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Enorme manifestação em Saná contra o bloqueio saudita

Milhares de iemenitas mobilizaram-se este domingo na capital do país em protesto contra o bloqueio saudita apoiado pelos EUA e para denunciar as dificuldades económicas daí resultantes.

Uma multidão manifestou-se em Saná contra o «bloqueio asifixiante» imposto ao país pela Arábia Saudita e os EUA 
Créditos / Fars

Uma multidão participou ontem, em Saná, na marcha de protesto contra o bloqueio imposto pela Arábia Saudita ao Iémen, com o apoio dos Estados Unidos, noticiou a cadeia de TV iemenita al-Masirah.

Os manifestantes acusaram os EUA de manterem uma guerra económica contra o país árabe empobrecido, por via do apoio total que dão à coligação militar liderada pelos sauditas, que em Março de 2015 iniciou uma brutal campanha de agressão contra o Iémen. Nos últimos anos, a agressão foi complementada com um «bloqueio asfixiante», noticia a agência Fars.

Gritando palavras de ordem contra Washington, os manifestantes denunciaram que a Arábia Saudita é um «mero instrumento nas mãos da Casa Branca», que «aumentou em 100% as taxas alfandegárias contra os iemenitas por via do regime de Riade».

Discursando na manifestação, Mohammed Ali al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo do Iémen, sublinhou que os EUA estão empenhados em desvalorizar o rial iemenita em relação ao dólar norte-americano.

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Grandes manifestações no Iémen contra a guerra de agressão saudita

Em Saná e noutras cidades do país muitos milhares de iemenitas manifestaram-se contra a guerra e o bloqueio sauditas, e denunciaram a classificação, pelos EUA, do movimento Ansarullah como «terrorista».

Milhares de iemenitas denunciaram, esta segunda-feira, a guerra de agressão contra o país; pelo mundo fora, centenas de organizações exigiram o fim da guerra saudita no Iémen e denunciaram o papel dos países ocidentais
Créditos / Al Mayadeen

No Dia Internacional contra a Guerra no Iémen, esta segunda-feira, os manifestantes gritaram palavras de ordem de condenação contra os crimes de guerra perpetrados pela coligação liderada pela Arábia Saudita e contra o bloqueio levado a cabo por esta coligação, sob o silêncio e a cumplicidade internacionais, refere a Al Mayadeen.

Em simultâneo, os manifestantes, que participaram em mobilizações na capital e em vários pontos do país nas províncias de Saada, Taiz, Ibb, Dhamar, Raymah, Dali, Hajjah, Amran, Bayda, Mahwit, Marib e Jawf, declararam o seu apoio ao movimento Huti Ansarullah e pediram à administração norte-americana que reverta a decisão de classificar o movimento como «terrorista», sublinhando que o Ansarullah é «uma parte inseparável do Iémen, determinada a defender o país da agressão saudita».

Em declarações à Al Mayadeen, Muhammad al-Bukhaiti, membro do Conselho Político do movimento Huti Ansarullah, disse que a decisão de Washington visa «aterrorizar os iemenitas», mas destacou que «essa tentativa de pressão […] não dará frutos».

Por seu lado, o comunicado da manifestação que teve lugar na província de Saada sublinhou que «a agressão contra o Iémen é sobretudo norte-americana» e que designar o movimento Ansarullah como organização terrorista evidencia o fracasso de Washington no Iémen.

Além disso, o documento destaca que «terrorismo real» é bloquear portos e aeroportos, como está a fazer a coligação norte-americana-saudita, informa a Al Mayadeen.

No âmbito deste Dia Internacional contra a Guerra no Iémen, foram convocadas mobilizações em países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Suécia, França, Países Baixos, Bélgica e Itália.

Mais de 300 organizações pedem o fim da guerra saudita contra o Iémen

Organizações humanitárias e de defesa da paz em todo o mundo firmaram uma declaração em que se apela ao fim da campanha saudita contra o seu vizinho do sul, iniciada há quase seis anos.

O texto afirma que, desde 2015, o bombardeamento e o bloqueio comandados pelos sauditas no Iémen mataram centenas de milhares de pessoas e devastaram o país, e, apesar da crise humanitária, das condições em que as pessoas vivem e da pandemia de Covid-19, a Arábia Saudita prossegue a escalada da guerra e aperta o bloqueio.


«A guerra só é possível porque os países ocidentais – e os Estados Unidos e o Reino Unido em particular – continuam a armar a Arábia Saudita e a fornecer apoio militar, político e logístico à guerra», lê-se na declaração.

Entre os signatários do texto contra a guerra no Iémen há organizações do Iémen, Alemanha, Áustria, Bangladesh, Canadá, Chile, Chipre, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia, França, Índia, Itália, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Suécia, Suíça, entre outros países.

Exigem que se «pare a agressão externa ao Iémen; pare a venda de armas e o apoio militar à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos; levante o bloqueio ao Iémen e sejam abertos todos os portos e aeroportos; restaure e expanda a ajuda humanitária ao povo do Iémen».

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O representante político insistiu que os Estados Unidos estão por trás do bloqueio imposto ao povo iemenita, afirmando que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não passam de instrumentos, indica a Al Mayadeen. Referiu-se ainda à Síria, ao Líbano e à Palestina para sublinhar que os seus povos sofreram bastante quando os EUA se viraram para eles – tal como acontece com o povo iemenita agora.

Al-Houthi disse que, apesar de estarem sob cerco, são acusados de participar no bloqueio, «numa tentativa de falsear e distorcer os factos». Acrescentou que o Iémen não necessita de qualquer ajuda dos países agressores. «Se os agressores nos derem acesso às receitas dos portos do Iémen, do petróleo e do gás, então seremos capazes de pagar os salários dos funcionários», disse.

No final da mobilização, foi lida uma declaração de protesto contra a destruição da economia do Iémen por parte da coligação liderada pelos sauditas, com o apoio dos EUA, e de denúncia do «impacto esmagador» dessas medidas na situação humanitária que se vive no país.

«Condenamos a continuação das sanções, o impedimento da entrada no país de navios com derivados de petróleo e a escalada na agressão económica por parte dos países agressores, que visa intensificar o sofrimento do povo iemenita», afirma o texto.

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