Em comunicado, a CGTP-IN informa do falecimento de Daniel Cabrita (1938-2025), «dirigente sindical e incansável lutador pelos direitos dos trabalhadores», cujo contributo foi importante para o reforço do Movimento Sindical Unitário.
Nasceu e viveu no Barreiro, onde desde cedo contactou com a resistência anti-fascista, tendo participado activamente na luta clandestina contra a ditadura fascista.
Daniel Cabrita destacou-se como dirigente sindical, tendo sido eleito, em Março de 1968, presidente da Direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, embora só tenha tomado posse em Janeiro de 1969, dada a imposição de homologação ministerial. Foi preso em Maio de 1969 sendo libertado pouco tempo depois.
Em Outubro de 1970, fez parte da fundação da Intersindical Nacional, num tempo em que os sindicatos se batiam pela satisfação de reivindicações e o regime tinha uma atitude de perseguição e de violência contra os seus dirigentes. Foi reeleito para a direcção no cargo de 1.º secretário, em Março de 1971, mas em 30 de Junho de 1971 foi preso, mais uma vez, pela PIDE-DGS durante as férias, em Sesimbra, e acusado de pertencer ao PCP, partido a que tinha aderido na década de 60. Submetido a várias torturas, esteve preso até 30 de Junho de 1973, em Caxias e em Peniche. A sua prisão desencadeou uma enorme onda de protestos e solidariedade, a nível nacional e internacional, nomeadamente, da CGT francesa e CGIL italiana.
Depois do 25 de Abril, integrou os gabinetes dos ministros do Trabalho, Avelino Gonçalves e Costa Martins. Foi candidato, pelo Círculo de Setúbal, às eleições para a Assembleia Constituinte e às legislativas de 1980.
Foi membro da Assembleia Municipal do Barreiro durante vários mandatos, eleito pelo PCP/CDU, e dirigente do Cine Clube do Barreiro entre 1963 e 1965.
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