As feiras agrícolas canceladas, os restaurantes fechados e o encerramento de mercados e feiras municipais estão a levar os produtores de bovinos de raças autóctones ao desespero.
A impossibilidade de escoarem os seus produtos, mantendo os custos das explorações, coloca em risco a continuidade da produção e a manutenção destas empresas, tal como dos respectivos postos de trabalho. Segundo a ANCRA, este é mesmo o momento «mais difícil», salientando que, se não houver ajuda estatal perante a forte perda de rendimenos dos produtores da raça Arouquesa, o minifúndio e a agricultura sustentável poderão «desaparecer».
A denúncia, comum a todas as raças autóctones de bovinos do País, designadamente à Mirandesa, levou o grupo parlamentar do PCP a questionar a ministra da Agricultura sobre que medidas estão a ser implementadas de apoio à manutenção da actividade dos produtores.
Os comunistas pretendem saber se o Governo considera intervir no mercado, designadamente «retirando produção a preços justos aos produtores, com o apoio e intervenção das estruturas existentes», e, entre outras, que medidas estão a ser desenvolvidas com vista a garantir, no actual cenário de quebra de vendas, rendimentos que permitam assegurar o alimento e a manutenção dos animais.
Mas tendo em conta também, sublinham na missiva enviada a Maria do Céu Albuquerque, que estes pequenos e médios produtores agropecuários representam «uma valia inestimável para a defesa do Interior e do mundo rural» e contribuem para a produção alimentar a nível nacional.
Em Portugal há cerca de 12 mil produtores de bovinos, caprinos, ovinos e suínos de raças autóctones, na sua maioria pequenos produtores que, sem poder parar a produção, ficaram sem mercado e sem rendimentos devido à pandemia.
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