O operário de 29 anos, que trabalhava como canalizador em residências de Sestao (Margem Esquerda biscainha), caiu de uma altura elevada, ficando gravemente ferido e vindo a falecer duas semanas depois, na passada quinta-feira.
Segundo explica em nota o sindicato LAB, o acidente laboral ocorreu quando estava a montar um aquecedor, não sendo conhecidas as razões que motivaram a queda.
Tanto LAB como ELA destacam o facto de o sinistro envolver um trabalhador independente sujeito a uma cadeia de subcontratação – subcontratado pela empresa Sirkus, Sistema de Tiendas, que por sua vez foi subcontratada pela multinacional Leroy Merlin.
«Uma vez mais, sublinhamos que a cadeia de subcontratação mata. Torna os trabalhos mais precários e, com o afã de poupar dinheiro à custa das condições de trabalho dos trabalhadores, poupa também nas medidas de segurança», denuncia o LAB, frisando que são os operários que pagam com as suas vidas «os lucros insaciáveis das multinacionais».
Um trabalhador faleceu em Orereta, esta quinta-feira, ao cair de um edifício em obras. O LAB lembra a elevada sinistralidade na construção, denuncia as condições de trabalho e exige mais fiscalização. De acordo com os primeiros dados recolhidos pelos sindicatos ELA e LAB, o acidente ocorreu ontem de manhã, quando o trabalhador – da empresa Proteclan, que se dedica à instalação de redes de segurança – caiu do último andar numa obra de construção da empresa Gailur, na zona de Altzate, em Orereta (Guipúscoa). Trata-se do primeiro acidente laboral mortal registado na província guipuscoana este ano e o sétimo no País Basco – dois dos quais no sector da Construção. O ano passado, 59 pessoas perderam a vida no seu posto de trabalho em Euskal Herria (que abrange a Comunidade Autónoma Basca e Navarra), a maior parte das quais em situação de precariedade, num contexto de ausência de medidas básicas de segurança e, denunciam os sindicatos, de impunidade patronal. O trabalhador da empresa Cisternas de Alsasua perdeu o controlo do camião que conduzia, em Santurtzi (Biscaia), e veio a falecer. Trata-se do primeiro acidente laboral mortal de 2024 no País Basco. Segundo revela o sindicato ELA, o trabalhador perdeu o controlo da viatura, que chocou contra um muro, à saída do túnel de Mamariga, e se incendiou. O trabalhador da empresa Cisternas de Alsasua, não identificado, faleceu no local. Trata-se do primeiro caso registado este ano de morte em acidente de trabalho no País Basco, onde o ano passado perderam a vida 58 trabalhadores enquanto trabalhavam, dez dos quais condutores de transportes de mercadorias, indica o sindicato LAB. A propósito do acidente, ambas as organizações sindicais apontam a dureza das condições de trabalho e os riscos existentes neste sector, propiciados por ritmos de trabalho agressivos, horas de trabalho sem fim, isolamento, stress, pressões ou dificuldades para ter uma vida e uma alimentação saudáveis, entre outros factores. Diversas organizações sindicais promoveram uma concentração, esta quinta-feira, junto à fábrica onde, na semana passada, um trabalhador de 33 anos perdeu a vida, apanhado por uma máquina. Numa nota divulgada no seu portal, o sindicato LAB sublinha que, em 2014, também ocorreu um acidente laboral mortal na mesma fábrica e que, em ambos os casos, os trabalhadores, apanhados por máquinas, eram subcontratados. Neste sentido, denuncia que as verdadeiras causas destes acidentes são «a ganância e a irresponsabilidade de uns quantos». O acidente que vitimou o trabalhador na Talleres Aratz, em Gasteiz, foi o quarto sinistro laboral mortal no País Basco no espaço de uma semana. No domingo anterior, um trabalhador de 61 anos perdeu a vida em Erandio (Biscaia), num acidente ocorrido numa empresa de distribuição de pão. Na segunda-feira, um trabalhador da construção civil faleceu em Arrasate (Guipúscoa), quando trabalhava numa obra; na terça-feira, um condutor de uma empresa de transportes perdeu a vida num acidente grave em Erribera (Navarra). De acordo com os dados recolhidos pelo LAB, desde 2008, mil pessoas perderam a vida no trabalho no País Basco, facto que a organização sindical classifica como «absolutamente inadmissível». Pelo facto, responsabiliza as empresas e as instituições dos diversos níveis da administração, «que continuam a olhar para o lado face a um problema social e laboral tão grave como são os acidentes de trabalho mortais». Neste sentido, aponta o dedo ao governo Urkullu, «que conta com competências para fazer cumprir a norma da saúde laboral». «O facto de não atribuir recursos para a fiscalização do cumprimento representa "via livre" para o patronato», que «sabe que não será sancionado se não cumprir a lei». Para o LAB, trata-se de uma decisão política. «No patronato não se toca», denuncia. Por isso, exige medidas eficazes e sanções para quem põe em risco a vida dos trabalhadores, e pergunta até quando vai ser preciso ver «como os nossos colegas perdem a vida por causa da ganância e da irresponsabilidade de uns quantos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A integração de empresas de âmbito estatal que não cumprem o Acordo de Transporte de Mercadorias da Biscaia reduz as margens de lucro e as empresas tentam recuperá-las obrigando [os trabalhadores] a trabalhar longas horas», afirma o sindicato ELA, destacando que a precariedade fustiga este sector, «agravando as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores dos transportes». Por seu lado, o LAB frisa que a maior parte dos acidentes de trabalho que ocorrem no sector do transporte de mercadorias «é totalmente evitável», sendo necessária «vontade política», bem como «o envolvimento de todas as instituições públicas e empresas para adoptar medidas que garantam e respeitem os direitos» destes trabalhadores. Neste sentido, considera fundamental acabar com a precariedade e com a impunidade patronal. Já o ELA anuncia que, em protesto contra a precariedade e este novo acidente de trabalho, promove uma concentração, esta tarde (16h), na rotunda de Aparcavisa, em Barakaldo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «É evidente que o operário não tinha arnês de segurança, nem cordas face a eventuais quedas», afirma propósito do sinistro o sindicato LAB no seu portal, lembrando que tem vindo a denunciar reiteradamente que as normas relativas às obras não são cumpridas pelo patronato. Além disso, os técnicos de prevenção que devem supervisionar cada fase não estão no local, afirma a estrutura sindical, considerando especialmente grave a falta de controlo ou de recursos de prevenção num trabalho ou processo em altura. «É intolerável que, perante um tipo de acidente laboral tão frequente, não sejam colocados à disposição os meios necessários», acrescenta o LAB, que critica a falta de empenho da Inspecção do Trabalho, do Osalan – Instituto Basco de Segurança e Saúde Laborais, e dos vários governos no controlo destas acções. Alertando para as más condições de trabalho no sector – longas jornadas, subcontratação, precariedade, falta de formação, falta de recursos de prevenção –, o sindicato sublinha a necessidade de maior pressão e mobilização da parte dos trabalhadores, porque as suas vidas «estão em jogo». Neste sentido, o LAB anuncia que, juntamente com os sindicatos bascos STEILAS, ESK, HIRU e EHNE, agendou uma concentração para próxima segunda-feira, dia 22, às 11h30, na rotunda de Altamira, entre as localidades de Lezo e Orereta. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Sete mortes em acidentes de trabalho desde o início do ano no País Basco
Internacional|
Sindicatos bascos alertam para precariedade após morte de camionista
Internacional|
Sindicatos bascos concentram-se em Gasteiz contra a sinistralidade laboral
Mil mortos em acidentes de trabalho desde 2008
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
No mesmo sentido se pronuncia o sindicato ELA, afirmando que «a subcontratação prejudica a prevenção e a segurança em prol dos lucros económicos das empresas», e destacando as condições de precariedade «especialmente graves» a que estão sujeitos os trabalhadores independentes.
Em 2024, este é o 27.º trabalhador a morrer em acidentes laborais no País Basco, o sexto na província da Biscaia.
Para o ELA, estes números não irão descer enquanto não se verificar «uma mudança real nas políticas de segurança». «Falta vontade política e que a saúde e a vida das pessoas venham antes de tudo», afirma.
Por seu lado, o LAB denuncia que, na prática, a Lei da Prevenção não é aplicada aos trabalhadores independentes, e exige à Inspecção do Trabalho e ao governo de Gasteiz um maior controlo «nestes sectores precários», de modo a garantir o cumprimento das normas de segurança e saúde, e a travar a «fraude da subcontratação massiva».
Para protestar contra este caso de morte no trabalho, os sindicatos LAB, ESK, STEILAS, Hiru e EHNE/Etxalde apelaram à participação na mobilização que hoje tem lugar frente à Leroy Merlin de Barakaldo. O ELA também anunciou que iria convocar, nos próximos dias, uma concentração para denunciar este acidente laboral mortal em Sestao.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui