Rui Patraquim1 e Rita Vilhena2 apresentam a exposição «Círculo Infinito» na Casa da Cultura em Setúbal3, até 28 de maio. No texto da exposição podemos registar que o projeto se desenvolve à volta da ideia de «um círculo infinito de criação, evolução, transformação, morte e recomeço», iniciando com a referência à «morte, incluindo euforia» e depois o «momento de beleza do (re)nascimento e da (re)transformação».
Rui Patraquim refere que se inspiraram no dramatismo das pinturas do artista István Sándorfi e no poema de Vinicius de Moraes «o verbo no infinito», que segundo o autor «acabou por dar mote às 3 fases». Quanto às performatividades, Rita Vilhena acrescenta que «reuniu uma série de objetos que ajudaram a criar um estado de constante devir que viajou por três momentos. O primeiro resultante de uma catarse física, o segundo um enraizamento e o terceiro o erguer de novo. O que as une é a constante procura de novas intensidades físico-emotivas, expressão e observação destas no decorrer do próprio evento».
Em Setúbal, ainda podemos visitar a exposição «Uma Família de Artistas no Século XX em Portugal», em Setúbal, na Galeria Municipal Do 114, até 7 de junho. Três gerações de artistas na família Eloy, pai, filho e neto. Mário Eloy pai (1900-1951) e Mário Eloy filho (1929-1977) dedicaram-se à pintura e Sérgio Eloy (1959-2004), à fotografia. Todos eles marcaram a evolução do expressionismo à abstração em Portugal, revelando um percurso que passa pelo simbolismo, modernismo, expressionismo, gestualismo e abstracionismo.
No âmbito da reabertura dos espaços de exposição, a Galeria de Arte Praça do Mar5 em Quarteira inaugurou uma exposição de Nuno Viegas em 6 de abril, com o título «From Fan to Fam», que ainda pode ser visitada até 29 de maio. «De Fã a Família» apresenta-nos fragmentos da história do início da carreira de Nuno Viegas, que tem vindo a dar passos largos no panorama da arte urbana internacional. Após concluir o seu mestrado na Universidade do Algarve, Nuno Viegas partiu, no final de 2014, rumo a Roterdão, nos Países Baixos. Esta viagem abriu-lhe portas para um futuro até então impensável. No decorrer dos anos seguintes, Nuno teve a oportunidade de conhecer e estabelecer laços com alguns dos artistas que mais admira. Artistas estes que têm sido um grande suporte na constante evolução da carreira de Nuno Viegas. Esta exposição conta histórias da viagem de Nuno Viegas com os seus amigos até aos dias de hoje, através de obras do artista e dos seus ídolos… A sua família no mundo das artes.
A Galeria Zé Dos Bois, em Lisboa reabriu no dia 5 de abril, inaugurando três novos projetos expositivos: «ALL-U-NEED» de Patrícia Almeida, «Pintura-Pintura» de Fala Mariam e «Apologia da Floresta e Outras Impressões» de AnaMary Bilbao, que estão abertas ao público até 5 de junho.
ALL-U-NEED é uma mostra que reúne duas exposições, onde se reúnem fotografias dispersas dos arquivos da fotógrafa Patrícia Almeida6, selecionadas pelos curadores David Guéniot e Natxo Checa. A primeira mostra-nos «uma série de fotografias representativa de um universo quotidiano português: um trabalho encomendado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional no ano de 2008, com vista a capturar o contexto sócio-profissional de cinco centros de formação» e a segunda exposição «segue ao encontro do onírico: a partir de um sonho transcrito num dos seus cadernos de trabalho...»
Tal como o título nos indica, Fala Mariam7 faz Pintura-Pintura, uma pintura que em si própria se concretiza. Assim foi descrito o seu trabalho pelo crítico e historiador de arte José Augusto França, para o qual a sua obra “(…) de quadro em quadro em quadro – ou de poema em poema, se explica a si própria, por ela, e não de fora, é explicada, na gramática apropriada, que é a da poesia”.
E por último, numa das paredes da Livraria Zé dos Bois é apresentada a mostra «Apologia da Floresta e Outras Impressões», de AnaMary Bilbao8, a convite de Joana Leão, sendo composta por dois trabalhos «resultantes de negativos de vidro, cuja relação dialógica, tanto na sua materialidade quanto na sua tonalidade, permite entrever uma unidade que se estabelece desde o momento da sua revelação, sem no entanto esgotar a diferença dos seus conteúdos». Como refere a artista «(...) estas duas imagens carregam em si tanto presença como ausência. Lado a lado dialogam uma com a outra, ao mesmo tempo que determinam em silêncio a sua incomensurável distância.»
A Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante! volta este ano, com a sua 22.ª edição. Convém referir que esta bienal, para além de se constituir como uma das primeiras bienais do nosso país, é já um património no historial de realizações artísticas, focada essencialmente em dar a conhecer projetos artísticos que dificilmente terão espaço de divulgação nos meios tradicionais das instituições ou do mercado de arte contemporânea e também em ser um vinculo de democratização na fruição das artes visuais, trazendo ao espaço de exposição, todos os anos, milhares de pessoas que não os frequentam regularmente ou que até o frequentaram pela primeira na Festa do Avante. As obras que vão estar expostas nos dias da Festa do Avante!, dias 3, 4 e 5 de setembro de 2021 na Quinta da Atalaia, no Seixal, serão selecionadas pelo júri composto por: Helena Elias - Artista, Investigadora e Professora Auxiliar da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL); João Duarte - Escultor, Medalhista e Professor Associado com Agregação Aposentado da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e Sérgio Vicente - Artista Plástico e Professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL). No concurso para esta seleção podem participar todos os artistas e é aberto a todas as linguagens artísticas consideradas hoje património das artes plásticas. Pode consultar o Regulamento do Concurso e inscrever-se através do Formulário, até 15 de junho de 2021.
Jov'arte - Bienal Jovem 2021 - Loures é um Concurso bienal de promoção da criação cultural e de valorização dos jovens criadores, em que todas as obras finalistas são apresentadas numa exposição e as três melhores obras são premiadas com um valor financeiro (o primeiro 1500 euros, o segundo de 1000 euros e o terceiro de 500 euros). O vencedor é ainda convidado a expor esse e outros trabalhos num espaço municipal. No concurso são aceites obras de pintura, fotografia, desenho, escultura, cerâmica, instalação, vídeo, performance, entre outras) e é destinado a jovens entre os 18 e os 35 anos. Pode consultar o Regulamento do Concurso e fazer a sua inscrição, até 31 de maio de 2021.
- 1. Rui Patraquim é fotografo de coração desde que nasceu, descendente de uma família ligada às artes visuais e à sua expressão. Desde 2010 que se dedica a passar emoções através das imagens que captura ou produz.
- 2. Rita Vilhena é coreógrafa e performer/bailarina desde o final dos anos 90. Destacamos em 2018 «Corpo Santo» e em 2005 «Baila Louca» improvisação e performance em Roterdão, cidade onde viveu (2002-2015). É professora de dança, faz parte da comunidade internacional de Contacto-Improvisação. É mestra em Artes Cénicas pela FCSH.
- 3. Casa da Cultura, Setúbal - Rua Detrás da Guarda, 28 2900-347 Setúbal. Horário: 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e sábados das 10h às 22h30 e Domingos, das 10h às 20h.
- 4. Galeria Municipal Do 11- Av. Luísa Todi 119, Setúbal Horário: Ter a dom, das 11h às 13h e das 14h às 18h.
- 5. Galeria de Arte Praça do Mar - Praça do Mar, 8125-507 Quarteira . Horário: terça a sexta 9h30-13h30 e 15h-18h, sábado 9h30-13h.
- 6. Patrícia Almeida (1970-2017), fotógrafa e co-fundadora da GHOST Editions juntamente com David-Alexandre Guéniot. Licenciou-se em História na Universidade Nova (F.C.S.H) em Lisboa e em Fotografia no Goldsmiths College em Londres. Interessou-se pela fotografia como linguagem e território de investigação e criação artísticas. As suas exposições assumiram frequentemente a forma de instalações que trabalham com vários meios de produção de imagem: impressões fotográficas, livros de artistas, cartazes, outdoors, jornais, vídeos ou imagem projectada. Os seus projectos começaram frequentemente como livros ou publicações artísticas, um aspecto importante do seu trabalho.
- 7. Fala Mariam é uma artista natural de Lisboa (1962). Pintora, tem vindo a expor regularmente, individual e colectivamente desde 1986, ano em que foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Destacam-se as exposições individuais Friso das Consequências da Noite (2015) e O Abismo e Outras Imagens (2010), na Galeria São Mamede, Pintura 1983-2003 / Obras Escolhidas, Fundação Mário Soares, Lisboa (2004), assim como a exposição individual na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian em 1992.
- 8. AnaMary Bilbao (Lisboa, 1986) estudou Pintura e Cinema / Imagem em Movimento no Ar.Co e é doutoranda em Estudos Artísticos – Arte e Mediações (FCSH – Universidade Nova de Lisboa e Birkbeck – University of London | FCT). Em 2019 foi nomeada para o Prémio Novos Artistas Fundação EDP (13.ª Ed.). Em 2014 foi distinguida como Jovem Artista – Artes visuais pelo CPAI – Clube Português de Artes e Ideias.
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