A acusação surge numa nota de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (Sintaf/CGTP-IN), que acusa a administração do Novo Banco de «fazer mais um despedimento colectivo de forma encapotada» e de estar a pressionar os trabalhadores para saírem.
«Neste momento, já disseram a cerca de 40 trabalhadores que, ou aceitam a rescisão amigável do contrato, recebem uma indemnização e passam para esta empresa ou então são despedidos por extinção do posto de trabalho», afirmou ao AbrilAbril Carlos Areal, dirigente do Sintaf.
De acordo com o Sintaf, o Novo Banco vai «externalizar» o serviço de atendimento telefónico dos seus clientes à empresa de trabalho temporário Randstad, processo pelo qual passarão também os trabalhadores que, de momento, estão na GNB - Serviços Suporte Operacional, que integra o agrupamento complementar do banco.
O dirigente explicou que a GNB - Serviços Suporte Operacional, na qual trabalham cerca de 200 trabalhadores, é uma empresa criada pelo antigo grupo Espírito Santo. Apesar de desempenharem funções como banqueiros, devendo estar integrados no contrato colectivo do sector com melhores salários e direitos, os trabalhadores em causa têm vínculos precários e recebem pouco acima do salário mínimo nacional.
Para o Sintaf, a entrega dos serviços à Randstad demonstra que a «administração não considera importante o atendimento dos clientes do Novo Banco» visto que as desculpas apresentadas são que «o banco está em reestruturação e estão a deixar a parte não "core" do negócio» para «reduzir custos».
Por outro lado, o sindicato afirma que não entende a justificação com os custos: «Se são "prometidas" aos trabalhadores do Novo Banco as mesmas condições salariais na "passagem", será a Randstad benemérita do Novo Banco?».
«Todo este negócio não protege os interesses do Novo Banco, dos trabalhadores e dos clientes que vão ver os seus dados bancários disponibilizados a uma empresa não sujeita ao sigílio bancário sem autorização, num negócio que envolve um banco intervencionado pelo Estado e que recentemente recebeu mais uma injecção milionária», lê-se na nota de imprensa.
O Sintaf exige que todos os trabalhadores da GNB - Serviços Suporte Operacional, bem como todos aqueles que prestam serviço em empresas do grupo, venham a ser integrados directamente no Novo Banco, visto que diariamente representam o banco em serviços essenciais à sua actividade.
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