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Sanções de EUA e UE limitam o desenvolvimento do Zimbabwe

Em conversa com a Prensa Latina, o embaixador do Zimbabwe em Havana destacou o elevado custo para o país africano das sanções impostas por EUA e UE, que restringem o seu desenvolvimento.

«As sanções impostas arbitrariamente pelos Estados Unidos e a União Europeia ao Zimbabwe custam à sua economia 50 mil milhões de dólares e restringem o seu desenvolvimento sustentável», declarou Paul Chikawa.

«Isto deve-se a vários factores, entre os quais a incapacidade de solicitar empréstimos, ao mesmo tempo que nos bloqueiam a ajuda económica e as possibilidades de exportações, entre outras restrições», explicou o chefe da missão diplomática à agência cubana.

Nesse contexto de política económica hostil – recordou o diplomata –, os 16 países-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês), num gesto de solidariedade com o Zimbabwe e outros países que são alvo desta política punitiva, declararam 25 de Outubro como o Dia anti-Sanções.

De acordo com a fonte, este ano o crescimento da economia do país austral – cujos pilares são a agricultura, a exploração mineira e o turismo – irá contrair-se a 2%, devido aos efeitos das sanções e a questões associadas às alterações climáticas.

Cerca de dois quintos da população do Zimbabwe (aproximadamente 6,7 milhões de pessoas vivem no limiar da pobreza extrema para os países de rendimento médio-baixo. Neste contexto, Chikawa frisou que «as medidas punitivas não são apenas arbitrárias e injustas, mas também são ilegais e violam as leis internacionais, uma vez que carecem da aprovação das Nações Unidas».

«Cuba é outro exemplo claro dos efeitos negativos dessa aberrante política de sanções», afirmou. «Ao Zimbabwe foram impostas há 20 anos, enquanto o povo cubano as aguenta há mais de 60 anos, apesar de o mundo ter reclamado na Assembleia Geral da ONU o levantamento dessa insensata hostilidade», acrescentou.

«O Zimbabwe, tal como Cuba, está centrado em cultivar relações respeitosas, de amizade e de benefícios mútuos com todos os países, e está aberto aos negócios», referiu o embaixador em Havana, esclarecendo que essa é a orientação dada pelo seu presidente, Emmerson Mnangagwa.

«Ou seja, [ambos os países] estão centrados no desenvolvimento económico, em vez de gerar conflitos», defendeu Chikawa, notando como «é inaceitável» que Washington tenha incluído e mantenha Cuba numa lista de países alegadamente patrocinadores do terrorismo.

O diplomata zimbabweano disse ainda que as relações entre o seu país e a Ilha são excelentes, em especial nos sectores da Educação e da Saúde, embora possam diversificar-se – «e não são melhores por causa dos bloqueios que sofrem, impedindo um maior desenvolvimento».

«Portanto, não há razão para as sanções unilaterais; pelo contrário, deve cultivar-se o diálogo para resolver qualquer problema que exista», defendeu.

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