Na passada semana, dois grupos de defesa dos direitos civis, o Centro para os Direitos dos Utilizadores da Sociedade para os Direitos Civis e a Democracy Reporting International, apresentaram uma queixa na qual requereram dados para uma investigação sobre manipulação eleitoral.
Face a isto, o tribunal distrital de Berlim ordenou a rede social X, detida por Elon Musk, multimilionário, membro da Administração Trump e apoiante da extrema-direita alemã, a divulgar dados que permitam apurar se há propagação intencional de desinformação.
«Esperar mais tempo pelo acesso aos dados prejudicaria a investigação dos requerentes, uma vez que o período imediatamente anterior às eleições é crucial», afirmou a deliberação do tribunal, divulgada pela Reuters.
Apesar de ainda não haver uma reacção à decisão da justiça por parte da rede social X, o Centro para os Direitos dos Utilizadores da Sociedade para os Direitos Civis considera-a um «enorme sucesso para a liberdade de investigação».
Na prática, as duas organizações entendem que a rede social X tem o dever, ao abrigo da legislação europeia, de fornecer acesso a informações como o alcance, as partilhas e os gostos das publicações. Analisando essas métricas pode-se, posteriormente, concluir se a empresa de Musk está a procurar alterar a percepção pública da realidade, difundindo desinformação.
Em Janeiro, Elon Musk endereçou o seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), tendo inclusivamente falado, por videoconferência, num comício eleitoral. A AfD é um partido conhecido por querer seguir o legado do nazi-fascismo e, numa estranha coincidência, o milionário, no dia da tomada de posse de Donald Trump, fez uma saudação nazi.
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