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Pelo PAN os cães ladram e a legalização do tráfico de influências e corrupção passa

O PAN entregou um novo projecto de lei para regulamentar o «lóbi», a forma ardilosa para incentivar e intensificar a promiscuidade entre o sector público e o sector privado e lesar os interesses do povo favorecendo os interesses dos magnatas.

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

É uma velha intenção do PAN, revela também quais as prioridades do partido liderado por Inês Sousa Real, mas não deixa de ser caricato ser colocado tantas vezes este tema à discussão quando há graves problemas no país para resolver. O PAN entregou um novo projecto de lei para regulamentar o «lóbi».

O partido que se apresenta como animalista traz, mais uma vez, a proposta à discussão à boleia da espuma dos dias, e não esconde tal agenda. Disse Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, que existem zonas cinzentas e lacunas no ordenamento jurídico português e, instrumentalizando casos mediáticos, propõe-se avançar na legalização da corrupção e tráfico de influências, como se isso resolvesse o problema de fundo. 

«As mais recentes condenações de Ricardo Salgado e Manuel Pinho devem fazer-nos relembrar a importância de em Portugal prevenirmos todos os fenómenos de corrupção, o tráfico de influências, e traçarmos uma linha muito clara entre o que é uma influência legítima, regulamentada, transparente, e o que é uma influência ilegítima e, como tal, ilegal», defendeu Inês Sousa Real, dando assim a ideia que se dependesse dela, a promiscuidade deste caso e a submissão do poder político ao poder económico não é matéria de condenação.

A questão é que as intenções do PAN não ficam por aqui, havendo mesmo o objectivo de desvirtuar o papel dos advogados e incluir os escritórios dos advogados no registo de actores de tráfico de influências legalizado. 

Para o PAN, «a atividade do lóbi não deve ser uma atividade exclusiva ou um privilégio de alguns» disse Inês Sousa Real, não dizendo, no entanto, que quem exerce o tráfico de influências não é o trabalhador comum, mas sim quem quer ver-se beneficiado e usa a sua situação de classe e poder económico para perpetuar o regime de privilégio em que se encontra.  
 

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