A manifestação de ontem na Corunha dá continuidade às mobilizações que a Confederação Intersindical Galega (CIG) iniciou há meses para exigir à empresa Eroski que «regresse ao convénio do comércio de alimentação», do qual saiu em 2006 para passar a aplicar um acordo com condições inferiores negociado em Madrid.
Segundo explica a central sindical, os salários do acordo estatal de grandes superfícies são substancialmente inferiores aos do convénio do comércio de alimentação negociado na Galiza, nomeadamente nas províncias da Corunha e Pontevedra.
O secretário de Negociação Colectiva da CIG-Serviços, Adolfo Naya, duvida da legalidade desta medida, uma vez que o marco de referência é o do comércio de alimentação e não o das grandes superfícies.
O que está em causa, frisou, é também a luta pelo direito ao quadro legal de relações laborais próximo, que os convénios colectivos «se negoceiem na Galiza e não em Madrid, onde as trabalhadoras não têm capacidade de decidir e peso sobre o que se negoceia».
Na manifestação pelas ruas da Corunha, os trabalhadores denunciaram que a Eroski tem «as piores condições laborais» e pratica os salários «mais baixos de todo o sector», refere a CIG no seu portal.
Chamaram ainda a atenção para situações de precariedade laboral e perda de direitos. «Estamos a trabalhar mais 70 horas por ano por não nos contarem como tempo efectivo de trabalho os 20 minutos de descanso; ao não nos reconhecerem os três dias para questões pessoais, ou o direito a ter três sábados por ano», denunciaram.
Também alertaram para a limitação do direito à redução de horário, que só se permite até que o menor tenha 12 anos.
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