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Trégua proposta pela ONU no Iémen entrou em vigor, com registo de violações

A proposta de cessar-fogo anunciada pelo enviado especial da ONU para o Iémen foi aceite pelo movimento Huti e a coligação liderada pelos sauditas, mas estes, afirma a Al Masirah, violaram a trégua repetidamente.

Um homem e os seus filhos num zona bombardeada de Hudaydah
CréditosGiles Clarke / UNOCHA

O enviado especial das Nações Unidas, Hans Grundberg, anunciou na sexta-feira que «as partes do conflito responderam positivamente à proposta da ONU de uma trégua de dois meses», que entrou em vigor este sábado, às 19h locais.

No entanto, a cadeia de TV iemenita Al Masirah informa que, nas últimas horas, a trégua foi violada pelos sauditas tanto na província de Sa'ada, onde foram mortos três civis, como na de Hudaydah.

As Forças Armadas iemenitas afirmaram que estavam empenhadas no cessar-fogo desde que ambas as partes o respeitassem.

Nos termos da trégua, as partes comprometeram-se a cessar todas as operações militares ofensivas, dentro e fora do Iémen.

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Quem provoca as ondas de refugiados?

A manipulação de uma situação parcial num quadro muito mais amplo, pretende, entre outras coisas, minimizar ou mesmo silenciar os crimes contra os refugiados que fazem parte do quotidiano da União Europeia.

Migrantes e refugiados provenientes do Médio Oriente concentraram-se junto à passagem de Bruzgi-Kuznica, na fronteira polaca-bielorrussa, pedindo autorização para entrar na União Europeia, onde pretendem receber asilo. Grodno, Bielorrússia, 25 de Janeiro de 2021
CréditosLEONID SCHEGLOV / EPA/BELTA /HANDOUT

A atitude do governo bielorrusso de Aleksander Lukashenko para com os refugiados é condenável. Não menos condenável é o comportamento dos governos da Polónia, da Lituânia, da Estónia e da União Europeia em geral para com os refugiados. A diferença é que os órgãos de manipulação social apenas têm olhos para observar o que se passa na Bielorrússia desde o início da segunda metade deste ano, ignorando – com raras excepções – as consequências profundas da política de perseguição aos refugiados praticada há muitos anos pela União Europeia em todas as suas fronteiras. Uma política que milhares de seres humanos já pagaram com a vida.

«A União Europeia recusa-se a acolher as pessoas que tentam sobreviver fugindo dos conflitos que provocou; e entende que outras nações não podem assumir idênticos comportamentos, mesmo que nada tenham a ver com a origem dos fluxos de refugiados»

Há ainda uma outra diferença. Os refugiados que procuram entrar na União Europeia a partir da Bielorrússia, tal como os que tentam o mesmo através de outras regiões terrestres e marítimas dos 27, têm origem nas guerras provocadas pelos Estados Unidos, a NATO e potências da União Europeia; e também na política colonial, sobretudo em África, entranhada nas políticas europeia e norte-americana. As guerras sangrentas e destruidoras e o colonialismo têm efeitos bem mais graves do que qualquer «guerra híbrida» de que acusam a Rússia e a Bielorrússia, países que não podem ser responsabilizados pelas agressões militares ao Iraque, ao Afeganistão, à Síria, à Líbia, ao Iémen. A União Europeia recusa-se a acolher as pessoas que tentam sobreviver fugindo dos conflitos que provocou; e entende que outras nações não podem assumir idênticos comportamentos, mesmo que nada tenham a ver com a origem dos fluxos de refugiados. Bruxelas procura sempre encontrar bodes expiatórios para não assumir os seus desmandos em matérias como a democracia e os direitos humanos.

Os refugiados que chegam à Bielorrússia são oriundos sobretudo do Iraque e, em menor volume, do Afeganistão e da Síria. Trata-se efectivamente de refugiados e não de «imigrantes» e «imigrantes ilegais», termos que os governantes europeus e os correspondentes meios de comunicação usam preferencialmente, sempre com o objectivo de não associar esses movimentos desesperados de pessoas às guerras e outras façanhas provocadas por potências ocidentais. Sem os dramáticos conflitos impostos, que as fazem deixar tudo para trás apenas pela simples e humana necessidade de sobreviver, a esmagadora maioria dessas pessoas não pensariam sequer em emigrar dos seus países, sobretudo em casos como os da Síria e do Iraque, mesmo do próprio Afeganistão. Isto é, a grande massa dos refugiados actuais que batem às portas da União Europeia jamais seriam os «imigrantes» que agora se diz serem para iludir as opiniões públicas, a realidade e a própria História.

«Os métodos violentos de Lukachenko para lidar com o problema são inaceitáveis, tal como os adoptados pelos governos da Polónia, da Estónia e da Lituânia, que aliás têm da democracia uma ideia que se assemelha à do presidente bielorrusso»

A Bielorrússia foi apresentada aos candidatos a refugiados como um país de acesso à União Europeia, em tese mais favorável que os tradicionais pontos de passagem, por exemplo a Líbia, a Grécia e a Turquia, onde sofrem situações humilhantes com os objectivos primários de os fazer regressar ao seu país e nem sequer podem apresentar pedidos de asilo. Sabe-se que agências de viagens iraquianas têm incitado os candidatos a fugir da situação de guerra a procurar a cidade Minsk como porta de entrada na União Europeia – e não para ficarem a residir na Bielorrússia, uma solução que não estaria nos planos da maioria deles. Os métodos violentos de Lukachenko para lidar com o problema são inaceitáveis, tal como os adoptados pelos governos da Polónia, da Estónia e da Lituânia, que aliás têm da democracia uma ideia que se assemelha à do presidente bielorrusso. O executivo de extrema-direita da Polónia, xenófobo por definição e avesso ao Estado de direito, como até Bruxelas muito bem sabe, já é um velho conhecido pela rejeição de refugiados, mesmo das ínfimas quotas arduamente discutidas na União Europeia em vergonhoso jogo de empurra. A Estónia, por seu lado, tem a xenofobia inscrita nas próprias leis porque os cidadãos com nacionalidade estoniana mas de outros origens, designadamente a russa, são considerados oficialmente de segunda categoria, não lhes sendo permitido sequer votar.

Nada disto impede, contudo, que a União Europeia esteja incondicionalmente solidária com esses países no contencioso com Minsk, ávida de seguir os Estados Unidos na declaração de mais sanções e reforçadas ameaças da NATO. Penalizações essas apresentadas como respostas à dita «guerra híbrida» de Moscovo, não sendo de excluir que os inusitados incitamentos a refugiados para procurarem Minsk sejam uma nova provocação na panóplia com que Washington e Bruxelas mantêm o perigoso clima de alta tensão militar no Leste da Europa.

Os mortos e o desprezo pelas leis

Durante este ano morrem em média quatro pessoas por dia na sequência de tentativas para chegarem à Europa atravessando o Mediterrâneo Central a partir do Norte de África; e mais de 90 são interceptadas no mar por um aparelho de vigilância dirigido pela União Europeia e devolvidas aos campos de concentração na Líbia, mantidos pelas milícias terroristas islâmicas e financiados por Bruxelas. Nesses campos de terror são submetidas, como rotina, à tortura, extorsão e abusos sexuais – sabendo também que o reenvio para os seus países significará uma morte provável.

«a União Europeia patrulha o Mediterrâneo e financia as guardas costeiras líbias, associadas às milícias terroristas, para impedir que os pobres refugiados se façam ao mar correndo risco de morte; ao invés, devem permanecer em campos de concentração até serem devolvidos aos seus países, correndo risco de morte. Basta-lhes, portanto, escolher a maneira como querem morrer»

Nada disto desencoraja a União Europeia de proclamar o seu apego aos direitos humanos. Segundo Peter Stano, porta-voz para os assuntos externos da Comissão Europeia, convidado a comentar estas situações pela publicação New Humanitarian, «a nossa maior prioridade é salvar vidas no mar e continuar o nosso trabalho para impedir que se realizem viagens arriscadas». Sem dúvida uma declaração singular, de forte conteúdo humanitário: a União Europeia patrulha o Mediterrâneo e financia as guardas costeiras líbias, associadas às milícias terroristas, para impedir que os pobres refugiados se façam ao mar correndo risco de morte; ao invés, devem permanecer em campos de concentração até serem devolvidos aos seus países, correndo risco de morte. Basta-lhes, portanto, escolher a maneira como querem morrer. Mas ingressar no espaço da União, que arrasou os seus países, é que nem pensar.

Dunja Mijatovic, comissária de direitos humanos do Conselho da Europa, escreveu num relatório de Março deste ano que os países europeus «envolveram-se numa guerra para ver qual é mais eficaz a conter pessoas fora das fronteiras europeias». Citando as coordenações entre as marinhas de Estados da União e as guardas costeiras líbias, a «obstrução» de operações de salvamento desenvolvidas por organizações não-governamentais e o financiamento e implementação por Bruxelas «da gestão de fronteiras pela Tunísia e a Líbia», a comissária Mijatovic considera que estas práticas são exemplos «de uma política de imigração europeia que corta direitos humanos, viola a lei e custa a vida a milhares de seres humanos».

Um dos exemplos de violação da lei é a devolução dos refugiados aos seus países de origem, o chamado push back, cuja proibição está inscrita no direito internacional e no da própria União Europeia.

Na Grécia, a lei não é um estorvo pois o governo e o Frontex – polícia de fronteiras cujos comportamentos arbitrários e de marginalidade traduzem a existência de um «Estado» à parte no universo de instituições da UE – recorrem a um sem número de malfeitorias para expulsar os refugiados ou impedi-los de chegar a terra, deixando-os à sua sorte no mar alto, um comportamento relatado mesmo por alguns órgãos fundamentalistas do federalismo.

Já a Polónia procura restringir-se ao primado da lei, aliás de uma maneira criativa. Como o direito geral não permite a devolução de refugiados aos seus países, o governo de Varsóvia aprovou uma lei à medida da actual crise e que permite a expulsão para as suas terras das pessoas que procuram asilo na União Europeia.

Em matéria de criatividade, a Lituânia não fica atrás e, por isso, até 1 de Novembro tinha deferido apenas 6 dos 2600 pedidos de asilo. Segundo testemunhas entrevistadas pelo New Humanitarian, funcionários dos serviços de asilo revelaram que estão sob pressão dos superiores para conduzir interrogatórios agressivos de modo a que os candidatos sejam convencidos a regressar «voluntariamente» aos seus países. Nicolas, um refugiado camaronês, citou um funcionário polaco dizendo que «podemos oferecer-vos 300 euros se aceitarem regressar a casa». E rematou o refugiado: «de que me servem 300 euros se posso ser morto quando voltar a casa?»

O governo lituano procedeu também a adaptações legislativas correspondentes à actual crise. Alterou os procedimentos legais de modo a tornar mais fácil que os candidatos à concessão de asilo possam ser colocados sob detenção.

Se olharmos, porém, o histórico e os antecedentes em matéria de refugiados conclui-se que a União Europeia tem ainda uma forma de tentar aliviar as dores da Polónia e dos Estados xenófobos bálticos. Basta oferecer ao governo de Lukachenko os mesmos três mil milhões de euros anuais que paga dos nossos bolsos ao ditador turco Erdogan para manter os refugiados dentro das suas fronteiras. É duvidoso que o presidente bielorrusso aceite, mas sem tentar nunca fica a saber-se.

Os muros

Entretanto, 32 anos depois da queda do muro de Berlim, que continua a ser periodicamente celebrada no espaço da União com muitas pompas e falsificações da História, doze Estados membros pediram à Comissão Europeia – a tal instituição que nos governa em nome da democracia mas que ninguém elegeu – a concessão de fundos destinados à construção de muros para impedir a entrada e circulação de refugiados.

Tais muros devem fazer parte, muito provavelmente, das medidas previstas no âmbito do Fundo de Confiança para África, aprovado numa cimeira entre países africanos e da União realizada em Malta. Uma das prioridades desse fundo, segundo a UE, é aplicar um plano capaz de desenvolver capacidades «para controlar as fronteiras de terra, mar e ar e também as capacidades de vigilância marítima com o objectivo de prevenir a imigração irregular». Parece que ainda não morreu gente suficiente.

«a situação no Mediterrâneo Central “não é uma trágica anormalidade” mas antes uma catástrofe rotineira como “consequência concreta das decisões políticas e das práticas das autoridades líbias, dos Estados membros e instituições da União Europeia e outros actores”»

O Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos considera que a situação no Mediterrâneo Central «não é uma trágica anormalidade» mas antes uma catástrofe rotineira como «consequência concreta das decisões políticas e das práticas das autoridades líbias, dos Estados membros e instituições da União Europeia e outros actores».

Os procedimentos inconcebíveis de Lukachenko integram-se assim num cenário mais amplo e abrangente que vem muito de trás, com epicentro em Bruxelas. Não há bons nem inocentes nesta situação vergonhosa que mancha a Europa de Leste a Oeste. Um comentador e ex-ministro português, Severiano Teixeira, proclama, como um dogma, que «a culpa é de Lukachenko». A figura é irrelevante, um simples peão da NATO, mas cumpre a missão de papaguear os soundbites concebidos para uma operação de propaganda que, tirando proveito da manipulação de uma situação parcial num quadro muito mais amplo, pretende, entre outras coisas, minimizar ou mesmo silenciar os crimes contra os refugiados que fazem parte do quotidiano da União Europeia.

Por José Goulão, exclusivo O Lado Oculto/AbrilAbril

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Também aceitaram que 18 navios carregados com derivados de petróleo entrem no Porto de Hudaydah e que voos comerciais possam operar a partir de Saná com destino à Jordânia e ao Egipto.

As partes aceitaram ainda encontrar-se sob os auspícios do enviado especial das Nações Unidas para o Iémen com vista à abertura de estradas em Taizz e noutras províncias iemenitas, de modo a facilitar a circulação de civis.

Ao anunciar a trégua, na sexta-feira, Hans Grundberg explicou que o cessar-fogo podia ser prolongado para além dos dois meses previstos, com o consentimento das partes em conflito, indica a PressTV.

«O objectivo da trégua é proporcionar aos iemenitas uma pausa necessária na violência, um alívio do sofrimento humanitário e, o que é mais importante, a esperança de que é possível pôr fim a este conflito», disse Grundberg.

O responsável da ONU disse ainda que esperava intensificar o seu trabalho com as partes neste período de dois meses, com o propósito de alcançar um cessar-fogo permanente, de abordar medidas económicas e humanitárias urgentes, bem como de retomar o processo político.

Por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que esta trégua «deve ser o primeiro passo para acabar com a guerra devastadora no Iémen» e apelou às partes para que aproveitem esta oportunidade para «retomar um processo político abrangente e inclusivo».

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Iémen em risco de ser «esquecido», com o foco mediático na Ucrânia

Achim Steiner, director do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), alertou que o país árabe, devastado pela guerra, enfrenta uma «perspectiva extremamente preocupante».

Iemenitas inspeccionam destroços de uma casa bombardeada pela coligação liderada pelos sauditas, em Janeiro de 2022 
Créditos / PressTV

O responsável pelo PNUD lançou o alerta ao afirmar, este domingo, que, «tendo em conta a realidade geopolítica mais vasta, o risco é que o Iémen seja em parte esquecido, e isso será obviamente uma tragédia».

O conflito na Ucrânia está a ter «repercussões na economia global» e isso «irá reduzirá o alcance da solidariedade internacional para a cooperação internacional», disse Steiner no Fórum de Doha, no Catar.

«Neste momento, o mundo está centrado na guerra na Ucrânia, mas o conflito no Iémen, a situação desesperada no Afeganistão são realidades que ainda vão perdurar», disse também o director do PNUD, citado pela PressTV.

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Aumentam os bombardeamentos sauditas contra civis no Iémen

Os ataques sauditas contra o Iémen intensificam-se e o registo de vítimas civis é o maior dos últimos anos, apesar de Joe Biden ter prometido que ia acabar com esta guerra.

Casa destruída pelos bombardeamentos sauditas desta madrugada 
Casa destruída pelos bombardeamentos sauditas em Saná Créditos / Al Jazeera

O presidente norte-americano afirmou repetidamente que iria pôr fim à guerra no Iémen, que está na origem da maior crise humanitária do planeta nos tempos modernos, segundo as Nações Unidas.

No entanto, lembra o jornalista Ben Norton no portal multipolarista.com, os bombardeamentos sauditas contra o mais pobre dos países árabes, apoiados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, atingiram o nível mais alto em vários anos – e com «a supervisão da administração de Biden».

Quem está a pagar o preço são os civis iemenitas, com um morto ou ferido a cada hora, segundo referiu a organização Save the Children no passado dia 11.

Janeiro de 2022 foi o mês mais mortífero no Iémen desde 2018. Entre 6 de Janeiro de 2 de Fevereiro, foram mortos mais de 200 adultos e 15 crianças. Outros 354 adultos e 30 crianças ficaram feridas, referiu a organização humanitária, que teme que o número real de vítimas seja bastante maior.

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Com grande preocupação humanitária, EUA decretam novas sanções contra o Iémen

Os EUA, de longe o país que mais lucrou com a chacina no Iémen e que é acusado de fazer uma guerra por procuração no terreno, impuseram novas sanções contra o país árabe.

Créditos / MintPress News

Na rede social Twitter, Mohammed Ali al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo do Iémen, reagiu às sanções decretadas quinta-feira passada pelo Departamento norte-americano do Tesouro afirmando que «a América dá prioridade à opção da guerra no Iémen e ao mesmo tempo finge que apoia a paz». «A imposição de sanções com o pretexto de assegurar a paz representa um obstáculo para a última», disse.

Al-Houthi destacou que as medidas punitivas contra o sector privado iemenita, as impostas ao banco central do país, os bombardeamentos a fábricas e outras infra-estruturas produtivas, o bloqueio que conduz o povo à fome e o fim do pagamento dos salários aos funcionários públicos são crimes, que se enquadram no esquema sistemático para sufocar a economia iemenita, refere a PressTV.

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Autocarro escolar no Iémen foi atacado com bombas norte-americanas

Fragmentos de bombas MK-82, de fabrico norte-americano, são visíveis nas imagens que um jornalista divulgou do local onde um autocarro cheio de crianças foi atacado pelos sauditas, no Iémen.

Destroços de um edifício bombardeado pelos sauditas na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016. Estima-se que 140 pessoas tenham morrido e perto de 600 tenham ficado feridas
Destroços de um edifício bombardeado pelos sauditas na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016. Também aqui foram encontrados fragmentos da bomba MK-82, de fabrico norte-americanoCréditos / The Independent

Caças da coligação liderada pelos sauditas atingiram, no passado dia 9, um autocarro escolar na zona de Dahyan, na província iemenita de Sa'ada, provocando mais de 50 vítimas mortais – 40 das quais terão sido crianças, de acordo com as autoridades Hutis – e cerca de 80 feridos.

Segundo a informação divulgada no sábado por Nasser Arrabyee, um jornalista local, a coligação comandada pelos sauditas terá usado munições de fabrico norte-americano.

«Restos das bombas dos EUA que mataram as crianças iemenitas no mais recente massacre e crime de guerra saudita-norte-americano, de 9 de Agosto de 2018, em Sa'ada, Norte do Iémen», escreveu Nasser Arrabyee no Twitter [pic.twitter.com/z8bvadwncG – @narrabyee] a acompanhar as fotos dos fragmentos das bombas MK-82 que alegadamente foram retirados do local do bombardeamento contra o autocarro escolar.

Na peça em que chama a atenção para o tweet e a informação nele contida, esta segunda-feira, a RT sublinha que as imagens ainda carecem de verificação independente, mas lembra que não é a primeira vez que fragmentos de bombas Raytheon Mark 82 são encontrados em locais onde a coligação liderada pelos sauditas levou a cabo massacres contra a população civil no Iémen desde o início da campanha militar, em Março 2015.

A MK-82, bomba de 227 quilos e fabricada pela empresa norte-americana General Dynamics, foi também usada quando os caças sauditas atacaram, em Outubro de 2016, um funeral na capital do país, Saná. Então, 140 pessoas foram mortas e mais de 500 ficaram feridas.

Pentágono diz que é impossível seguir o rasto da bomba

O fluxo armementístico de Washington para Riade é enorme, mas a Arábia Saudita não é destino único da MK-82, como deixou claro, na semana passada, um porta-voz do Pentágono. De acordo com o major Josh Jacques, poderá ser impossível saber de onde veio a bomba que foi usada no ataque contra o autocarro escolar no dia 9 de Agosto.

Isto porque, segundo refere a RT, em 2016 os EUA aprovaram a venda dessa bomba à Arábia Saudita, aos Emirados Árabes Unidos, à França e ao Iraque, e prolongaram os contratos de venda já existentes com a Austrália e o Bahrain. Portanto, na lógica do Pentágono, pode nunca vir a saber-se se a munição usada em Sa'ada «foi uma das que nós lhes vendemos a eles» (os sauditas, entenda-se).

Negócio de muitos milhões

Recorde-se que a Arábia Saudita é um dos principais destinos do armamento fabricado nos países ocidentais e, de modo sintomático, foi o primeiro país que Donald Trump visitou depois de tomar posse, em Janeiro do ano passado.

Nessa visita, foi anunciado que Washington poderia vender a Riade equipamento militar no valor de 110 mil milhões de dólares num período de dez anos. Então, o Departamento de Estado afirmou que o acordo poderia chegar aos 350 mil milhões de dólares.

De acordo com um estudo divulgado em Março último, os EUA venderam, no ano passado, armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos no valor de 650 mil milhões de dólares.

Em Abril, a administração norte-americana deu luz verde ao negócio, no valor de 1,3 mil milhões de dólares, de venda de artilharia aos sauditas, apesar dos relatórios que evidenciam que esse armamento contribui para o massacre de civis e das críticas crescentes de organismo internacionais.

Um estudo do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), de Março deste ano, revela que os EUA foram, no período compreendido entre 2013 de 2017, o principal exportador de armas a nível mundial: as suas exportações representaram 34% de todos os negócios registados pelo organismo referido.

O mesmo estudo revela que, nos últimos cinco anos, os EUA aumentaram a venda de armamento em 25%, sendo o Médio Oriente o destino de quase metade desse armamento.

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Na quinta-feira passada, dia 10, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs novas sanções ao país árabe, desta vez centradas numa rede que é acusada de financiar o movimento de resistência popular Huti Ansarullah – que está no cerne do governo que administra o país a partir da capital, Saná, e lidera a resistência à agressão externa que lhe é imposta desde Março de 2015.

«Esta rede gera dezenas de milhões de dólares em receitas da venda de commodities, como o petróleo iraniano, uma parte significativa da qual é depois direccionada através de uma complexa rede de intermediários e casas de câmbio em vários países para os Hutis», afirmou o Departamento do Tesouro em comunicado.

Entre os alvos directos destas novas sanções contam-se dois iemenitas, dois sírios, um emiradense, um somali e um indiano, além de entidades com sede no Dubai, Istambul e Saná, informa a PressTV.

A memória curta do Tesouro

«O apoio financeiro desta rede permite os ataques deploráveis dos Hutis, que ameaçam infra-estruturas civis e críticas no Iémen e na Arábia Saudita. Estes ataques minam os esforços para acabar o conflito e, o que é mais trágico, deixam dezenas de milhões de civis inocentes a morrer à fome», refere ainda o comunicado.

O texto do Tesouro – tão preocupado com a fome dos iemenitas e com os ataques que ameaçam infra-estruturas civis – não faz menção ao papel dos EUA na guerra de agressão ao Iémen, ao apoio que foi prestado pelos norte-americanos desde o início à coligação liderada pelos sauditas, aos milhares de milhões de dólares que os EUA lucraram com a venda de armamento aos sauditas – algum do qual, como se veio a provar, foi utilizado para massacrar a população civil do Iémen.

Os milhares de mortos, a fome, a cólera, a maior crise humanitária dos tempos modernos, como a classifica a ONU, não existiriam no Iémen sem Washington – agente primeiro na guerra, tal como o Reino Unido, e outras potências ocidentais (França e Alemanha) e regionais (Israel, Emirados Árabes Unidos, Egipto), em maior ou menor escala.

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No próximo mês, passam sete anos desde o início da guerra de agressão contra o Iémen. Em Março de 2015, a Arábia Saudita, com o apoio dos EUA, do Reino Unido e de outras potências ocidentais e regionais, lançou uma campanha militar o vizinho do sul, tendo como objectivo declarado suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, sem sucesso.

Ao longo da campanha eleitoral, em 2020, Joe Biden prometeu que poria fim a este conflito – uma intenção que reafirmou no ano seguinte, dizendo, já enquanto presidente, que estava a acabar com o apoio dos EUA às operações «ofensivas» sauditas no Iémen, lembra Norton.

A agressão militar saudita, que provocou milhares de mortos, feridos e deslocados, e destruiu as infra-estruturas do mais pobre dos países árabes não poderia ter sido levada a cabo sem o apoio político, militar e logístico norte-americano e britânico.

Além disso, os EUA destacaram-se como um dos grandes fornecedores de armamento à monarquia saudita, tendo lucrado milhares de milhões de dólares com esta guerra – ao lado do Reino Unido e de uma lista mais longa, que inclui a Alemanha, a França e outros.

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Venda de armas aos sauditas é sinal «preocupante» do arrastar da guerra no Iémen

O Departamento de Estado dos EUA aprovou o primeiro grande negócio de venda de armas aos sauditas na administração de Biden, algo que pode revelar a intenção de Riade de prolongar a agressão ao Iémen.

Edifícios destruídos e danificados após um bombardeamento saudita no Iémen; a agressão da coligação liderada pelos sauditas começou em Março de 2015 
Créditos / PressTV

Num comunicado emitido quinta-feira passada, o Pentágono deu conta da aprovação, pelo Departamento de Estado norte-americano, da venda de 280 mísseis ar-ar à Arábia Saudita, no valor de 650 milhões de dólares, para que Riade pudesse fazer frente a ameaças actuais e futuras.

Para o académico norte-americano Richard Falk, especialista em direito internacional e relações internacionais, o primeiro grande negócio de vendas de armas da era Biden aos sauditas, «os chamados mísseis defensivos ar-ar», constitui «um sinal preocupante das intenções sauditas de prosseguimento das suas políticas cruéis de devastação do Iémen».

Numa entrevista à PressTV, Falk, que foi professor na Universidade de Princeton durante mais de três décadas, afirmou que «a posse de uma defesa anti-mísseis mais segura permite aos sauditas continuarem a sua intervenção armada no Iémen, e possivelmente noutros locais, com menor temor de ataques de retaliação».

Richard Falk destacou as «relações especiais» entre Washington e Riade, afirmando que os EUA procuram defender os interesses sauditas e desviar as críticas que são dirigidas a Riade nas Nações Unidas.

EUA usam a sua influência para proteger a Arábia Saudita

«Os Estados Unidos estão a usar a sua influência geopolítica para proteger a Arábia Saudita da crítica na ONU e noutros lugares, gozando novamente com os compromissos colectivos de segurança e com a proibição incondicional da Carta das Nações Unidas do uso de força não defensiva. Estas relações especiais deixam claro que as relações internacionais continuam a ser moldadas pela primazia da geopolítica e não pelas normas internacionais», disse o académico.

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EUA são o maior exportador de armas e a Arábia Saudita o maior importador

Um relatório recente revelou que os EUA foram responsáveis por mais de um terço da venda de armamento a nível mundial nos últimos cinco anos, enquanto os sauditas foram os que mais importaram.

Donald Trump, president dos EUA, num encontro na Casa Branca com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, em Washington, Março de 2018
Créditos / CGTN

As exportações de armas que tiveram como origem os EUA, entre 2016 e 2020, representaram 37% de todos os negócios registados pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).

Metade das exportações norte-americanas de armamento teve como destino o Médio Oriente, e a Arábia Saudita foi de longe o principal parceiro de negócio no período referido, representando quase um quarto de todas as vendas dos EUA (24%).

O instituto sediado em Estocolmo afirma que, entre 2016 e 2020, as exportações de armas dos EUA aumentaram 15% em comparação com o período 2011-2015.

A Rússia foi o segundo maior exportador de armas a nível global, representando um quinto do total de exportações registadas (com menos 22% de vendas que no período 2011-2015).

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Empresas francesas continuam a treinar tropas sauditas para matar no Iémen

Várias empresas francesas especializadas em treino militar participam na formação de oficiais sauditas e nunca deixaram de o fazer desde o início da guerra de agressão ao Iémen, revela uma reportagem.

Quartel da Polícia destruído após o bombardeamento da aviação saudita
A guerra de agressão ao Iémen tem dado lucros de milhares de milhões às empresas de armamento Créditos / mintpressnews.com

A notícia foi divulgada esta segunda-feira no portal da cadeia iemenita al-Masirah, que cita uma reportagem realizada conjuntamente pelos órgãos Lighthouse Reports, Arte e Mediapart, em parceria com o EUobserver.

De acordo com a investigação, o DCI Groupe, detido maioritariamente pelo Estado francês, está a dar treino de artilharia a membros da Guarda Nacional da Arábia Saudita numa escola militar em Draguignan, no Sudeste de França.

As mesmas fontes revelam que a multinacional francesa Thales Group e a filial francesa da RUAG, com sede na Suíça, estão envolvidas no treino de tropas sauditas, facultando-lhes o equipamento de simulação necessário à operação do sistema de artilharia Caesar, desenvolvido pela França, e que pode atingir quase meio milhão de iemenitas.

A al-Masirah refere ainda uma reportagem do meio de comunicação Disclose, de acordo com a qual um cargueiro deverá carregar munições para o sistema Caesar. O mesmo órgão revelou que a França irá entregar mais de cem caesars à Arábia Saudita até 2023.

Este sistema de artilharia é produzido pela Nexter Systems, uma empresa estatal francesa de fabrico de armamento. No final de 2018, 48 destes sistemas móveis estavam posicionados na fronteira da Arábia Saudita com o Iémen.

A reportagem refere que um documento interno filtrado pela agência militar francesa de inteligência – DRM – já então alertava para os riscos que os Caesars representavam para a população civil no Iémen. «A população abrangida por potencial fogo de artilharia: 436 370 pessoas», referiu o documento, datado de 25 de Setembro de 2018.

O mesmo documento dizia que os Caesars também desempenham um papel no apoio às «tropas lealistas e Forças Armadas sauditas no seu avanço em território iemenita».

Se não fosse o negócio das armas...

No ano seguinte, o fogo da artilharia das forças da coligação liderada pelos sauditas atingiu um mercado iemenita perto da fronteira, provocando a morte a 89 civis. Em Setembro, o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, debruçando-se sobre o Iémen, sublinhou que a venda de armamento apenas serve para perpetuar o conflito.


«Se não fosse o negócio das armas, a guerra não se prolongaria como está a acontecer, a guerra não continuaria a destruir o povo do Iémen como o tem feito», disse Ardi Imseis, um dos autores da reportagem.

A comunicação social britânica já tinha revelado informações semelhantes sobre a ampla participação de empresas do Reino Unido na monitorização dos ataques aéreos e na preparação de aviões, armas e munições da coligação invasora, refere a al-Masirah, notando que o mesmo é válido para os EUA, cujo envolvimento se tornou público e documentado.

Para a cadeia iemenita, esta reportagem vem confirmar que a «coligação» liderada pelos sauditas foi desde o início uma fachada para as potências ocidentais, que dirigem as operações que atingem o Iémen.

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A França, com 8% das vendas, é o terceiro maior exportador. Seguem-se a Alemanha (5,5%) e a China (5,2%), para fechar a lista dos cinco países que mais armas venderam entre 2016 e 2020. Na parte inferior do «top dez» situam-se Reino Unido, Espanha, Israel, Coreia do Sul e Itália.

O SIPRI nota que, por comparação com 2011-2015, os últimos cinco anos registaram um pequeno decréscimo no volume de vendas de armamento (menos 0,5%), pondo fim a mais de uma década de aumentos sucessivos.

Foi a primeira vez desde o período 2001-2005 que o volume de trocas de armas entre países – um indicador da procura – não registou um aumento por comparação com o período anterior de cinco anos.

Arábia Saudita, o maior importador

Os países do Médio Oriente registaram o maior aumento de importações de armas a nível mundial entre 2016 e 2020, importando mais 25% que nos cinco anos anteriores. Arábia Saudita (61%), Egipto (136%) e Catar (361%) registam os maiores aumentos.

Quatro dos dez maiores importadores de armas são desta região, que representa 33% das importações a nível global: aos três países referidos juntam-se os Emirados Árabes Unidos. Só a Arábia Saudita representa 11% de todo o volume de armas importadas mundialmente nestes cinco anos.

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Sauditas usaram mais de 3000 bombas de fragmentação no Iémen

A coligação liderada pelos sauditas recorreu a bombas de fragmentação de fabrico diverso ao longo da guerra de agressão contra o Iémen, desde 2015, provocando centenas de vítimas civis.

Crianças numa zona bombardeada no Iémen
Créditos / Sputnik News

«As informações e os dados que temos mostram que foram utilizados oito tipos de bombas de fragmentação, de fabrico norte-americano, britânico e brasileiro, durante a guerra no Iémen», revelou Ali Sofra, director-geral do Centro Executivo de Desminagem do Iémen, informaram este domingo os canais de notícias al-Maloumeh e al-Masirah.

O responsável precisou que a Arábia Saudita e os seus aliados lançaram 3179 bombas de fragmentação no Iémen desde o início da campanha de agressão, em Março de 2015, e que as vítimas civis, na sua maioria mulheres e crianças, são mais de mil. Muitas delas perderam a vida quando se encontravam em campos agrícolas e áreas de pasto.

«A monarquia árabe utilizou esse armamento, cujos efeitos são intrinsecamente indiscriminados, nos ataques aéreos que levou a cabo nas províncias de Saada, Saná, Hajjah, Hudayda, Jawf, Amran, Taizz, Dhamar e Mahwit», disse ainda Sofra, citado pela HispanTV.

Em Junho do ano passado, o Ministério iemenita dos Direitos Humanos alertou para os riscos que este tipo de armamento colocava à população civil, uma vez que é pouco preciso, abrange extensas áreas e constitui um perigo mortal para os civis mesmo depois de terminado o conflito. O Ministério acusou então a coligação liderada pela Arábia saudita de ter usado milhares de bombas de fragmentação em áreas residenciais, provocando inúmeras vítimas mortais.


A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a utilização destas munições no Iémen, considerando que se trata de «um crime de guerra». Em 2010 entrou em vigor a Convenção contra as Bombas de Fragmentação, que havia sido assinada dois anos antes por mais de uma centena de países.

Num tweet publicado esta segunda-feira, Ali Sofra criticou as organizações internacionais e de direitos humanos por evitarem falar sobre a existência de ataques aéreos e a utilização de bombas de fragmentação no Iémen. «Quaisquer vítimas de bombas de fragmentação no Iémen não são referidas nos seus relatórios anuais humanitários e de direitos humanos», escreveu, citado pela PressTV.

EUA «congelam» venda e Itália deixa de vender armamento aos sauditas

Joe Biden, o presidente recentemente empossado dos EUA, um dos grandes fornecedores de armamento à coligação liderada pelos sauditas e um dos principais envolvidos no Ocidente, juntamente com o Reino Unido, na guerra de agressão ao Iémen, anunciou na quarta-feira da semana passada o congelamento da venda de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, cujo volume de negócio tinha incrementado fortemente sob os auspícios de Donald Trump.

Na sexta-feira, a Itália – um de vários países ocidentais envolvidos na venda de armas à Arábia Saudita e que muito lucram com a guerra de agressão ao Iémen – anunciou o fim da exportação de armamento à Arábia Saudita e e aos Emirados Árabes Unidos.

Luigi Di Maio afirmou que se tratava de um «acto necessário», de uma «clara mensagem de paz do nosso país» e que, para a Itália, o «respeito pelos direitos humanos é um compromisso inquebrável». Se for para valer, mais vale tarde que nunca. A guerra e o martírio do povo iemenita começaram há seis anos.

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Os EUA foram responsáveis por mais de metade das armas exportadas para a região (52%), seguindo-se a Rússia (13%) e a França (12%).

A região do mundo que mais armas importou foi a Ásia e Oceânia (42%). Índia, Austrália, China, Coreia do Sul e Paquistão foram os países que mais armas importaram na região.

O SIPRI afirma que é cedo para dizer se uma recessão associada à pandemia de Covid-19 pode fazer abrandar os negócios de armas. «O impacto económico da Covid-19 podia levar alguns países a diminuir as importações de armas nos próximos anos. No entanto, ao mesmo tempo, mesmo no auge da pandemia, em 2020, vários países assinaram grandes contratos de armamento», releva o SIPRI.

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Questionado sobre se este negócio «é consistente com a promessa do governo dos EUA de liderar a diplomacia com vista a pôr fim ao conflito no Iémen», Falk respondeu que não, rejeitando a declaração como uma alegação «falsa».

«Esta é uma afirmação claramente falsa», acusou, acrescentando que os mísseis ar-ar protegem o espaço político nacional saudita, dando ao reino a liberdade de fazer a guerra fora de seu território com expectativas substancialmente reduzidas de ver o seu país atacado. «Por outras palavras, o objectivo do armamento defensivo é muitas vezes isolar a guerra ofensiva da retaliação e, dado o historial saudita, esse parece ser o caso», frisou Richard Falk.

Não há «incentivo para a via diplomática»

«Tal militarismo parece fazer aumentar a capacidade de combate da Arábia Saudita e não apresenta nenhum incentivo para acabar com o conflito no Iémen pela via diplomática. Se a intenção fosse uma mudança no sentido da diplomacia, poderia ter sido sinalizada oferecendo às forças opositoras iemenitas capacidades militares equivalentes ou condicionando a venda dos mísseis a um esforço de boa-fé para resolver o conflito através de negociações. Não houve nenhum esforço tangível ou credível nessa direcção», acrescentou.

O académico norte-americano criticou a incapacidade da ONU para pôr fim ao conflito no Iémen, afirmando que «estamos a assistir a mais um caso em que a ONU e a segurança internacional são incapazes face aos alinhamentos geopolíticos que se dedicam a encontrar soluções militares para conflitos políticos».

«Nesta perspectiva, não há um ponto final à vista para o conflito e o sofrimento humano no Iémen, e é provável que não surja nenhum, a não ser que a Arábia Saudita se sinta ameaçada por outras fontes ou enfrente pressões internas significativas. A morte dos iemenitas, infelizmente, não faz parte dos cálculos políticos realizados pelos cínicos criadores dos objectivos da política externa de Riade», sublinhou.

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Quebrando a promessa de pôr fim à guerra, a administração de Biden não só não está a pressionar a Arábia Saudita nesse sentido, como continuou a vender tecnologia militar à monarquia do Golfo e, segundo refere o portal multipolarista.com, pondera inclusive voltar a classificar a resistência Huti Ansarullah como «terrorista», tal como o fez o seu antecessor, Donald Trump.

Entretanto, o Conselho Norueguês de Refugiados alertou que o número de civis mortos ou feridos no Iémen quase duplicou desde que o Conselho de Direitos Humanos da ONU votou a favor de acabar com o mandato dos especialistas que analisavam crimes de guerra no Iémen, em Outubre último.

«Nos quatro meses anteriores ao fim da monitorização dos direitos humanos, 823 civis foram feridos ou mortos na guerra. Nos quatro meses que se seguiram, foram 1535 civis», informou o conselho.

Neste período, houve 39 vezes mais vítimas civis provocadas pelos ataques aéreos sauditas.

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Em Março de 2015, uma coligação liderada pela Arábia Saudita, com o apoio dos EUA, do Reino Unido e de outras potências ocidentais e regionais, lançou uma campanha militar contra o Iémen, tendo como objectivo declarado recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, e suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah, que, em conjunto com o Exército iemenita, tem resistido aos invasores.

A agressão militar, que agora cumpriu sete anos, destruiu as infra-estruturas do mais pobre dos países árabes e provocou centenas de milhares de mortos, feridos e deslocados, tendo estado na origem daquilo que as Nações Unidas classificaram como a mais grave crise humanitária dos tempos modernos.

«A perspectiva para o povo iemenita é, neste momento, extremamente preocupante», alertou Steiner, acrescentando: «A realidade é que o desespero, a pobreza e a destruição atingiram um nível no Iémen em que a maioria da população, de uma forma ou de outra, já não é capaz de se sustentar a si mesma.»

Cortes nos fundos e na ajuda humanitária

As afirmações do responsável das Nações Unidas tiveram lugar no mesmo dia em que a aviação saudita bombardeou zonas residenciais na capital iemenita, Saná, e outras regiões do país, depois de, no sábado, o movimento Huti Ansarullah ter declarado um cessar-fogo de três dias.

A trégua unilateral seguiu-se a uma vaga de ataques com mísseis e drones, na sexta-feira, que atingiram alvos em vários pontos da Arábia Saudita, incluindo instalações petrolíferas na cidade de Jeddah.

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ONG alerta para solidariedade selectiva com desvio de fundos para a Ucrânia

A Oxfam International alertou esta sexta-feira para o desvio de ajudas já destinadas a certos países como forma de fazer frente à crise migratória com origem na Ucrânia.

De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 12 milhões de pessoas enfrentam uma seca devastadora e passam fome na Somália, no Quénia e na Etiópia 
Créditos / @UNOCHA

As repercussões mundiais da actual «crise ucraniana» – que já se sentem no aumento dos preços de bens, alimentação e energia – poderiam minar os fundos de ajuda dos países doadores, destinados a pessoas que estão noutros «pontos quentes» humanitários, refere a organização não governamental (ONG) numa nota de imprensa.

Neste sentido, o organismo indica que a União Europeia (UE) reduziu para mais de metade os fundos humanitários para Timor-Leste. Outros doadores adiantaram que vão cortar em 70% a ajuda oficial para o desenvolvimento do Burkina Faso, e outros países da África Ocidental estão a receber notícias semelhantes.

Evelien Van Roemburg, directora do gabinete da Oxfam na UE, sublinhou que a população do Iémen e da Síria, os milhões que passam fome na África Oriental e Ocidental ou as pessoas que estão em acampamentos no Bangladesh «não devem ser penalizados» por causa dos cuidados que o povo da Ucrânia deve ter.

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Migrantes e refugiados passam por «horrores inimagináveis» ao atravessar a Líbia

Um relatório da ONU divulgado esta quinta-feira denuncia as «violações massivas de direitos humanos» dos migrantes e refugiados quando atravessam a Líbia em busca de uma vida melhor.

Um migrante num centro de detenção na Líbia, quando da visita de uma equipa da Unicef, em Fevereiro de 2017
CréditosRomenzi / Unicef

O relatório, publicado conjuntamente pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês), revela com detalhe uma série de «terríveis violações e abusos cometidos tanto por funcionários estatais como por grupos armados e traficantes de pessoas».

No resumo que antecede o documento propriamente dito – com 61 páginas e acessível apenas em inglês –, afirma-se que a investigação abarca um período de 20 meses até Agosto de 2018 e foi levada a cabo por funcionários das Nações Unidas especializados em direitos humanos, que entrevistaram mais de 1300 migrantes e refugiados na Líbia, na Nigéria e em Itália.

Com base nas entrevistas e também nas visitas efectuadas a centros de detenção na Líbia, os funcionários registaram os «horrores inimagináveis» por que passam os migrantes e refugiados «desde que entram em território líbio, durante o tempo que ali permanecem e – quando conseguem sobreviver – nas tentativas de atravessar o Mar Mediterrâneo».

Entre os «horrores referidos», contam-se casos de execução extrajudicial, torturas, detenções arbitrárias, violações em grupo, escravidão e trabalho forçado, denunciam ambos os organismos das Nações Unidas, sublinhando que «o clima de anarquia» que se vive actualmente no país africano é «terreno fértil para as actividades ilícitas, como o tráfico de pessoas e o contrabando».

«Aqueles que conseguem chegar à costa e, no final, tentam empreender a perigosa travessia do Mediterrâneo são interceptados de forma crescente pela Guarda Costeira da Líbia (GCL), que os leva de volta para a Líbia, onde muitos são novamente submetidos ao esquema de abusos de que acabaram de escapar», alerta o relatório.

Os cerca de 29 mil migrantes que a GCL obrigou a regressar ao país africano desde o início de 2017 foram transferidos para centros de detenção do Departamento de Combate à Migração Ilegal e, segundo refere o texto, milhares deles «continuam detidos indefinida e arbitrariamente, sem o devido processo, acesso a apoio legal ou a serviços consulares».

Neste sentido, as Nações Unidas lamentaram que a União Europeia e os seus estados-membros tenham mantido «uma política que visa reduzir a possibilidade de os migrantes e refugiados alcançarem as costas europeias», «contribuindo para que milhares de pessoas, desesperadas, fiquem presas na Líbia».


Ghassan Salamé, representante especial do secretário-geral da ONU e directora da UNSMIL, frisou que existe um «fracasso local e internacional na abordagem a esta calamidade humana escondida que continua a ter lugar na Líbia».

Por seu lado, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, destacou que «a situação é absolutamente horrorosa», e lembrou a necessidade de combater «a impunidade generalizada» para «acabar com o sofrimento de dezenas de milhares» de migrantes e refugiados, que «apenas procuram uma vida melhor».

Um país que «não é seguro», destruído pela NATO

As Nações Unidas consideram que a Líbia não é um «país seguro». Mais que isso, a Líbia é, desde a intervenção promovida em 2011 pelos EUA, a França, o Reino Unido e seus aliados contra o governo de Muammar Khadafi, um Estado falhado, destruído, onde diversos grupos armados passaram a lutar entre si pelo controlo de território e de recursos.

Em 2010, a Líbia era o país com maior Índice de Desenvolvimento Humano no continente africano, de acordo com dados das Nações Unidas. Com os seus imensos recursos aquíferos, petrolíferos e de gás a saque, a população das cidades líbias passou a sofrer de escassez de água, cortes de luz e falta de instalações médicas.

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Citada no portal da ONG, Van Roemburg denuncia que «todos os dias ouvimos falar de super-iates e mansões apreendidos», enquanto multimilionários de todas as nacionalidades crescem de forma «obscena» com a especulação, a evasão fiscal e o aumento vertiginoso dos lucros corporativos e dos preços das acções.

«Rejeitamos qualquer afirmação de acordo com a qual ajudar um refugiado da Ucrânia ou um agricultor faminto da Somália seja uma escolha», acrescentou.

Os países nórdicos prometeram 300 milhões de euros – quase por inteiro a Noruega – para ajudar a Ucrânia, mas isto equivale a 40% dos fundos de ajuda orçamentados pela Noruega e, se não houver um reforço, haverá grandes cortes noutros programas, indica a nota.

«Risco de catástrofe» no Iémen

Também esta semana, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, alertou para situação humanitária no Iémen, após sete anos de cerco e guerra de agressão liderada pelos sauditas – com apoio dos EUA –, e num contexto de falta de fundos para a ajuda humanitária.

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Iémen: má-nutrição infantil atinge nível mais elevado

«Se a guerra não acabar agora, caminhamos para uma situação irreversível e corremos o risco de perder toda uma geração de crianças», alertou a coordenadora humanitária da ONU para o Iémen, Lise Grande.

Pai com criança ao colo, apresentando sinais de má-nutrição aguda grave, numa província do Iémen, em Setembro de 2020
Créditos / PressTV

As Nações Unidas alertaram para «o nível mais elevado» de má-nutrição entre crianças pequenas em determinadas zonas do país árabe, que há cinco anos e meio é alvo de uma violenta campanha militar liderada pela Arábia Saudita.

A escalada da guerra, a crise económica, o grande impacto da pandemia de Covid-19 e a interrupção, por falta de fundos, em projectos de ajuda – ao nível do apoio alimentar e serviços de saneamento, água e higiene – «conduziram à beira do precipício uma população já exausta».

Num comunicado conjunto emitido esta semana, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmaram que mais de meio milhão de crianças com menos de cinco anos no Sul do Iémen apresentam níveis de desnutrição aguda jamais registados no país, acrescentando que um estudo em curso no Norte deve apresentar resultados «igualmente preocupantes».

De acordo com o relatório das três agências das Nações Unidas, nas áreas estudadas (133 distritos no Sul do país árabe) registou-se um aumento de 15,5% de casos de má-nutrição aguda grave entre as crianças com menos de cinco anos, o que significa que pelo menos 98 mil menores nessa faixa etária correm um «risco elevado de morrer» se não receberem tratamento urgente.

«Os dados que estamos a divulgar confirmam que a má-mutrição aguda entre as crianças está a atingir os níveis mais altos que vimos desde que a guerra começou», disse Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU para o Iémen.

Acrescentou que, desde Julho, tem vindo a chamar a atenção para esta situação e que «o Iémen está à beira de uma crise de segurança alimentar catastrófica». «Se a guerra não acabar agora, caminhamos para uma situação irreversível e corremos o risco de perder toda uma geração de crianças pequenas», avisou a funcionária das Nações Unidas.

Guerra de agressão e pior crise humanitária do mundo

O Iémen enfrenta a pior crise humanitária do mundo. Particularmente afectada pela fome, a população iemenita tem sido também atingida por doenças como cólera, difteria, sarampo e dengue, na sequência da guerra de agressão lançada pela Arábia Saudita em Março de 2015, à frente de uma coligação de países aliados e que contou com forte apoio do Ocidente, nomeadamente dos EUA e do Reino Unido.


Apesar de não ter conseguido alcançar os objectivos declarados de suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, a coligação liderada pelos sauditas prossegue a guerra, continuando a fazer baixas entre a população civil, incluindo crianças.

Segundo as agências da ONU, quase 80% da população iemenita (24 milhões de pessoas) dependem de alguma forma de ajuda. Em meados de Outubro, as agências apenas tinham recebido 1,43 mil milhões de dólares dos 3,2 mil milhões que são necessários, em 2020, para financiar os projectos de ajuda humanitária no Iémen.

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Apesar de a ONU ter classificado a situação no Iémen como a maior crise humanitária do planeta nos tempos modernos, após quase sete anos seguidos de «morte, destruição, deslocações, fome… numa escala massiva», o secretário-geral revelou que o organismo e os seus parceiros foram obrigados a «redimensionar ou encerrar» dois terços dos programas vitais no país árabe devido a falta de fundos.

De acordo com o responsável pelos Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, são necessários quase 4,3 mil milhões de dólares, este ano, para ajudar mais de 17 milhões de pessoas no Iémen.

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Achim Steiner mostrou-se preocupado com o facto de este conflito «receber menos atenção» e, acima de tudo, com a possibilidade de os doadores internacionais «irem cortar fundos». «Isto devia-nos preocupar a todos», frisou.

Aproximadamente 80% dos cerca de 30 milhões de iemenitas dependem de ajuda para sobreviver. Este mês, a ONU referiu que eram necessários quase 4,3 mil milhões de dólares, em 2022, para ajudar mais de 17 milhões de pessoas no Iémen. No entanto, o organismo só conseguiu juntar 1,3 mil milhões.

Isto significa que «aquilo que vamos ver ao longo de 2022 é uma redução maior da ajuda humanitária […]. Tudo isto estará comprometido», disse Steiner.

«Esta guerra… não resolveu nada», sublinhou.

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O chefe da delegação negociadora iemenita, Mohammad Abdul Salam, congratulou-se com este anúncio, enquanto Mohammad Ali al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo, disse que «o povo deve ter cuidado» e que a trégua só será «credível ao ser implementada».

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, país considerado um aliado do movimento de resistência Huti, também se congratulou com a trégua.

Saeed Khatibzadeh, porta-voz governamental, disse este sábado ter esperança de que o cessar-fogo alcançado seja o prelúdio do levantamento completo do bloqueio ao Iémen e do estabelecimento de uma trégua permanente.

Manifestou igualmente o apoio de Teerão a uma solução política e humanitária para o conflito no mais pobre dos países árabes.

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