|Orçamento do Estado

PS defende ir além de Bruxelas na revisão das metas do défice

Carlos César disse que os deputados do PS estão com o Governo na decisão de ir além das metas do défice, após uma reunião da sua bancada. A CGTP-IN exige que a margem vá para os serviços públicos.

O secretário-geral do PS, António Costa, acompanhado por Carlos César e por Mário Centeno, em declarações aos jornalistas na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa. 13 de Outubro de 2015
CréditosMiguel A. Lopes / Agência LUSA

O PS, segundo o seu líder parlamentar, entende que, em função de se ter registado no final de 2017 um défice mais baixo do que o esperado (0,92% do PIB), «estão criadas as condições para se prosseguir a diminuição do défice de forma mais suave e atenuada».

O PS entende que a inscrição da meta de 0,7% de défice em 2018, partindo a base de 0,92%, permite uma trajetória de redução mais ligeira do que aquela que foi delineada em Outubro passado, no Orçamento do Estado para 2018. No entanto, a meta do défice que constava no documento era de 1%, tal como no Programa de Estabilidade do ano passado.

«Têm sido apresentadas resoluções, como aconteceu por via do CDS ainda no ano passado, mas essa votação não tem a ver com o Programa de Estabilidade, que é um documento que é discutido e apresentado na Assembleia da República, sendo depois enviado para Bruxelas», acrescentou Carlos César, a propósito da discussão do documento no Parlamento, agendada para 24 de Abril.

CGTP reclama mil milhões do défice para serviços públicos

O secretário-geral da CGTP-IN lamentou hoje que o ministro das Finanças, Mário Centeno, tenha sido «excessivo» na redução do défice em «cerca de mil milhões de euros», os quais deviam ter sido investidos nos serviços públicos.

«O Governo tem estado mais preocupado com os números do que com as pessoas. Se, porventura, não tivesse sido excessivo na redução do défice, provavelmente poderíamos fechar o ano de 2017 com 1,4%, que era o limite estabelecido», defendeu Arménio Carlos, em declarações à Lusa no Parlamento.

Para o líder da CGTP-IN, «esses mil milhões poderiam ser investidos em muitas áreas que teriam, de certeza, retorno: condições de trabalho e salários dos trabalhadores da Administração Pública, e na melhoria dos serviços públicos».

«Se isso acontecesse, provavelmente não tínhamos o descontentamento e a contestação que hoje se verifica em relação aos serviços públicos e ao funcionamento de muitos hospitais», acrescentou.

Arménio Carlos integrava uma delegação da Intersindical que entregou a petição «Contra a precariedade, emprego com direitos», que juntou 51 339 assinaturas.


Com Agência Lusa

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