De acordo com os últimos dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, de 15 de Novembro, 94,4% do território continental está em seca extrema, o nível mais elevado, e os restantes 5,6% em situação de seca severa. Desde o início do Verão que mais de 50% do território do Continente está num dos dois níveis mais elevados, situação que atingiu a totalidade no final do mês passado.
Para além dos constrangimentos localizados no abastecimento de água às populações, esta situação já está a provocar prejuízos a produtores agrícolas e do sector da pecuária.
No decurso de uma visita do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, a explorações frutícolas e pecuárias nos concelhos do Fundão e de Castelo Branco, na passada sexta-feira, foram várias as denúncias feitas por produtores.
Num cerejal, no Fundão, o proprietário Almério Oliveira afirmou à Lusa que o facto de a sua exploração não estar abrangida pelo regadio acarreta custos energéticos acrescidos, já que tem de continuar a regar as árvores num período em que já não seria necessário.
A falta de água é também sentida por João Boavida, que se viu obrigado a comprar fardos de palha para alimentar as suas 700 ovelhas. Das pastagens, como da chuva, não há sinal. «É preciso ajuda e quanto mais rápido melhor», acrescentou à Lusa.
«Não basta esperar que chova»
Jerónimo de Sousa considerou «vital» que o Governo tome medidas extraordinárias face à situação extrema que se vive no País. Para o PCP, a prioridade deve ir para o abastecimento das populações mas sem esquecer as necessidades da agricultura e da pecuária.
Para além das medidas de fundo, como a extensão da área de regadio, são necessárias «medidas imediatas», afirmou o secretário-geral do PCP. Estas podem passar pela antecipação de fundos da União Europeia.
Já em meados de Setembro, o deputado do PCP ao Parlamento Europeu Miguel Viegas interpelou a Comissão Europeia no sentido de não só antecipar os apoios no quadro da Política Agrícola Comum, mas também de que seja accionado o Fundo de Solidariedade da União Europeia, face ao risco de perdas de colheitas e animais, «por forma a minimizar uma catástrofe eminente, que será social, económica e ambiental».
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