A Marinha do CGRI anunciou que o o petroleiro sueco de bandeira britânica Stena Impero foi capturado na noite de sexta-feira por violar os regulamentos marítimos internacionais ao cruzar o Estreito de Ormuz.
O petroleiro do Reino Unido foi apreendido pelas forças da Marinha do IRGC «na primeira zona naval, a pedido da Organização Portuária e Marítima do Irão (OPMI) na província de Hormozgan, segundo comunicado da Sepah News (em persa) difundido através da Iran Front Page News.
Segundo a mesma fonte, a embarcação britânica foi levada para o porto e entregue à OPMI a fim de serem iniciados os devidos processos legais e judiciais.
O Stena Impero (2018) é um dos mais modernos navios da frota operada pela Steena Bulk (Suécia) e pela Northern Marine Management (Reino Unido). Segundo a RT News, que cita fontes dos proprietários do navio, o petroleiro de 30 toneladas navegava em direcção ao porto saudita de AlJubail quando foi abordado por várias embarcações e um helicóptero, tendo-se então dirigido para águas iranianas.
Preço do crude sobe «ligeiramente»
A cadeia norte-americana CNBC anunciou que «o preço do crude subiu ligeiramente» depois de o Irão ter apreendido o petroleiro britânico Steena Impero.
«Os preços do petróleo subiram nos relatórios dos traders, com os futuros do petróleo Brent a subirem para USD 62,59 por barril», menciona a CNBC. O mercado petrolífero terá dado uma primeira resposta ao que «considera ser uma escalada na sensível região».
Diversos analistas têm alertado para a escalada de tensão na região e prevenido que, se os Estados Unidos e os seus aliados – entre os quais o Reino Unido e a União Europeia – desencadearem operações militares contra o Irão, as mesmas podem tornar-se rapidamente num conflito regional de consequências incalculáveis para a economia mundial.
Segundo petroleiro britânico: Irão desmente apreensão
O Mesdar, um petroleiro de bandeira liberiana (de conveniência) mas operado por uma companhia britânica, virou bruscamente para Norte, em direcção à costa iraniana, segundo a Reuters.
O Mesdar terá virado de rumo cerca de 40 minutos depois de o mesmo ter acontecido ao Stena Impero. Se a informação se confirmar isso pode significar que ambos os navios se encontravam na mesma zona marítima e que a «violação dos regulamentos marítimos internacionais ao cruzar o Estreito de Ormuz» usada pelas autoridades iranianas para apreender um navio podem ser vir a ser usadas para o outro.
No entanto, refere a Reuters, não foi emitido até agora qualquer comunicado, nem pela CGRI nem pelo operador do petroleiro, que esclareça esta mudança de direcção naquela que a agência define como uma «importante rota internacional de transporte de petróleo».
Mais tarde, um comunicado difundido pela iraniana Fars News esclareceu que, depois de inspeccionado, presumivelmente em águas iranianas, o Mesdar fora autorizado a reganhar águas internacionais e retomara a sua rota.
A acção das autoridades iranianas foi despoletada por terem sido detectados derrames de petróleo na rota seguida pelo petroleiro. O Mesdar terá sido advertido para «mostrar total respeito pela regulamentação ambiental em vigor» nas vias marítimas.
Oficiais superiores iranianos rejeitaram as alegações de meios de comunicação global que reportaram a apreensão do Mesdar, sublinhando que o Stena Impero é o único navio estrangeiro sob custódia das autoridades iranianas, pelas razões invocadas em comunicado sobre o assunto e citadas no início desta notícia.
No entanto, a Fars News obteve declarações de fontes oficiais que detalham o ocorrido com o Stena Impero. O navio britânico terá «desligado os seus sistemas de rasteio» (um sistema semelhante ao usado na aviação) «e estava a entrar no Estreito de Ormuz no seu ponto de saída, a Sul, desprezando os procedimentos estabelecidos que exigem a entrada no estreito pelo lado Norte».
Reino Unido devia esperar a resposta do Irão
No princípio de Julho fuzileiros britânicos e a polícia de Gibraltar apresaram um petroleiro iraniano a Sul da Península Ibérica, num acto aplaudido imediatamente pelos EUA. O governo de Gibraltar alegou que o navio transportaria petróleo para a Síria «em violação» das sanções aplicadas pela UE a Damasco. Recentemente a apreensão do navio foi prolongada por 30 dias.
Estas sanções, aplicadas em 2014, no auge do conflito sírio, têm sido renovadas anualmente pela UE sem ter em consideração a derrota do Daesh e da Al-Qaeda na Síria e a necessidade daquele Estado em revitalizar a sua economia e reconstruir o país.
O Irão classificou a acção de Londres como «ilegítima» e «próxima da pirataria» e de não estar mais do que a procurar agradar aos EUA na guerra económica que este dirige contra a República Islâmica, rejeitando liminarmente que o petróleo se destinasse à Síria.
O aiatola Ali Khamenei, líder espiritual do Irão, declarou na altura que os actos do governo de Londres «não ficariam sem resposta».
As acções das «potências estrangeiras» no Golfo são consideradas por Teerão as maiores ameaças à paz na região, seja nas sanções económicas contra o Irão, seja na deslocação para a região de forças navais que aumentam o risco de conflito no Médio-Oriente.
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