Faleceu esta sexta-feira, aos 95 anos, Robert Gabriel Mugabe. Em nota do actual Presidente da República do Zimbabué, e líder da União Africana Nacional do Zimbabué – Frente Patriótica (ZANU – PF), na sua conta oficial do Twitter, lê-se que a memória é a de uma figura de grandes princípios e dedicação à causa Pan-Africana nacionalista.
Para Emmerson Mnangagwa, o momento é de luto para «o Governo e o povo do Zimbabué» perante o desaparecimento do antigo Presidente, «um homem notável e um grande político que dedicou muitos anos da sua vida à total libertação do seu povo e de África como um todo».
«O Comandante Mugabe foi um ícone da libertação, da causa Pan-Africana, que dedicou a sua vida à emancipação e auto-determinação do seu povo. O seu contributo para a história da nação e do continente nunca será esquecido», referiu ainda Emmerson Mnangagwa.
Mugabe teve um papel determinante na luta anti-colonialista da libertação da antiga Rodésia (anterior designação do Zimbabué), colónia britânica que assentava a sua organização social no racismo, num verdadeiro regime de apartheid.
A luta pela libertação desenvolveu-se uma década, até que em 1979 foi reconhecida a independência da Rodésia do Sul pelo governo britânico. No ano de 1981, Mugabe foi candidato ao Prémio Nobel da Paz em 1981. Liderou o seu país durante 37 anos, tendo desenvolvido políticas na devolução das terras ocupadas por colonos ao seu povo, assim como um conjunto de políticas económicas e sociais progressistas.
Os últimos anos da sua governação ficaram marcados por polémica, tendo sido afastado pelo seu próprio partido do governo, a ZANU – PF, em Novembro de 2017.
Na sua página oficial na rede social Facebook, Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique e líder da FRELIMO, afirmou sua profunda tristeza com a notícia.
João Lourenço, Presidente de Angola e líder do MPLA, escreveu ao Presidente do Zimbabué referindo que «África perdeu, assim, um grande filho, que conduziu com valentia e heroísmo a luta pela liberdade, pelo resgate da soberania nacional».
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