|Caixa Geral de Depósitos

Virar o bico ao prego

Ora é preciso não esquecer que foi ideia do PSD a Comissão de Inquérito à CGD. Não deixam assim de ser irónicas estas preocupações. 

O PSD foi o promotor da Comissão de Inquérito à CGD
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Outra vez o assunto da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Desta feita, depois das três primeiras audições da Comissão de Inquérito, o PSD veio «proclamar» que o Governo, «nada sabendo», estaria a dar a ilusão de que o banco público está em pior forma do que afinal está, e que se está a «desbaratar» o valor do banco.

Como o CDS, o PSD também bate na tecla de que o valor falado para a recapitalização é irresponsável, e será pago em divida e em impostos de portugueses. Lembramos assim novamente que em qualquer caso, o dinheiro para capitalizar a Caixa fica no Estado, no património público e os seus lucros também revertem para o Orçamento do Estado e não para os banqueiros privados, como noutros casos. Ou não fosse o banco público. É curioso que estes partidos que agora demonstram esta preocupação com a recapitalização da CGD, tiveram na linha da frente da defesa e promoção da recapitalização da banca privada.

Ora é preciso não esquecer que foi ideia do PSD a Comissão de Inquérito à CGD. Não deixam assim de ser irónicas estas preocupações. A direita com isto não pretende esclarecimentos sobre a gestão do banco público, já que PSD e CDS a conhecem melhor do que ninguém por terem sempre feito parte dela.

O objectivo da direita é sim a deterioração da imagem da CGD e a sua fragilização económica e financeira. Uma campanha de desestabilização do banco público, favorecendo os seus concorrentes privados. Com esta comissão, a direita quer levar os portugueses a concluir que nada distingue o banco público dos bancos privados, e desta forma criar condições para a sua futura privatização.

O reforço e desenvolvimento da CGD ao serviço do país e das populações é uma necessidade estratégica. Por isso, a recapitalização da Caixa nos montantes adequados, e uma estruturação que permita o seu crescimento e a não redução da sua actividade, são indispensáveis para que o banco público possa cumprir o seu papel. A solução não pode passar pela redução do número de trabalhadores e de agências.

O banco público deve ser um instrumento fundamental numa política de crédito, captação de poupanças e financiamento da economia, numa política soberana de desenvolvimento económico e social do país. 

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