«Zeca» trata-se de um projecto no qual o músico «pensava há muito», como afirmou em entrevista à Lusa. «O Zeca foi sempre uma referência para mim», disse Pedro Jóia, que contava «cerca de 16 anos» quando José Afonso morreu.
A decisão de gravar o álbum foi incentivada pelo músico Fausto, que tocou com José Afonso e que, na contracapa, se afirma «deslumbrado», referindo que José Afonso certamente iria «gostar de gravar um álbum acompanhado por Pedro Jóia».
Segundo Pedro Jóia, o «principal desafio foi manter a verdade da música do Zeca, mantendo a sua simplicidade, sem artifícios e não a ornamentar demasiado, guitarristicamente».
A viúva do músico e resistente antifascista, Zélia, «foi acompanhando o trabalho e uma das primeiras pessoas a ouvir o resultado». «Incentivou-me e apoiou-me muito, o que para mim foi importante», disse Pedro Jóia.
O álbum conta dez temas emblemáticos da carreira de José Afonso. «A Formiga no Carreiro», «A Morte Saiu à Rua», «Venham Mais Cinco» ou «Balada de Outono» são alguns dos escolhidos por Pedro Jóia, que reconheceu «haver algo de novo nos temas gravados, respeitando a sua estrutura e sem lhes ter alterado nada».
«A música de Zeca Afonso exige que seja tratada com pinças», declarou, referindo a importância do músico para a sua geração.
Pedro Jóia, na guitarra clássica, gravou os temas apenas acompanhado por José Salgueiro, na percussão. Este é o sétimo disco de Jóia, que no próximo dia 30 completa 50 anos.
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