.

No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano.

Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria.

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana».

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Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha.

A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo.

No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo.

«MPPM condena veementemente a violência sionista em Jerusalém»

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes».

O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos».

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
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«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade».

O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação».

Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República.

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Entretanto, as Brigadas al-Quds, ala militar do movimento Jihad Islâmica, anunciaram que tinham lançado esta manhã 100 rockets para as cidades israelitas de Telavive, Ashkelon, Be’er Sheva e Sderot, noticiou o Palestine Today.

Também como resposta ao bombardeamento continuado de alvos civis na Faixa de Gaza, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, do Hamas, dispararam mais de 300 mísseis, esta quarta-feira, para território israelita, informa a PressTV.

A mesma fonte revela que, desde segunda-feira à noite, na sequência da brutal intervenção das forças israelitas no complexo da Mesquita de al-Aqsa, grupos da resistência palestiniana lançaram mais de mil rockets para território israelita. As autoridades israelitas confirmaram cinco mortes como consequência destas acções.

Pelo menos cem israelitas ficaram feridos, segundo a imprensa hebraica. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que Israel é responsável pelas consequências das atrocidades na Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, cujas chamas «alastraram a Gaza», informa a PressTV.

O dirigente político disse ainda que representantes do Catar, do Egipto e das Nações Unidas tinham estado em contacto com o Hamas, apelando à calma, mas sublinhou que se Israel «quiser escalar o conflito, a resistência está pronta, se eles quiserem parar, a resistência está pronta».

Por seu lado, o ministro israelita da Defesa, Benny Gantz, avisou que «isto é apenas o princípio» dos ataques de Israel, noticia a PressTV.

Mais de 40 detenções na Cisjordânia ocupada

As forças de ocupação israelitas efectuaram raides, esta madrugada, em vários pontos da Margem Ocidental ocupada, tendo detido mais de 40 palestinianos, na sua maioria ex-presos, segundo revelou a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos.

As detenções tiveram lugar nos distritos de Hebron (al-Khalil), Nablus, Tulkarem, Tubas e Qalqilia, revela a agência WAFA.

A mesma fonte indica que dois jovens palestinianos foram mortos a tiro esta manhã por soldados israelitas. Rashid Muhammad Abu Arreh, de 16 anos, foi atingido com disparos no pescoço e no peito, e teve morte imediata, na sequência de confrontos entre residentes de Tubas e as forças de ocupação.

No campo de refugiados de Fawwar, a sul de Hebron, soldados israelitas mataram Hussein Titi, de 26 anos, durante um raide em que efectuaram detenções, noticia a WAFA.

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No entanto, a agência WAFA refere que diversas infra-estruturas civis foram atingidas e vários civis foram mortos, elevando para 119 o número de vítimas mortais dos ataques israelitas a Gaza, em que se incluem 31 crianças. O Ministério palestiniano da Saúde regista ainda 830 feridos, 139 dos quais crianças (informação de acordo com o despacho da WAFA às 11h07, hora local).

Entretanto, na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, continuam a registar-se ataques dos militares e colonos israelitas contra a população palestiniana. Ao meio-dia (hora local), a WAFA referia ainda a existência de dezenas de feridos pelas forças israelitas em protestos contra as agressões a Gaza e a Jerusalém.

Grupos de judeus extremistas também têm atacado, em várias cidades, a população palestiniana residente nos territórios ocupados em 1948, inclusive em suas casas.

Entretanto, os grupos da resistência palestiniana em Gaza continuam a disparar mísseis para o interior desses territórios. Já esta sexta-feira, o Hamas afirmou ter lançado pelo menos 250 rockets para Israel, como resposta ao bombardeamento incessante da Faixa de Gaza, refere a PressTV.

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Por videoconferência, o ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, afirmou que Israel está a cometer «crimes de guerra» contra o povo palestiniano, e fez um apelo ao aumento da pressão internacional para pôr fim à agressão.

A agressão israelita a Gaza segue-se aos fortes confrontos registados entre palestinianos e as forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental, durante o mês do Ramadão, depois de militares e colonos terem atacado palestinianos na Mesquita de al-Aqsa e imediações, em Jerusalém.

Ao mesmo tempo, as autoridades e forças israelitas tentavam expulsar de suas casas os habitantes do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, para ali avançar com um colonato, desencadeando também fortes protestos nos territórios ocupados e a nível internacional.

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Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde revelou igualmente que, desde 7 de Maio, as forças israelitas mataram 23 palestinianos na Margem Ocidental ocupada e um em Jerusalém. Para além disso, atingiram a tiro e feriram outros 3825 Margem Ocidental e 1011 em Jerusalém. Entretanto, a estes números já há que acrescentar as dezenas de feridos registados ontem à tarde e esta madrugada.

Desde 10 de Maio, a aviação militar israelita lançou centenas de ataques sobre a Faixa de Gaza, atingindo edifícios governamentais, residenciais, escritórios da imprensa, bancos e outro tipo de infra-estruturas civis, num território onde vivem cerca de dois milhões de pessoas submetidas a um bloqueio que dura há 12 anos e onde as infra-estruturas básicas já tinham sido fortemente danificadas noutras ofensivas israelitas.

Apelos ao fim do massacre e diplomacia

França, Egipto, Jordânia e mediadores das Nações Unidas intensificaram os esforços diplomáticos com vista a um «cessar-fogo», e prevê-se que a Assembleia Geral da ONU discuta a questão esta quinta-feira, informa a PressTV.

França propôs ainda uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) «a apelar ao cessar-fogo», e, de acordo com um comunicado ontem emitido pelo gabinete presidencial de Emmanuel Macron, a iniciativa conta com o apoio do Egipto e da Jordânia.

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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza

Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista».

Nos últimos dias, as forças israelitas entraram repetidamente no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, atacando os palestinianos com disparos, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo 
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu

Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos.

Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado.

De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera.

Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia

Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde.

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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa

O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira.

Forças israelitas atacam palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém 
Créditos / WAFA

«Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos.

Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos.

O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato.

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Ataque a mesquita deixa feridos mais de 200 palestinianos

Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia.

Israeli security forces are seen as they enter Al-Aqsa Mosque in Jerusalem, intervene Muslim worshippers with stun grenade during prayer on May 7, 2021.
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu Agency

A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão.

Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur.

Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos.

Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa.

O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra.

Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes.

Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional.

Um povo que não desiste da sua justa luta

Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita.

Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região.

Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano.

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Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho.

Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa.

Escalada antes de marcha de extremistas judaicos

Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967.

Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA.

Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos.

Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
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A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários.

No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano.

Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria.

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana».

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Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha.

A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo.

No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo.

«MPPM condena veementemente a violência sionista em Jerusalém»

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes».

O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos».

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

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O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade».

O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação».

Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República.

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Até ao momento, o CSNU foi incapaz de apresentar uma declaração sobre a Palestina, uma vez que os EUA, aliado de Israel, bloquearam as propostas já apresentadas por China, Noruega e Tunísia.

Também os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) fizeram um «apelo ao cessar-fogo», que visa «prestar todo o apoio humanitário a Gaza», mas a iniciativa não obteve unanimidade, uma vez que a Hungria não aderiu ao apelo.

Os restantes ministros, refere a PressTV, deixaram a indicação de que a UE deve tentar relançar o processo de paz, conjuntamente com a Rússia, os EUA e as Nações Unidas.

Mobilizações de apoio à Palestina

Tal como aconteceu no fim-de-semana passado em diversos pontos do mundo e, esta segunda-feira, em Lisboa e no Porto, ontem várias cidades foram palco de iniciativas solidárias com a Palestina, nomeadamente Beirute, Bagdade, Buenos Aires, Cidade do México e Santiago do Chile.

Em Nova Iorque, milhares de pessoas voltaram a mobilizar-se a favor da Palestina, desta vez nas imediações do Consulado de Israel.

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Osama Hamdan, representante do Hamas, afirmou que os grupos da resistência tinham recebido garantias da parte dos mediadores egípcios de que iriam cessar os ataques israelitas contra Gaza, e o Bairro de Sheikh Jarrah e a Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém.

Os bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza cercada, iniciados a 10 de Maio, seguiram-se a semanas de forte violência no complexo da Mesquita de al-Aqsa e no Bairro de Sheikh Jarrar, por parte de forças israelitas e colonos. As facções da resistência responderam lançando centenas de rockets para os territórios ocupados pelas forças sionistas em 1948.

Biden declara apoio a Israel

O presidente norte-americano, Joseph Biden, disse esta quinta-feira que falou com Netanyahu depois de o cessar-fogo ter sido anunciado, tendo reafirmado ao primeiro-ministro israelita o apoio total dos EUA contra a resistência palestiniana em Gaza.

O chefe de Estado também garantiu a Netanyahu que os EUA irão fornecer a Israel os mísseis necessários ao seu sistema de defesa Cúpula de Ferro (Iron Dome, em inglês), refere a PressTV.

Ao longo dos 11 dias do massacre a Gaza, os EUA reiteraram o apoio a Israel e ao «seu direito a defender-se» (em alusão aos rockets lançados pelos grupos da resistência palestiniana) e bloquearam tentativas sucessivas de aprovar uma declaração no Conselho de Segurança das Nações Unidas a apelar ao cessar-fogo.

Biden disse ainda que irá trabalhar com a Autoridade Palestiniana, que «governa» (é uma forma de dizer) na Margem Ocidental ocupada.

Crimes de guerra perpetrados por Israel não teriam lugar sem o apoio dos EUA

Em declarações à PressTV esta sexta-feira, Marjorie Cohn, comentadora política e professora emérita na Thomas Jefferson School of Law, em San Diego (Califórnia), sublinhou que as autoridades israelitas não poderiam cometer vários crimes de guerra contra os palestinianos, nomeadamente os mais recentes, na Faixa de Gaza e em Jerusalém, se não tivessem recebido carta branca dos Estados Unidos.

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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza

Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista».

Nos últimos dias, as forças israelitas entraram repetidamente no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, atacando os palestinianos com disparos, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo 
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu

Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos.

Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado.

De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera.

Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia

Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde.

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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa

O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira.

Forças israelitas atacam palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém 
Créditos / WAFA

«Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos.

Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos.

O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato.

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Ataque a mesquita deixa feridos mais de 200 palestinianos

Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia.

Israeli security forces are seen as they enter Al-Aqsa Mosque in Jerusalem, intervene Muslim worshippers with stun grenade during prayer on May 7, 2021.
CréditosMostafa Alkharouf / Anadolu Agency

A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão.

Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur.

Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos.

Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa.

O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra.

Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes.

Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional.

Um povo que não desiste da sua justa luta

Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita.

Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região.

Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano.

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Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho.

Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa.

Escalada antes de marcha de extremistas judaicos

Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967.

Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA.

Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos.

Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia.

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

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Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

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Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência.

«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico.

Dia da Terra: Israel ocupou à força mais de 85% da Palestina Histórica

Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra.

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários.

No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano.

Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria.

O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana».

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Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha.

A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo.

No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo.

«MPPM condena veementemente a violência sionista em Jerusalém»

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes».

O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos».

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ONU manifesta preocupação com expulsão de palestinianos de Sheikh Jarrah

As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Protesto contra a expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada 
Créditos / qudsnen.co

A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA.

As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão.

Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA.

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Forças israelitas carregaram sobre protesto contra despejos em Sheikh Jarrah

Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta.

Protesto contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah (imagem de arquivo) 
CréditosFaiz Abu Rmeleh / Anadolu Agency

As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos.

Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos.

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ONU alerta para aumento substancial da violência de colonos israelitas

A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU.

Colonos atiram pedras a palestinianos, na presença de tropas israelitas, em Turmusaya, a norte de Ramallah (imagem de arquivo) 
Créditos / PressTV

«Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira.

«Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação».

O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler.

De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos.

Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram.

Ataques a famílias, mulheres grávidas, crianças pequenas, idosos

Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas.

Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados.

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Colonos estão a formar células terroristas, alerta funcionário palestiniano

De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil.

Ministros israelitas devem aprovar projecto de lei da «Grande Jerusalém»
Os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada são considerados ilegais à luz do direiro internacional Créditos / ibtimes.com

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira.

Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya.

No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou.

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Palestina condena aumento de ataques israelitas na Cisjordânia ocupada

O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada.

Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo)
Colonos israelitas atacam palestinianos à pedrada na presença de forças militares israelitas (imagem de arquivo) Créditos / alwaght.com

«O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo.

O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016.

Ataque de colonos em Huwara

O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos.

Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional.

A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional».

Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel.

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«Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas.

O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas».

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Israel demoliu 89 estruturas palestinianas em 15 dias, desalojando 146 pessoas

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo)
Crianças palestinianas têm aulas ao ar livre, depois de Israel ter destruído uma escola na Margem Ocidental ocupada (imagem de arquivo) Créditos / Sputnik News

No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330.

Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA.

Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas.

Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último.

A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto.

As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter.


Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região.

Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas.

Apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia pelo reconhecimento do Estado da Palestina

Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM.

O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português.

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De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA.

Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras.

O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência.

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«Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações».

Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos.

«Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram.

Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam.

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Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq.

De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio.

Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças.

Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão.

Vários alertas este domingo, para travar a expulsão

O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia.

«A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV.

Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah.

Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro.

Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região.

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Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão.

O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou.

Forças israelitas mataram jovem de 16 anos em Nablus

Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas.

Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde.

A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe».

O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas».

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Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade».

O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação».

Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República.

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«O governo dos EUA dá a Israel 3,8 mil milhões em ajuda militar anualmente, e protege-o de forma consistente das críticas no Conselho de Segurança», afirmou.

Cohn denunciou ainda os dois pesos e duas medidas dos Estados Unidos em relação ao chamado «conflito». «Enquanto a administração Biden aponta o direito de Israel a defender-se, não diz nada sobre o dos palestinianos à sua defesa», disse 

«Na verdade, ao abrigo do direito internacional, os palestinianos têm o direito legal a resistir à ocupação israelita mas Israel, enquanto potência ocupante, não tem o direito de utilizar a força militar em sua defesa contra os territórios ocupados», frisou.

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Outra questão que analisámos é a do desemprego, que é uma situação preocupante agora no quadro da pandemia, mas que já era um problema anterior. A juventude já se encontrava numa má situação antes da Covid-19. Como é que responderam as classes dominantes à pandemia? Dois anos a cortar ainda mais nos direitos da juventude. O que ouvimos é que estamos todos numa crise e que todos temos que fazer um esforço para ultrapassar esta situação difícil. Ok, mas quem é que está a pagar a actual situação e quem é que sempre paga em situações assim? A juventude e as classes trabalhadoras.

Muitas destas questões foram debatidas na nossa última assembleia. Claro que qualquer pandemia causa sofrimento, seja na juventude, seja nos povos. Mas este sistema agrava as consequências, como acontece com o aumento da miséria. As suas dinâmicas multiplicam o sofrimento. É o que acontece nos exemplos em que assistimos a guerras, agressões e ofensivas imperialistas, e por aí fora.

Perante uma situação como esta, poderia até pensar-se que as ofensivas imperialistas parassem, para que os povos pudessem ultrapassar a pandemia. Mas se há ideia que fica clara é que o foco do sistema nunca será o de ultrapassar o problema vivido, por exemplo, pelo povo do Saara Ocidental. Marrocos violou os acordos com o Saara; a Palestina nestes dias sofre mais uma agressão do estado sionista de Israel; no que respeita ao Chipre, a Turquia age para ter mais controlo sobre o mar Mediterrâneo, mantendo a ocupação do território cipriota. E há muitos mais exemplos… Vejam-se as guerras entre estados que tentavam adquirir materiais de protecção necessários ao combate à pandemia. E agora a questão das vacinas, em que aqueles que estão, digamos, no topo da pirâmide do sistema, acumulam todas as vacinas, ao passo que os países que estão no fundo da pirâmide não têm possibilidade de as adquirir.

Como é que as organizações membros da Federação responderam à situação?

Quando discutimos com as organizações o que se passa neste contexto, uma das questões que surge é o facto de, sobretudo, serem as pessoas mais velhas a sofrerem mais com isto. Mas também se verifica, em muitos países, exemplos de lutas e organizações de base popular a responder de forma solidária à pandemia. Surgem formas de auto-organização para responder às necessidades, como seja a limpeza ou ajudar as pessoas em situação de maior risco. Há muitas experiências como estas ao nível dos bairros, e até os estudantes se organizam para ultrapassar as dificuldades que sentem por não irem à escola, e partilham notas e elementos para estudar. Também os sindicatos têm sido imprescindíveis para lutar e garantir condições de saúde, distâncias de segurança, etc. nos locais de trabalho.

« O objectivo é dividir os povos, os trabalhadores e a juventude e a pandemia é vista como um cenário perfeito para promover estas clivagens»

Esta organização também se vê no combate à muita exploração que os patrões tentaram impor com diversas estratégias, à conta da pandemia, como aconteceu com cortes nos salários e trabalho suplementar não pago. As organizações da FMJD inserem-se nestas dinâmicas organizativas, que correspondem ao melhor exemplo do que é a força dos povos. Se há coisa que se retira desta pandemia é a capacidade e a força dos povos de se organizarem para ultrapassar qualquer problema comum.

Tendo em conta a situação que se vive, por exemplo, na Palestina, na Colômbia e noutros que mencionaste, mas também olhando aos desenvolvimentos recentes nos EUA, qual é a vossa análise? Quais as vossas perspectivas para o futuro?

A primeira lição a retirar é que as classes dominantes não querem pagar a crise e querem que sejamos nós [o povo] a pagar. No que respeita à nova administração norte-americana [Joe Biden], há muitos exemplos que clarificam que a sua intenção é a de reforçar alianças imperialistas, nomeadamente com a NATO. No tempo de Donald Trump existiam algumas tensões inter-imperialistas, por exemplo com a União Europeia. Por seu turno, Joe Biden parece estar a deixar claro que quer reconstruir pontes que foram quebradas por Trump.

A acção imperialista tem consequências em todo o mundo, e na vida da juventude, como já referiste. Se quisesses dizer a um jovem o que é o imperialismo, como explicarias?

Vou dar-te um exemplo que até poderia fazer sentido para muita gente em Portugal. Poderíamos falar do imperialismo em termos conceptuais, nomeadamente do topo da pirâmide, dos EUA, da UE e da NATO, etc. Mas, no concreto, o que é que isto significa? Há pessoas que conheces que terão viajado até à Galiza, em Espanha, e lá terão provado um prato típico de polvo galego. Agora, o mais provável é não terem comido polvo galego, mas sim polvo saraui, que foi comprado por Espanha a Marrocos, que ocupa o Saara Ocidental. Mas porque é que há tantos países que não se referem a esta situação de ocupação? Porque há interesses e relações deste género. A razão é o domínio dos monopólios e, nestes casos, pode ver-se o papel que é desempenhado por cada país. Espanha nada diz, porque tem interesses económicos ligados a Marrocos. O imperialismo é, claro, mais complexo, mas este seria um bom exemplo de que há sempre interesses económicos por detrás de realidades como a ocupação marroquina do Saara Ocidental ou os bombardeamentos de Israel à Palestina.

E a FMJD tem tido iniciativas quanto ao que tem ocorrido nas diferentes situações que já referimos, como por exemplo a Palestina?

Perante estas situações dramáticas, há muito a fazer. A primeira questão parte sempre da denúncia do sofrimentos destes povos. E nesse sentido temos feito muitas declarações sobre o povo colombiano, a nova agressão de Israel sobre a Palestina, o bloqueio em Cuba, entre muitas outras. Denunciar é o primeiro passo. Mas há outras acções que são sempre necessárias e os membros da FMJD têm estado a realizar acções concretas. Quando Marrocos atacou o povo saraui, nós expressámos a nossa solidariedade, mas também queremos que se promova a discussão em cada povo, sobre o porquê das classes dominantes em cada estado nada dizerem sobre esta agressão, e, com esse silêncio, continuarem a apoiar Marrocos. Porque é que as classes dominantes ficam em silêncio? Nós denunciamos o porquê e quais os interesses que prevalecem no quadro do imperialismo, e daqueles que se encontram no topo da pirâmide. Por exemplo, quando denunciamos a agressão de Israel ao povo da Palestina, e qual a razão do posicionamento de Espanha não ser de condenação, lembramos, por exemplo, que é uma empresa basca que está a construir os caminhos de ferro em Jerusalém. Assim, Espanha e outros estados são também responsáveis pelos crimes que se cometem na Palestina, porque se posicionam na defesa dos interesses económicos e negociais dos monopólios.

E quanto ao movimento dos Festivais Mundiais da Juventude e dos Estudantes, há alguma novidade na vossa discussão sobre a próxima edição?

Queremos organizar um Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes o mais depressa possível. Todavia, a principal questão que já discutimos em sede do Conselho Geral é a necessidade de haver uma proposta de um país que pretenda acolher uma futura edição. Mas, sobretudo, perante a actual situação queremos que se realize um festival de sucesso, o que no quadro da história e tradição deste movimento, ocorre com milhares de jovens presentes. Queremos manter essa característica histórica de um grande festival, ao mesmo tempo que desejamos uma iniciativa profundamente anti-imperialista e popular. Neste quadro, temos de o realizar e preparar da melhor forma e, como é óbvio, a pandemia não é o melhor cenário, tendo em conta as restrições de mobilidade. Quando se superar esta situação a nível global saberemos quando e onde poderá realizar-se.

Uma das apostas do sistema neste contexto pandémico foi a imposição do medo, em detrimento de valores como os da solidariedade e até para limitar a luta pelos direitos. Como é que podemos ligar isto aos valores da FMJD e que presidiram à sua criação no seguimento do fim da II Guerra Mundial? Estes princípios e valores têm actualidade ou são algo do passado?

Sobre a necessidade da solidariedade dos povos, eu gostaria de citar Álvaro Cunhal, em Partido com paredes de vidro, onde diz que «em Portugal, como em muitos países capitalistas, há interesses antagónicos entre a burguesia e as classes trabalhadoras, mas entre os trabalhadores de cada país não há antagonismos, e sim interesses em comum». Esta é uma questão que se aplica aqui e agora. Vejamos o caso de milhares de migrantes que tentam chegar à Europa, o que eles procuram é melhores condições de vida. Temos de os considerar como irmãos e irmãs, porque não há nenhuma razão para lutarmos contra eles. Temos os mesmos interesses. Eles saem dos seus países porque as classes dominantes promovem ou contribuem para cenários de guerra, roubam os seus recursos, provocando pobreza e miséria. Em contrapartida, promove-se o ódio entre nós, também porque, com a pandemia, procura-se promover mais xenofobia, racismo, e até lgbtfobia e misogenismo, e todos os tipos de discriminação. O objectivo é dividir os povos, os trabalhadores e a juventude e a pandemia é vista como um cenário perfeito para promover estas clivagens.

Mas a realidade é que os povos têm as mesmas causas, ainda que os problemas concretos possam ser diferentes. O nosso inimigo é apenas um e os nossos interesses são comuns, nomeadamente quanto à ideia de podermos vir a viver numa sociedade sem qualquer tipo de exploração e opressão.

Mesmo sob grande pressão e dificuldades, a juventude portuguesa tem continuado a lutar pelos seus direitos, o que pode inspirar lutas noutros países, assim como nós aqui bebemos a resistência lá fora. Como olhas para esta realidade?

Sobre a luta da juventude em Portugal, gostaria de reconhecer o papel que a JCP, enquanto membro da federação, tem dado à luta e à FMJD, não apenas agora, mas desde há muitos anos. É uma organização muito activa na federação, esteve na sua presidência durante muitos anos, por isso a sua contribuição para luta anti-imperialista tem sido imprescindível.

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«Assassinatos de líderes sociais na Colômbia são sistemáticos»

A presidente da Associação Nacional de Zonas de Reserva Campesina (Anzorc), Carmenza Gómez Ortega, criticou esta segunda-feira a Justiça colombiana por não abrir uma investigação sobre os assassinatos dos líderes campesinos.

Os líderes sociais – camponeses, indígenas, afro-descendentes, defensores da reforma agrária, participantes na substituição voluntária de cultivos ilícitos – continuam a ser assassinados na Colômbia
Créditos / elcampesino.co

«Os assassinatos de líderes sociais na Colômbia são sistemáticos e selectivos», afirmou a dirigente agrária no programa «Paz por Lozano», ontem transmitido pela TeleSur.

No oitavo dia da paralisação nacional que diversas organizações colombianas promoveram em defesa da implementação dos acordos de paz, Gómez Ortega afirmou que, este ano, já se registaram 130 assassinatos de líderes sociais, que foram seleccionados porque participam em associações de agricultores, no processo que visa promover o cumprimento dos acordos de paz, firmados em Havana entre as FARC-EP e o governo do país, e na substituição voluntária de cultivos ilícitos.

«São dirigentes que têm vindo a participar em debates, [na elaboração de] propostas; não são casos isolados, são companheiros que fazem parte dos processos, das organizações», disse a dirigente da Anzorc, citada pela TeleSur.

Referiu ainda que os assassinatos ocorrem em lugares que foram abandonados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP), após a desmobilização, no âmbito do processo que conduziria à formação do partido político Força Revolucionária Alternativa do Comum (FARC). «Ali há outros grupos que estão a matar os líderes (...) para gerar medo e fazer com que as populações não reivindiquem os seus direitos», disse.

A dirigente campesina mostrou-se preocupada pelo facto de a Justiça colombiana não proceder a uma investigação e questionou-se sobre as razões «de o governo não se pronunciar, não prender aqueles que estão a matar os nossos dirigentes campesinos».

Sobre os acordos de paz firmados em 2016 entre o governo colombiano e as FARC-EP, Gómez Ortega disse que o governo continua a não os cumprir. «O povo está a mobilizar-se, está a exigir que sejam cumpridos, não apenas no que se refere à substituição de cultivos, mas os acordos que foram assinados, sobretudo o ponto respeitante à reforma rural integral».

Carmenza Gómez Ortega criticou ainda o facto de os programas para a substituição de cultivos, que fazem parte dos acordos de Havana, não contarem com financiamento, enquanto os da erradicação forçada o possuem.

Nos últimos dias, mais assassinatos

De acordo com a Contagio Radio, soube-se nas últimas horas que, no dia 29, um ex-combatente das FARC-EP foi morto no departamento de Putumayo. Por seu lado, no departamento de Antioquia, foi assassinado Ramón Alcides García, líder do processo de substituição de cultivos de uso ilícito no município e na região de Briceño, e membro da Marcha Patriótica.

A Contagio Radio dá ainda conta da denúncia efectuada pela FARC no passado dia 26, de acordo com a qual uma família indígena terá sido assassinada na Vereda Buena Vista, no município de Mesetas (departamento de Meta). De acordo com a denúncia, em 2017 foram assassinados 28 membros de comunidades indígenas no país andino.

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Nesta matéria, gostaria novamente de citar Álvaro Cunhal, porque ele explica bem o porquê de a luta da juventude em Portugal ser fundamental: «a luta em cada um dos nossos países é o melhor contributo que podemos dar para libertação dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo. As nossas tarefas no plano nacional e a luta internacionalista não são contraditórias e não as podemos separar». Esta é outra ideia da importância da acção da juventude portuguesa e da juventude de outros países, e de que as lutas que se desenvolvem aqui e noutros sítios são as melhores contribuições que podem ser dadas para a luta anti-imperialista.

Vejo os camaradas e o povo da Colômbia em luta contra as classes dominantes e as suas políticas anti-populares; o povo libanês em luta contra a dramática catástrofe que se deu sobre Beirute, em combate contra a pandemia e ainda contra as medidas anti-populares do seu governo; e seja na Colômbia, no Líbano, no Equador ou em qualquer outro país, quando a juventude luta essa é também a minha luta e é a luta da juventude anti-imperialista de todo o mundo. Esta é a condição de ser internacionalista. Eu sinto que estas são as minhas lutas e vou sempre apoiá-las na sua contribuição do derrube deste sistema, assim como muitas gerações antes da nossa o fizeram.

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