A Polícia Judiciária (PJ) participa desde Junho de 2015 num projecto de desenvolvimento de tecnologias e métodos para interrogatórios policiais coordenado pela Universidade Bar-Ilan e em que participa a Polícia Nacional de Israel.
O Law Train tem um financiamento de 5 milhões de euros da Comissão Europeia e apresenta como objectivo «a melhoria das competências de interrogatório intercultural das forças de segurança» no combate ao narcotráfico.
As forças de segurança israelitas são frequentemente acusadas de recurso a técnicas de tortura nos interrogatórios a detidos palestinianos. Desde 1994 que o Comité contra a Tortura da ONU denuncia essas práticas.
A participação da PJ no projecto foi decidida pelo governo de PSD e CDS e prevê o acesso de dados pelos «membros parceiros». O Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores, Investigação e Desenvolvimento, um laboratório associado da Fundação para a Ciência e a Tecnologia participado pelo Instituto Superior Técnico, é a outra instituição portuguesa participante no projecto.
Um conjunto de organizações portuguesas subscreveram uma campanha que rejeita a participação de Portugal no projecto. A campanha é promovida pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Em comunicado, as organizações «protestam contra este envolvimento de Portugal com entidades que fazem da negação dos valores da liberdade e dos direitos humanos a sua missão, e reclamam do Governo português que faça cessar de imediato a sua participação no projecto Law Train».
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