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Rio admite acordo pós-eleitoral com o PS

O líder do PSD piscou o olho aos socialistas, afirmando que António Costa não o desiludiu como primeiro-ministro, e que, entre ambos, as diferenças na governação não são «gigantescas».

Rui Rio com António Costa na residência oficial de S. Bento. Lisboa, 20 de Fevereiro de 2018
Rui Rio com António Costa na residência oficial de S. Bento. Lisboa, 20 de Fevereiro de 2018 CréditosInácio Rosa / Agência Lusa

O presidente do PSD, em entrevista à Lusa, admitiu ser possível celebrar um acordo «por escrito» com um Governo PS se tal permitir a realização de reformas para o País. Uma vez mais, o PSD lança a narrativa da necessidade de implementação de reformas estruturais em áreas como o sistema político, a descentralização ou a Justiça.

As medidas do programa eleitoral do PSD sobre estas matérias, recentemente anunciadas, clarificam que o sentido destas reformas passa pela degradação do regime democrático plural e representativo – com ou sem revisão constitucional; pelo ataque às autarquias locais, atribuindo-lhes competências centrais sem o correspondente e necessário financiamento; e o ataque à independência e isenção dos magistrados através de alterações aos seus conselhos superiores.

Para Rui Rio fazia falta ao Governo do PS ter tido «mais ousadia para reformar e para melhorar», mas admitiu que o primeiro-ministro não o desiludiu enquanto tal.

Perante a questão de como será possível a um eleitor diferenciar as posições entre PSD e PS, o líder dos sociais-democratas afirmou que, para um eleitor do centro, há duas diferenças fundamentais, «uma relativamente à governação em concreto», as quais não são «gigantescas», e a outra que assenta na «postura e [na] forma de ser».

É clara a disponibilidade do PSD para dar a mão ao PS no novo quadro parlamentar que saia das eleições legislativas de 6 de Outubro.

Desde a Revolução de Abril, PS e PSD, com ou sem o CDS-PP, convergiram em posicionamentos e políticas de fundo, destacando-se as revisões constitucionais que vieram a subverter o texto original aprovado na Assembleia Constituinte, ou as sucessivas alterações à legislação laboral que, ao longo das últimas décadas, introduziram retrocessos sociais nos direitos dos trabalhadores, designadamente com medidas que aumentaram a precariedade e o desemprego.

Na actual legislatura, em diversas questões, o PSD e o CDS-PP juntaram-se ao Governo do PS para a aprovação de medidas, como as recentes alterações que agravaram a legislação laboral, ou a injecção de dinheiro público em bancos privados.

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