A greve de 24 horas, que teve início ontem às 23h, foi convocada por uma frente sindical composta por vários estruturas da CGTP-IN: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato de Hotelaria do Sul e o Sindicato dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos.
Em declarações aos jornalistas, Fernando Pinto, do Sindicato da Hotelaria do Sul (CGTP-IN), indicou que o turno da noite registou uma adesão de 90% e o turno da manhã de 75%.
O dirigente frisou que os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha «não têm nenhuma valorização salarial» há dez anos e exigem, por isso, aumentos salariais significativos. Outra principal reivindicação passa pela manutenção do acordo de empresa (AE), que a administração deseja ver caducado.
Sobre isto, o dirigente sindical Fernando Pinto atribuiu responsabilidades à ministra da Saúde neste processo, recordando que Marta Temido presidiu o conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha até ser chamada para o Governo. A ministra é acusada de ter criado expectativas nos trabalhadores ao abrir portas à negociação, que, depois, deixou cair e pediu novamente a caducidade.
Num braço-de-ferro que teve início há mais de dois anos, em Fevereiro de 2016, passando por duas fortes greves em Junho e Dezembro de 2017, os trabalhadores contestam as pretensões da empresa, que denunciou o acordo de empresa (AE) e desde então tem feito todos os esforços para obter a caducidade, a pretexto de «dar resposta ao mercado».
Durante a manhã, dezenas de trabalhadores realizaram uma concentração de protesto junto à entrada do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, considerou que a Cruz Vermelha «cobra muito aos seus doentes e paga pouco aos trabalhadores».
«Temos uma situação de trabalhadores que há 10 anos não têm qualquer actualização salarial e correm o risco de a administração levar à caducidade do acordo de empresa, extinguindo um conjunto de direitos que conquistaram ao longo dos anos», afirmou Arménio Carlos.
Entre as reivindicações, os trabalhadores consideram como pontos fulcrais o aumento dos salários que estão por realizar há quase nove anos e o fim da precariedade, expressa no recurso da administração a trabalhadores com vínculos precários através da empresa de subcontratação Servihospital, gerida pela mesma administração, e o uso de falsos recibos verdes para ocuparem postos de trabalho permanentes.
Além disso, os funcionários do HCVP exigem o prosseguimento e finalização das negociações, com a assinatura do AE, sem perda de direitos e o seu cumprimento integral, bem como a integração de todos os trabalhadores, independentemente do vínculo contratual, e a aplicação das 35 horas semanais.
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