Maiores bancos privados lucram quase o dobro do orçamento para a Cultura

Santander factura milhões após integração do Banif

Os três maiores bancos privados que operam em Portugal tiveram lucros acumulados de 733 milhões de euros em 2016. Resultados do Santander Totta aumentaram 36% no ano em que integrou o Banif na sua actividade.

Sede do Banif, já com o logotipo do Santander Totta, a 22 de Dezembro de 2015
CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Os lucros agregados dos três maiores bancos privados de 732,6 milhões de euros representam uma queda de 4% face aos 764,8 milhões de 2015, devido à significativa redução dos resultados pelo BCP. Tanto o BPI como o Santander Totta viram os seus lucros aumentar em mais de 30% durante o ano passado.

A sucursal do banco espanhol Santander destacou-se nos lucros em 2016 com 395,5 milhões de euros, mais 36% do que em 2015. Estes são os melhores resultados desde 2010, num ano em que concluiu a integração da actividade bancária do Banif, que comprou após a sua falência e resolução. Recorde-se que o Santander pagou 150 milhões de euros pelo banco, o que significa que já recuperou cerca de dois terços desse valor nos lucros de 2016.

Segue-se o BPI, que registou um lucro líquido consolidado de 313,2 milhões de euros (mais 32,5%), um montante para o qual contribuiu a actividade internacional com 166,3 milhões de euros, o que se deve sobretudo à operação angolana, onde o BPI tinha em 2016 a maioria do capital do Banco de Fomento de Angola (BFA).

Em Fevereiro, foi conhecido o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo Caixabank sobre o BPI, tendo agora o grupo bancário espanhol 84,5% do capital social. Esse foi o culminar do processo que resultou também na alienação da participação de controlo no BFA, o que significa que o banco não pode contar, este ano, com o contributo do negócio em Angola.

Já o BCP lucrou 23,9 milhões de euros em 2016, uma queda de 90% face a 2015, ainda assim invertendo no último trimestre de 2016 os prejuízos consideráveis que acumulava até Setembro.

O banco realizou já este ano um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, tendo agora o grupo chinês Fosun como principal accionista com 23,92%, seguido da petrolífera angolana Sonangol, com 15,24%.

A operação de aumento de capital do BCP visou sobretudo o reembolso total da ajuda estatal concedida em 2012, no âmbito da linha destinada à banca do empréstimo da troika, tendo o banco já pago os 700 milhões de euros que faltavam.

Nos últimos dias foi noticiada a possibilidade de o Deutsche Bank vir a alienar a sua operação em Portugal, como contributo para fazer face às necessidades de capital que ascendem a 8 mil milhões de euros. Esta situação de fragilidade resulta, em grande parte, das multas a que gigante alemão tem sido sujeito, nomeadamente nos EUA, pela sua responsabilidade na orgiem da crise económica e financeira. Já em 2016, o britânico Barclays vendeu a sua operação bancária de retalho ao espanhol Bankinter.


Com Agência Lusa

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