Os dados serão apresentados esta sexta-feira no Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas e o barómetro, que foi iniciado em 2014, avança ainda com dados (que se mantêm inalterados desde então) de que há 6,8% de portugueses que nunca vão a consultas de medicina dentária e que cerca de 25% só vão em caso de urgência.
Destes, um em cada cinco afirma não ter capacidade financeira para aceder a estes cuidados, ainda que este número tenha descido face ao verificado no ano passado. Quando se iniciou este barómetro, em 2014, quase três em cada quatro (72%) dos inquiridos consideravam a medicina dentária uma área mais cara do que as outras áreas da saúde, sendo que nesta edição o número caiu para pouco mais de metade (54%).
Verifica-se ainda que um em cada três portugueses (35,7%) não vai ao dentista há mais de um ano.
Dos inquiridos, 87,4% confirmaram que mantêm regularidade em idas ao dentista, tendo diminuído o número, face ao ano de 2018, daqueles que diminuíram a frequência destas consultas.
O barómetro explica que, «ainda que os resultados mostrem que os portugueses estão a ir ao médico dentista com maior regularidade, não são novos doentes, são doentes habituais que aumentaram a regularidade das visitas aos consultórios de medicina dentária». E avança que o aumento de utentes com seguros ou planos de saúde também ajuda a explicar este aumento, uma vez que em 2014 eram apenas 4%, e, agora, já chegam aos 15%.
Neste ano, o número de portugueses com a dentição completa mantém-se perto dos 31%, assim como o de portugueses com falta de todos os dentes (10%).
Quase metade dos portugueses que hoje têm falta de dentes naturais não possuem dentes de substituição (48,6%), tendo este número descido relativamente a 2014, quando a percentagem era de 56,1%.
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, entende que «são estas pessoas, por regra com menos recursos e informação, as mais vulneráveis e as que mais precisam de resposta urgente por parte do Ministério da Saúde».
Segundo o bastonário, «há 59% de portugueses que não sabem que o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza a área de medicina dentária», o que exige «maior divulgação das consultas de medicina dentária nos centros de saúde e que os médicos de família indiquem os doentes em condições de aceder a essas consultas».
Os inquiridos pelo barómetro consideram que grávidas, diabéticos e portadores de doenças cardíacas ou respiratórias deveriam ter um acesso mais facilitado a cuidados de medicina dentária.
Com agência Lusa
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