A Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) assinala, num comunicado emitido sobre a lista da colocação dos professores, que esta vem com atraso, «em relação ao que seria necessário às escolas e justo para os professores», mas mais cedo que quase todos os anos em que Nuno Crato foi ministro da Educação, à excepção de 2015, «em que, com eleições à porta, saíram em 28 de Agosto».
A federação destaca como elementos positivos o facto de as bolsas de contratação de escola (BCE) terem sido extintas, o que levou a que todos os colocados deste ano tenham sido através do concurso nacional. Num comunicado emitido o ano passado, a Fenprof afirmava que o concurso nacional «confere níveis mais elevados de equidade, objectividade e transparência ao processo de seleção de candidatos», para além de ser «o modelo de recrutamento mais célere a colocar os professores nas escolas, facto que a própria DGAE [Direcção-Geral da Administração Escolar] confirmou à Fenprof na reunião realizada no dia 19 de Maio de 2015». Dos cerca de 6800 professores colocados o ano passado, 3080 foram-no através das BCE.
«A colocação dos docentes por este único processo permite que, este ano, mais de 7300 docentes estejam colocados quando, o ano passado, esse número não atingia os 3800. É bom para os professores mas, essencialmente, para as escolas e a sua organização interna», pode ler-se ainda no comunicado divulgado ontem.
Como aspecto negativo, salienta-se o número de professores que não encontraram colocação: quase 30 mil, número aproximado ao do ano anterior. «O ME [Ministério da Educação] não tomou, até hoje, qualquer medida que visasse alterar as que o governo anterior impôs com o objectivo único de reduzir o número de docentes no sistema, de entre as quais se destacaram a criação de centenas de mega-agrupamentos, as diversas alterações curriculares, o encerramento de escolas ou o agravamento dos horários de trabalho dos professores», critica a Fenprof.
A federação realça ainda duas outras questões que não estão resolvidas: os docentes com horário-zero, número ainda não divulgado pelo ME, e os que têm doenças incapacitantes, que ainda não foram deslocados das escolas de origem (e cuja informação se espera que chegue hoje da parte do ME).
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