«A nossa estreia é também um ponto marcante, sempre, do festival, que é o próprio ADN da companhia a reflectir-se no FINTA, este ano, com Para Ti, Sophia, um espectáculo que é fundamentalmente um tributo, neste caso de uma forma muito incisiva, a uma grande escritora e poetisa portuguesa, Sophia de Mello Breyner Andresen», explicou à Lusa o director da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), José Rui Martins.
Esta 24.ª edição do FINTA decorre até sábado, dia 17, com espectáculos de música, dança, ilusionismo, teatro, workshops, uma exposição e a ante-estreia do espectáculo para Sophia, que segue «de imediato, em digressão para as escolas e espectáculos especiais como tem sido feito regularmente», com outras peças apresentadas no festival.
O director do ACERT afirma que é um espectáculo que tinham em agenda «há muito tempo», embora reconheça que o centenário da escritora [6 de Novembro de 1919] «é, naturalmente, mais apetecível e pode constituir uma aliciante, por parte das entidades que organizam os espectáculos, quer autarquias, quer bibliotecas, quer as salas» do País.
«É uma viagem pelo ambiente, quer lírico, quer fantástico, da obra de Sophia de Mello Breyner, e tratamento das dramatologias criadas à volta dos seus textos, da sua poética. Mesmo que [esta] não esteja reflectida, está sempre subjacente a um texto de que o autor se vale para construir as personagens, para viver dentro do ambiente poético», explicou.
A 24.ª edição do FINTA conta com a presença da Companhia de Dança Rastro, do Brasil, «com o apoio da secretaria da Cultura do Estado de Ceará, ao abrigo dos intercâmbios feitos com outros festivais e grupos ao longo do ano».
Lançamento do terceiro caderno de teatro
Durante os quatro dias de festival, há espaço para a Companhia O Último Momento e o Colette Gomette, de França, para uma exposição de Fernando Taborda, para a participação da Peripécia Teatro, de Vila Real, para o Conservatório de Música e Artes do Dão, de Santa Comba Dão, e para o Red Cloud Teatro de Marionetas, sediado em Aveiro.
Com o objectivo de ser um festival «com momentos diversificados e com a maior abrangência de público possível», há ainda um workshop pelo Teatro e Marionetas da Mandrágora, de Espinho, o lançamento do CD O pequeno grande polegar, do Trigo Limpo Teatro ACERT, assim como o lançamento do terceiro caderno de teatro da companhia beirã.
«Um momento muito especial do FINTA, que lhe dá identidade, [é] a edição de mais um caderno teatral com um texto, entre os muitos que o Trigo Limpo Teatro ACERT adaptou ao teatro, a saída de mais um livro com o texto do A partir do preto [a partir da obra de José Gomes Ferreira], para que os grupos peguem nesse texto e o adaptem à contemporaneidade», desafiou o director.
«Saber que vamos, todos os anos, pegar em dezenas de textos e adaptar para teatro, para que "reganhem" no palco inovação e criatividade, e tendo esperança de que quem pegar no livro o trate no seu tempo, com a sua realidade, com o seu elenco, que lhe dê nova vida... É um contentamento incrível saber que um filho ganha nova vida. É extraordinário», disse.
O FINTA abre portas esta quarta-feira, 14 de Novembro, às 14h30, com a ante-estreia de Para ti, Sophia, e encerra no dia 17, às 21h45, com a companhia de dança brasileira a apresentar Currais, na sede da ACERT, em Tondela, distrito de Viseu.
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