|País Basco

Sindicatos protestam contra novo acidente laboral mortal no País Basco

Faleceu a 30 de Maio o operário vítima de acidente grave em Sestao 15 dias antes. Subcontratado em cadeia (Sirkus e Leroy Merlin), o trabalhador é o 27.º a perder a vida em sinistros laborais no País Basco.

No cartaz lê-se: «A precariedade mata. Mais acidentes de trabalho não!» 
No cartaz lê-se: «A precariedade mata. Mais acidentes de trabalho não!» Créditos / LAB

O operário de 29 anos, que trabalhava como canalizador em residências de Sestao (Margem Esquerda biscainha), caiu de uma altura elevada, ficando gravemente ferido e vindo a falecer duas semanas depois, na passada quinta-feira.

Segundo explica em nota o sindicato LAB, o acidente laboral ocorreu quando estava a montar um aquecedor, não sendo conhecidas as razões que motivaram a queda.

Tanto LAB como ELA destacam o facto de o sinistro envolver um trabalhador independente sujeito a uma cadeia de subcontratação – subcontratado pela empresa Sirkus, Sistema de Tiendas, que por sua vez foi subcontratada pela multinacional Leroy Merlin.

«Uma vez mais, sublinhamos que a cadeia de subcontratação mata. Torna os trabalhos mais precários e, com o afã de poupar dinheiro à custa das condições de trabalho dos trabalhadores, poupa também nas medidas de segurança», denuncia o LAB, frisando que são os operários que pagam com as suas vidas «os lucros insaciáveis das multinacionais».

No mesmo sentido se pronuncia o sindicato ELA, afirmando que «a subcontratação prejudica a prevenção e a segurança em prol dos lucros económicos das empresas», e destacando as condições de precariedade «especialmente graves» a que estão sujeitos os trabalhadores independentes.

Em 2024, este é o 27.º trabalhador a morrer em acidentes laborais no País Basco, o sexto na província da Biscaia.

Para o ELA, estes números não irão descer enquanto não se verificar «uma mudança real nas políticas de segurança». «Falta vontade política e que a saúde e a vida das pessoas venham antes de tudo», afirma.

Por seu lado, o LAB denuncia que, na prática, a Lei da Prevenção não é aplicada aos trabalhadores independentes, e exige à Inspecção do Trabalho e ao governo de Gasteiz um maior controlo «nestes sectores precários», de modo a garantir o cumprimento das normas de segurança e saúde, e a travar a «fraude da subcontratação massiva».

Para protestar contra este caso de morte no trabalho, os sindicatos LAB, ESK, STEILAS, Hiru e EHNE/Etxalde apelaram à participação na mobilização que hoje tem lugar frente à Leroy Merlin de Barakaldo. O ELA também anunciou que iria convocar, nos próximos dias, uma concentração para denunciar este acidente laboral mortal em Sestao.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui