Segundo revela o sindicato ELA, o trabalhador perdeu o controlo da viatura, que chocou contra um muro, à saída do túnel de Mamariga, e se incendiou. O trabalhador da empresa Cisternas de Alsasua, não identificado, faleceu no local.
Trata-se do primeiro caso registado este ano de morte em acidente de trabalho no País Basco, onde o ano passado perderam a vida 58 trabalhadores enquanto trabalhavam, dez dos quais condutores de transportes de mercadorias, indica o sindicato LAB.
A propósito do acidente, ambas as organizações sindicais apontam a dureza das condições de trabalho e os riscos existentes neste sector, propiciados por ritmos de trabalho agressivos, horas de trabalho sem fim, isolamento, stress, pressões ou dificuldades para ter uma vida e uma alimentação saudáveis, entre outros factores.
Diversas organizações sindicais promoveram uma concentração, esta quinta-feira, junto à fábrica onde, na semana passada, um trabalhador de 33 anos perdeu a vida, apanhado por uma máquina. Numa nota divulgada no seu portal, o sindicato LAB sublinha que, em 2014, também ocorreu um acidente laboral mortal na mesma fábrica e que, em ambos os casos, os trabalhadores, apanhados por máquinas, eram subcontratados. Neste sentido, denuncia que as verdadeiras causas destes acidentes são «a ganância e a irresponsabilidade de uns quantos». O acidente que vitimou o trabalhador na Talleres Aratz, em Gasteiz, foi o quarto sinistro laboral mortal no País Basco no espaço de uma semana. No domingo anterior, um trabalhador de 61 anos perdeu a vida em Erandio (Biscaia), num acidente ocorrido numa empresa de distribuição de pão. Na segunda-feira, um trabalhador da construção civil faleceu em Arrasate (Guipúscoa), quando trabalhava numa obra; na terça-feira, um condutor de uma empresa de transportes perdeu a vida num acidente grave em Erribera (Navarra). De acordo com os dados recolhidos pelo LAB, desde 2008, mil pessoas perderam a vida no trabalho no País Basco, facto que a organização sindical classifica como «absolutamente inadmissível». Pelo facto, responsabiliza as empresas e as instituições dos diversos níveis da administração, «que continuam a olhar para o lado face a um problema social e laboral tão grave como são os acidentes de trabalho mortais». Neste sentido, aponta o dedo ao governo Urkullu, «que conta com competências para fazer cumprir a norma da saúde laboral». «O facto de não atribuir recursos para a fiscalização do cumprimento representa "via livre" para o patronato», que «sabe que não será sancionado se não cumprir a lei». Para o LAB, trata-se de uma decisão política. «No patronato não se toca», denuncia. Por isso, exige medidas eficazes e sanções para quem põe em risco a vida dos trabalhadores, e pergunta até quando vai ser preciso ver «como os nossos colegas perdem a vida por causa da ganância e da irresponsabilidade de uns quantos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Sindicatos bascos concentram-se em Gasteiz contra a sinistralidade laboral
Mil mortos em acidentes de trabalho desde 2008
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«A integração de empresas de âmbito estatal que não cumprem o Acordo de Transporte de Mercadorias da Biscaia reduz as margens de lucro e as empresas tentam recuperá-las obrigando [os trabalhadores] a trabalhar longas horas», afirma o sindicato ELA, destacando que a precariedade fustiga este sector, «agravando as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores dos transportes».
Por seu lado, o LAB frisa que a maior parte dos acidentes de trabalho que ocorrem no sector do transporte de mercadorias «é totalmente evitável», sendo necessária «vontade política», bem como «o envolvimento de todas as instituições públicas e empresas para adoptar medidas que garantam e respeitem os direitos» destes trabalhadores. Neste sentido, considera fundamental acabar com a precariedade e com a impunidade patronal.
Já o ELA anuncia que, em protesto contra a precariedade e este novo acidente de trabalho, promove uma concentração, esta tarde (16h), na rotunda de Aparcavisa, em Barakaldo.
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