A notícia avançada pelo Público dá conta de que o documento para a política de Saúde, elaborado no âmbito do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, «dá ao utente a possibilidade de escolher entre o sector público e privado, numa opção financiada pelo Estado», e deveria ser debatido no conselho nacional dos social-democratas, marcado para 12 de Setembro.
Mas, adianta o diário da Sonae, a proposta já terá criado polémica na direcção do PSD pelo «receio» de que «só seja entendida como uma privatização da Saúde, mas também que venha a ser mesmo essa a consequência do modelo proposto». Como tal, este poderá não ser o texto original a ser apreciado no dia 12, embora o presidente Rui Rio já tenha manifestado a necessidade de «mudar o paradigma».
Na proposta dada a conhecer aos membros da direcção, «o Estado deverá ter apenas um poder de fiscalização e de regulação no sector da Saúde, em que o utente pode escolher onde quer ser tratado». A partir daí, lê-se na notícia, aprofundar-se-ia «a conversão do Serviço Nacional de Saúde em Sistema Nacional de Saúde, no qual a oferta pública se integra com a privada».
A ideia já foi de resto defendida por Luís Filipe Pereira, antigo presidente do grupo CUF e ex-ministro de Durão Barroso e de Santana Lopes, actual coordenador da área da Saúde no CEN, com vista a delinear o programa eleitoral do PSD para as próximas legislativas.
O grupo de trabalho para a Saúde integra ainda Rui Raposo, administrador do José de Mello Saúde, grupo privado que gere os hospitais CUF; Vítor Herdeiro, da unidade pública local de saúde de Matosinhos; Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos; João Marques Gomes, investigador em Gestão da Saúde na Universidade Nova; e António Teixeira Rodrigues, da Universidade de Aveiro.
Para a elaboração do documento, o grupo partiu da moção global estratégica de Rui Rio, aprovada por unanimidade no congresso de Fevereiro, e onde se lê: «De pouco nos serve ter um SNS público e tendencialmente gratuito, se ele não se integrar num SNS que incentive a cooperação inteligente entre os diferentes sectores (público, solidário e privado).»
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