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Greve nas rodoviárias da Barraqueiro mantém adesão de 90%

O segundo dia de greve dos trabalhadores de três rodoviárias da Barraqueiro, a operar nos distritos de Leiria e Santarém, contou com uma concentração de protesto em frente à sede da Rodoviária do Tejo.

Concentração de protesto realizada à porta da sede da Rodoviária do Tejo, em Santarém
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A concentração de protesto, realizada esta manhã, reuniu cerca de uma centena de trabalhadores junto à sede da Rodoviária do Tejo, de forma a «levar a enorme adesão da greve em curso à empresa mãe», por sua vez detida pelo grupo Barraqueiro.

A greve de dois dias, iniciada ontem, foi convocada pela Federação Nacional dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) e abrange três rodoviárias do grupo Barraqueiro – Rodoviária do Tejo, Rodoviária do Oeste e Rodoviária do Lis –, que operam nos distritos de Leiria e Santarém.

«Hoje, tivemos adesões praticamente totais nalguns locais de trabalho e os outros variam entre os 80% e 90%. Neste dia, os trabalhadores manifestaram determinação em defender o direito à greve, já que a administração a pretexto de um despacho de serviços mínimos, sem qualquer fundamento e fora do contexto da lei da greve, pretendia limitar esse direito à quase totalidade dos trabalhadores», afirma a Fectrans numa nota de imprensa.

Os trabalhadores das três rodoviárias exigem o aumento dos baixos salários e a unificação das regras e remunerações nas empresas, face à ​​​​​​​​​​​​​​discriminação entre trabalhadores com as mesmas funções mas rendimentos diferentes.

«Enquanto um motorista da Rodoviária do Tejo tem um salário de 621 euros, que na prática são 609, porque tem englobado o abono para falhas, um motorista [abrangido pelo contrato colectivo de trabalho] da ANTROP [Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros] tem um salário a rondar os 650 euros», afirmou ontem Manuel Castelão, dirigente da Fectrans.

«Há trabalhadores a pegar ao serviço às 5h da manhã e a chegar a casa às 22h, auferindo um salário de 609 euros, montante muito inferior à responsabilidade de transportar pessoas durante longas horas e pouco acima do salário mínimo nacional», acrescentou​​​​​​​

O protesto surge no seguimento da vaga de greves dos últimos meses, que têm abalado as muitas empresas rodoviárias do grupo Barraqueiro, como por exemplo as empresas do grupo EVA e a Rodoviária de Lisboa, nas quais os trabalhadores conquistaram aumentos salariais.

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