As notícias na imprensa desta segunda-feira, dão conta de que os ligeiros aumentos salariais dos últimos anos não chegam para compensar a subida de preços que, apesar de algum abrandamento, se mantém.
Na verdade, dezenas de milhares de famílias portuguesas são vítimas do aumento do custo de vida, nomeadamente através do aumento de bens essenciais de alimentação, independentemente da anunciada redução dos preços, a qual não trava uma enorme acumulação de lucros nos grupos da grande distribuição.
Por outro lado, voltam a subir os preços dos combustíveis, com o anúncio de novos (velhos) aumentos, enquanto, fruto de uma sistemática especulação em torno dos preços, se acumulam os lucros nas principais empresas da energia – como a GALP que, no 1.º semestre de 2023, obteve mais 21% de ganhos que no mesmo período do ano anterior.
Entretanto, o permanente aumento de custos com a habitação – aumento das rendas e da prestação de créditos, subida dos juros – coloca continuadas dificuldades aos trabalhadores e às famílias para suportar esses encargos, contrastando com os lucros da banca, os quais, no primeiro semestre deste ano, atingiram cerca de 11 milhões de euros por dia.
Nesse sentido, independentemente de acções de propaganda sobre alegados sucessos macro-económicos, redução de preços ou abrandamento da inflação, a realidade é o duro confronto das populações com a perda do seu poder de compra, a exigir, por um lado, o aumento de salários e das pensões e, por outro, a fixação de preços e das margens máximas de lucro.
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