Reagindo à resolução 8914, ontem aprovada no Cairo e que confirma, com efeito imediato, a participação de delegações sírias em todas as organizações e reuniões do Conselho da Liga Árabe, o governo de Damasco afirmou que «acolheu a decisão com interesse».
«As tendências e movimentos que estão a ter lugar actualmente beneficiam a região e todos os países árabes, e favorecem a estabilidade, segurança e bem-estar dos seus povos», afirmou o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros num comunicado divulgado pela Sana.
Lembrando que a Síria é membro fundador da Liga Árabe, o texto sublinha a «importância do diálogo e da acção conjunta para fazer frente aos actuais desafios» no mundo árabe, acrescentando que «a próxima etapa requer um enfoque árabe eficaz a nível bilateral e plural, assente no diálogo e no respeito mútuo».
O canal libanês Al Mayadeen destaca a oposição dos países ocidentais a este regresso e o portal The Cradle aponta a dos Estados Unidos – assim como a de alguns países árabes que continuam a recusar a normalização das relações diplomáticas com a Síria, sobretudo o Catar.
Numa declaração emitida em Amã, os ministros dos Negócios Estrangeiros de Síria, Arábia Saudita, Jordânia, Egipto e Iraque sublinharam o apoio à segurança de Damasco e à sua luta antiterrorista. Após a conclusão da cimeira que teve lugar, esta segunda-feira, na capital da Jordânia, os ministros dos cinco países árabes declararam a importância da cooperação entre as autoridades sírias, os demais países envolvidos e as Nações Unidas com vista à formulação de uma estratégia integral capaz de lidar com os desafios da segurança nas fronteiras e de combate ao terrorismo em todas as suas formas. Os cinco ministros dos Negócios Estrangeiros decidiram ainda trabalhar no sentido de pôr fim à presença de organizações terroristas e grupos armados em território sírio, neutralizando a sua capacidade de ameaça à segurança regional e internacional. Do mesmo modo, expressaram o seu apoio à Síria e às suas instituições para que assumam o controlo de todo o país e imponham o Estado de direito, lê-se na declaração, divulgada pela agência Sana. O texto destaca também a necessidade de se pôr fim à ingerência nos assuntos internos da Síria, de acordo com os princípios do direito internacional e a Carta das Nações Unidas. O regresso voluntário e seguro dos refugiados ao país foi classificado como «prioridade máxima» e, nesse sentido, a declaração final de Amã instou à tomada de medidas que permitam materializar esta realidade. Os ministros da Agricultura dos quatro países árabes vizinhos assinaram em Damasco, esta segunda-feira, um documento para a cooperação e troca comercial, visando alcançar a «integração agrícola». O texto estipula a promoção e o desenvolvimento da colaboração agropecuária, bem como a troca de conhecimentos, informação e experiências, além da gestão conjunta de áreas protegidas e parques nos quatro países, indica a agência Sana. Inclui ainda a cooperação em matéria de luta contra os incêndios, as alterações climáticas, o desenvolvimento rural e agrícola, a produção, a saúde animal e medicamentos veterinários. O ministro sírio da Agricultura, Mohammed Hassan Qatana, revelou que, em virtude do convénio firmado, serão apresentados projectos de investimento conjunto, como a construção de instalações para gado e forragem, tendo esclarecido que o objectivo final de todos estes esforços é assegurar a segurança alimentar. Na mesma conferência de imprensa, em Damasco, o titular iraquiano da pasta da Agricultura, Abbas al-Alawi, disse que este acordo é um ponto de partida para o trabalho conjunto e a cooperação no sector agrícola, no qual trabalha e do qual depende a maioria dos povos árabes. Por seu lado, o ministro jordano do sector, Khaled Hanifat, declarou que o memorando reflecte «os sinceros sentimentos fraternais entre os quatros países e ajuda a alcançar a integração para benefício dos povos». No mesmo sentido, o ministro libanês da Agricultura, Abbas Hajj Hassan, disse que o acordo «é um passo essencial para uma acção árabe pioneira conjunta, que começa a partir de Damasco», esperando que «inclua todos os países árabes num futuro próximo». O acordo ontem assinado pelos ministros da Agricultura dos quatro países vizinhos culminou a reunião por eles promovida na capital síria sob o lema «Por uma integração agroeconómica regional». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, apela ao reforço da cooperação entre instituições militares e de segurança sírias e as suas homólogas dos países vizinhos, de modo a garantir a segurança nas fronteiras e a combater o tráfico e o contrabando de drogas. Os países participantes na Cimeira de Amã decidiram ainda formar uma equipa técnica de especialistas para dar continuidade aos resultados no encontro desta segunda-feira, bem como para determinar os próximos passos a dar num contexto que pretende trazer uma solução para «a crise na Síria». De acordo com um porta-voz do Ministério jordano dos Negócios Estrangeiros, a reunião de ontem ocorreu na sequência de encontros que tiveram lugar em Abril, na Arábia Saudita, entre países do Golfo, o Iraque, o Egipto e a Jordânia, tendo como propósito aprofundar os laços com o governo de Bashar al-Assad e discutir uma «iniciativa da Jordânia para alcançar uma solução política para a crise síria», refere o portal The Cradle. Recorde-se que, durante a guerra terrorista imposta à Síria, a Arábia Saudita foi, como outros países do Golfo, um dos grandes apoiantes e financiadores dos grupos que combatiam o governo de Damasco e seus aliados. Recentemente, mudou de atitude em relação ao executivo de al-Assad e, no passado dia 18 de Abril, o ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Faisal bin Farhan, deslocou-se oficialmente a Damasco, tendo-se reunido com o presidente sírio. Tratou-se da primeira visita oficial saudita desde que o reino árabe cortou relações com a Síria, em 2012. Durante mais de uma década, a Arábia Saudita promoveu o isolamento político do país levantino, apostou de forma declarada na queda de Bashar al-Assad e apoiou grupos terroristas. Outros países árabes, que fizeram o mesmo, estão a regressar ao convívio com o executivo de Damasco. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Reunidos em Amã, representantes de países árabes declaram apoio à Síria
Internacional|
Síria, Líbano, Jordânia e Iraque assinam acordo de cooperação na área agrícola
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Mudança de posição da Arábia Saudita
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A reunião de emergência no Cairo precede a Cimeira da Liga Árabe na Arábia Saudita, a 19 de Maio, onde a Síria já poderá participar, depois de ter sido expulsa do organismo multilateral em Novembro de 2011.
Por seu lado, a reunião celebrada em Amã no passado dia 1 de Maio, em que participaram os ministros dos Negócios Estrangeiros de Síria, Arábia Saudita, Jordânia, Egipto e Iraque, é encarada como um passo prévio à actual reintegração de Damasco na Liga Árabe.
Numa declaração emitida no final da reunião desde domingo, afirma-se o compromisso de preservar a soberania, integridade territorial e estabilidade da Síria, bem como o de manter e intensificar os esforços árabes para ajudar o país levantino a sair da sua crise.
Também se destaca a necessidade de estabelecer um diálogo directo com o governo sírio para se alcançar uma solução integral para a crise e o sofrimento do povo, que se prolonga há 12 anos.
Anuncia-se ainda que Jordânia, Arábia Saudita, Iraque, Líbano, Egipto e o secretário-geral da Liga Árabe irão formar uma comissão de contacto ministerial, que terá como função dar continuidade à Declaração de Amã e manter o diálogo directo com o governo sírio.
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