Em declarações a uma agência noticiosa, Aloysio Nunes, ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, disse que Brasília está a negociar com Caracas de forma a evitar que a empresa estatal Corporación Eléctrica Nacional (Corpoelec) corte o fornecimento de energia ao estado brasileiro de Roraima, no Norte do país e que faz fronteira com a Venezuela.
As sanções unilaterais impostas pela administração norte-americana e pela União Europeia (UE) contra a Venezuela impedem o Brasil de proceder ao pagamento da dívida, com o valor aproximado de 40 milhões de dólares, em energia eléctrica.
De acordo com a AFP, o diplomata afirmou que «o Brasil quer saldar a dívida» e que «a falta de pagamento se fica a dever à dificuldade de encontrar um caminho financeiro para enviar as divisas sem chocar com as restricções e sanções que são aplicadas pela Europa e pelos Estados Unidos à Venezuela».
Roraima é a única das 27 entidades federativas brasileiras que não está ligada ao sistema eléctrico nacional – refere a VTV –, recorrendo à importação de energia a partir da central hidroeléctrica do Guri, na Venezuela.
Evidência de como as sanções afectam a Venezuela
Recorrendo à sua conta de Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Jorge Arreaza, divulgou um excerto da notícia publicada pela AFP em que o responsável brasileiro admite não ter conseguido acabar com a dívida à Corpoelec devido ao bloqueio a que a Venezuela é submetida.
Arreaza classifica o facto como uma «prova irrefutável do efeito perverso do bloqueio contra a Venezuela».
Os responsáveis políticos venezuelanos denunciam frequentemente as consequências da ingerência estrangeira e da guerra económica, financeira e mediática movida contra o seu país.
Em Maio último, a vice-ministra da Saúde, Indhriana Parada, afirmou em Genebra (Suíça) que aqueles que pedem canais humanitários para a Venezuela são os mesmos que bloqueiam a possibilidade de aquisição medicamentos e alimentos para o povo venezuelano.
Parada explicou que, para adquirir 25 medicamentos de tipo oncológico e, assim, atender às necessidades de 135 crianças nas áreas de Oncolongia e Hematologia, a Venezuela teve de recorrer ao Uruguai, porque as grandes transnacionais farmacêuticas se recusam a vender medicamentos ao seu país, que enfrenta todo o tipo de dificuldades para efectuar operações bancárias, em virtude do bloqueio financeiro a que é submetido.
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