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Sol Negro de Maureen Fazendeiro no Festival de Cinema de Toronto

O filme Sol Negro, uma curta-metragem da realizadora franco-portuguesa Maureen Fazendeiro, terá a sua estreia internacional no Festival Internacional de Cinema de Toronto, que se realiza em Setembro.

CréditosMaureen Fazendeiro / O som e a fúria

Produzido pela O Som e a Fúria (Portugal) e a Norte Productions (França) e com promoção internacional da Agência da Curta Metragem, o filme põe em confronto um dia de eclipse solar em Lisboa e excertos de um poema de Henri Michaux, lido pela actriz francesa Delphine Seyrig.

Sol Negro integra a secção Wavelengths do Festival de Toronto, a realizar-se de 5 a 15 de Setembro, uma secção exclusiva para filmes de vanguarda que coloca em evidência a inovação formal e expressões originais cinematográficas, no contexto de um dos maiores e mais movimentados festivais de cinema do mundo.

Maureen Fazendeiro realçou que é o seu primeiro filme feito por inteiro em Portugal, país para onde veio viver em 2014. Contou que em Março de 2015, reuniu uma pequena equipa, pediu emprestada uma câmara e, utilizando sobras de película 16mm a preto e branco, filmou o eclipse total do sol, visível a 67% do observatório astronómico de Lisboa. «Nesse dia recolhi uma série de retratos de espectadores maravilhados», lembrou. 

Quando em 2019, graças a um apoio à pós-produção, pôde retomar a montagem interrompida quase quatro anos antes, tratava-se de fazer a arqueologia de um filme a partir de fragmentos de imagens e sons coleccionados ao longo do tempo. «Lembrei-me de um poema de Henri Michaux que fala de um país imaginado onde só há um sol por mês, evento que desperta uma certa agitação nos seus habitantes.»

Depois de Motu Maeva, documentário galardoado no DocLisboa, Sol Negro é o segundo filme de Maureen Fazendeiro, que teve estreia mundial em Julho, na competição do Curtas Vila do Conde.

Maureen Fazendeiro nasceu em 1989 em França. Fez a Licenciatura em Letras e Artes e um Mestrado em Estudos Cinematográficos na Universidade Denis Diderot – Paris VII. É coargumentista do próximo filme de Miguel Gomes, Selvajaria, e prepara a sua primeira longa metragem, As Estações.

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