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Alunos do básico e secundário exigem melhores condições nas escolas

Mais professores e auxiliares, e simultaneamente menos alunos por turma, são algumas reivindicações dos estudantes que na quinta-feira vão concentrar-se em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa.

Um aluno passa por uma faixa durante o protesto «Fartos de Blá Blá! Obras Já!» na Escola Secundária de Camões, 7 de Fevereiro de 2018
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Promovida pelas associações de estudantes da Escola Artística António Arroio e da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, a acção de luta é motivada pelo vários problemas que há longos anos atingem os alunos e que a pandemia veio agravar.

«Além da opinião negativa acerca do ensino à distância, que veio agravar desigualdades e impedir a aprendizagem da maioria dos estudantes, os alunos queixam-se da falta de funcionários e a consequente falta de higienização das salas e não funcionamento de serviços essenciais, como bibliotecas, papelarias, cantinas e reprografias», lê-se num comunicado das associações promotoras, enviado ao AbrilAbril

A denúncia está patente na carta que durante o protesto desta quinta-feira será entregue ao ministro Tiago Brandão Rodrigues. Na missiva, subscrita por 30 associações de estudantes de todo o País, alerta-se também para a sobrelotação das turmas, com «origem na falta de professores», e para a urgência da retirada do amianto das escolas e realização de obras a fim de se ultrapassarem questões como a falta de aquecimento, roturas nos edifícios e «diversos outros problemas que derradeiramente põe em causa o bem-estar e integridade dos alunos».

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Greve contra falta de pessoal no Agrupamento de Escolas Vergílio Ferreira

Os trabalhadores protestam contra a falta de auxiliares de acção educativa, que já se fazia sentir antes da pandemia, mas que se agravou devido a situações de isolamento profilático e quarentena.

(foto de arquivo)CréditosManuel de Almeida / Agência Lusa

O «ritmo de trabalho alucinante» dos funcionários que trabalham no Agrupamento de Escolas Vergílio Ferreira, em Lisboa, foi o motivo desta paralisação, afirmou em delcarações aos jornalistas Francelina Pereira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA/CGTP-IN).

A dirigente, que participava na concentração de protesto que acompanhou a greve, acrescentou ainda que o problema foi «empurrado com a barriga» pelo Ministério da Educação durante anos, o que retirou condições às escolas para responder ao surto epidémico de Covid-19.


Apesar de o Ministério da Educação ter anunciado a contratação, antes do final do 1.º período, de mais 1500 funcionários, a realidade nas escolas da cidade de Lisboa é «verdadeiramente dramática», alerta também o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL/CGTP-IN).

Neste agrupamento, cinco das seis salas de uma das escolas têm casos de Covid-19 registados e encontram-se em confinamento. Noutra escola, há já duas turmas confinadas, enquanto a coordenação ficou em casa a dar orientações via telefone.

Para o SPGL, são os baixos salários, as más condições de trabalho e a precariedade que «ameaçam» o funcionamento das escolas de Lisboa, levando a que não existam candidatos suficientes para ofertas de emprego que são feitas pelas autarquias e pelas escolas.

«A falta de assistentes operacionais, que já se fazia sentir antes da pandemia, agravou-se devido a situações de substituição em casos de isolamento profilático e quarentena», e até de aposentação, pois trata-se de «um grupo profissional envelhecido», afirma a organização sindical.

O processo de transferência de competências para a autarquia não veio contribuir para solucionar esta escassez, defende o sindicato, acrescentando que o envelhecimento destes profissionais e as novas necessidades das escolas «não se compadecem com nenhum rácio estabelecido».

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Por outro lado, expressam a sua «frustração» quanto ao que apelidam de «opressão» da democracia escolar, materializada na «proibição e/ou sabotagem» dos processos eleitorais para as associações de estudantes, e impedimentos na realização de reuniões ou assembleias gerais, por parte das direcções das escolas, a pretexto do surto de Covid-19.

Os estudantes exigem ao Governo que tome medidas para que os dois anos lectivos afectados pandemia (2019/2020 – 2020/2021) não representem «um atraso irreparável» na vida de centenas de milhares de estudantes. 

Os representantes dos estudantes da António Arroio esclarecem que a concentração desta quinta-feira, marcada para as 16h, surgiu na sequência de uma reunião, no final de Março, na qual participaram as 30 associações subscritoras do manifesto.

Após a reunião, «concluiu-se que a falta de investimento na educação pública conduziu a generalidade das escolas do País a problemas profundos que, com a actual situação de incidência da pandemia, fizeram-se ficar mais marcados no dia-a-dia dos estudantes», frisam.

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