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Nicolás Maduro apoia o mecanismo de diálogo de Montevideu

Sublinhando que a ofensiva ingerencista dos EUA visa aceder aos recursos naturais da Venezuela, Maduro reafirmou o apoio ao mecanismo apresentado por México e Uruguai para alcançar o diálogo no seu país.

Na Base Aérea General Rafael Urdaneta, no estado de Zulia, Nicolás Maduro defendeu o papel da FANB, denunciou as pretensões golpistas norte-americanas e reiterou a aposta no diálogo
Créditos / El Periódico de Monagas

Em declarações à imprensa, o presidente da República Bolivariana da Venezuela classificou como um «êxito» a primeira reunião, que ontem teve lugar em Montevideu (Uruguai), para promover o diálogo no país sul-americano, auspiciada pelos governos do Uruguai, do México, da Bolívia e dos países-membros da Comunidade das Caraíbas (Caricom), indica a TeleSur.

«A primeira reunião para propiciar o diálogo para a paz na Venezuela foi um verdadeiro êxito e reitero todo o apoio ao plano das quatro fases propostas pelo mecanismo de Montevideu», disse o chefe de Estado na Base Aérea General Rafael Urdaneta, no estado de Zulia.

Maduro disse ainda que o seu governo está «preparado para participar num processo de diálogo soberano, constitucional com vista a encontrar uma agenda nacional de acordo, paz e entendimento».

Na mesma ocasião, agradeceu à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) pela sua obediência e lealdade, destacando o compromisso que mantém com o povo, em união cívico-militar, para garantir a defesa da soberania do país.

Referindo-se à etapa mais recente da ofensiva norte-americana contra o seu país, afirmou que a administração de Donald Trump pretende aceder aos recursos naturais da Venezuela.

«Questionamo-nos sobre a razões bélicas que levam o presidente do poder imperial dos EUA a ameaçar militarmente um país pacífico e nobre como a Venezuela […]. As razões bélicas são o petróleo, o ouro, o gás, a água, os diamantes, o alumínio, o ferro, as riquezas da nossa pátria», declarou.

México e Uruguai apostam no diálogo

A 30 de Janeiro último, uma semana depois de o presidente da República Bolivariana da Venezuela ter denunciado o intento golpista dos EUA ao reconhecer um governo paralelo no país, presidido pelo deputado da oposição Juan Guaidó – que se autoproclamou «presidente interino» –, Uruguai e México anunciaram a realização de uma conferência internacional em Montevideu, capital do Uruguai, com vista a promover o diálogo na Venezuela, face aos posicionamentos de ingerência dos EUA, do Grupo de Lima e da União Europeia contra a Venezuela.

O encontro, agendado para ontem e hoje com a designação de Conferência de Paz e Diálogo pela Venezuela, visa, segundo um comunicado emitido pelo Ministério uruguaio dos Negócios Estrangeiros, «criar as bases para estabelecer um novo mecanismo de diálogo que […] ajude a devolver a estabilidade e a paz» ao país caribenho, e «responde ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para apostar no diálogo face a quem nega que exista essa possibilidade», refere a TeleSur.

Mecanismo de Montevideu

Numa primeira reunião, realizada esta quarta-feira, foi apresentado o chamado Mecanismo de Montevideu, que compreende quatro fases: diálogo imediato (criação de condições para o contacto directo entre os agentes envolvidos); negociação; compromisso (com a construção de acordos a partir dos resultados da fase de negociação); e implementação (materialização dos compromissos assumidos).

Ontem, o ministro uruguaio dos Negócios Estrangeiros, Rodolfo Nin Novoa, fez questão de explicar que estas propostas são apresentadas sem condições, sem propor a necessidade de realizar eleições presidenciais antecipadas na Venezuela. «Juntem-se, falem e resolvam», disse, citado pela Prensa Latina.

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