|aumento de preços

Novos aumentos de preços, agravam desigualdades e acentuam a pobreza

O problema estrutural da pobreza, de que tanto se fala, não se resolve com caridade e assistencialismos, aumento da exploração ou baixos salários, nem com a acumulação escabrosa de lucros, por parte do grande capital.

Manifestação do movimento Vida Justa contra o aumento do custo de vida e a falta de habitação a preços decentes em Portugal, país onde os ricos estão cada vez mais ricos e sofrem os que menos têm e menos podem. Lisboa, 25 de Fevereiro de 2023
A pobreza que afecta milhões de portugueses agrava-se com o aumento generalizado de preços de bens e serviços essenciais CréditosPedro Nunes / REUTERS

«Precisamos de menos pobreza, a pobreza, nos dois milhões de portugueses, é um problema de fundo estrutural que a democracia não conseguiu resolver», afirmou o Presidente da República na sua mensagem de Ano Novo. Aliás, a pobreza tem sido um tema recorrente nas intervenções presidenciais.

Ora aí está a «resposta» habitual para o problema: novos aumentos dos preços, nomeadamente do pão, leite, café, ovos, carne, rendas, medicamentos, telecomunicações, seguros e transportes. O nível médio dos preços subiu cerca de 16% em relação a 2021.

Tratam-se de aumentos que se somam aos dos anos anteriores, sempre com as estafadas justificações do alegado problema da produtividade e do aumento dos custos de produção. Em sentido contrário, a realidade é uma continuada e crescente acumulação de lucros, conforme, por exemplo, o volume de lucros dos principais 19 grupos económicos: 32 milhões de euros de lucros por dia, com destaque para a banca.

O que essa realidade nos mostra é um País com aproximadamente dois milhões de pessoas, incluindo 300 mil crianças, a viverem abaixo do limiar da pobreza, um País em que um milhão de reformados têm pensões abaixo de 510 euros. É a estes que se dirigem os discursos da pobreza, mas as políticas prosseguidas por este Governo, essas, são feitas à medida daqueles que mais têm e mais podem, os do costume.

Em 2025, urgente e necessário era que, em vez da distribuição de milhares de milhões de euros em dividendos aos accionistas das grandes empresas, se promovessem aumentos salariais dignos, bem como das reformas e pensões. Mas também se garantisse a regulação dos preços de serviços essenciais, como as telecomunicações ou a energia, com a aplicação da taxa reduzida do IVA nas despesas da luz, gás, internet e bens alimentares essenciais, para além da descida significativa das prestações e das rendas.

As palavras sobre a pobreza, por melhor que soem, não passarão de isso mesmo, enquanto andarem de costas voltadas com as práticas políticas, nomeadamente com as leis que se aprovam e promulgam!

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui