Os protestos desta segunda-feira seguiram-se à ordem de encerramento da escola secundária de al-Lubban, na região de Nablus (Norte da Margem Ocidental ocupada), decretada no dia anterior pelo Exército israelita.
A escola, que serve as localidades de al-Lubban e al-Sawiya, fica localizada junto a uma estrada importante na Cisjordânia ocupada, que liga Nablus a Ramallah. Na ordem de encerramento da escola, o Exército israelita acusou os estudantes palestinianos de lançarem pedras contra as suas forças e os colonos israelitas que ali passam.
Ontem, centenas de pessoas – estudantes, habitantes da região e representantes políticos palestinianos – vieram para as ruas protestar contra a decisão de encerrar a escola. Samer Ewass, autarca de al-Lubban, expressou à PressTV o repúdio pelo fecho e disse estar «em causa o direito das crianças à educação».
A agência Ma'an informa que o protesto, que começou de forma pacífica, foi reprimido violentamente pelas forças israelitas, levando à eclosão de confrontos violentos nas imediações da escola e da localidade.
A mesma fonte acrescenta que dezenas de palestinianos ficaram feridos, ao serem atingidos por balas de borracha e ao sofrerem os efeitos da inalação de gás lacrimogéneo. Um dos feridos é um repórter fotográfico da AFP, que foi atingido por uma granada de gás lacrimogéneo.
Direito à educação negado
O Conselho Norueguês de Refugiados lembra que as crianças nos territórios ocupados da Palestina vêem negado o seu direito à educação, o que decorre, em grande medida, da política de demolição de novas escolas levada a cabo por Israel.
De acordo com este organismo, na Margem Ocidental ocupada há 55 escolas ameaçadas de demolição ou por ordens de interrupção de trabalhos emitidas pelas autoridades israelitas.
No relatório anual relativo a 2017, publicado pelo Ministério palestiniano da Educação em Março deste ano, registam-se inúmeros ataques do governo israelita ao sistema educativo palestiniano.
De acordo com o documento, citado pela Ma'an, 80 279 crianças e 4929 professores e membros do pessoal auxiliar foram «alvo de ataques» por parte de colonos ou soldados israelitas.
Expansionismo e ocupação
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ocupados por Israel desde 1967, vivem cerca de 600 mil colonos israelitas. Apesar de serem considerados ilegais à luz do direito internacional, Israel prossegue a política expansionista de colonização, sendo um exemplo disso o anúncio recente da construção de um novo «bairro israelita», com 31 unidades habitacionais, na cidade de Hebron, onde vivem perto de 200 mil palestinianos.
As agressões israelitas contra o sistema educativo palestiniano, em que se incluem demolições e encerramentos de escolas, e também ataques de colonos a infra-estruturas e estudantes, integram-se nessa política de expansionismo e colonização da Margem Ocidental.
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