|Cuba

A UE acompanha o guião norte-americano sobre Cuba

A declaração de Josep Borrell sobre os distúrbios recentes em Cuba confirma que a União Europeia segue o guião traçado por Washington – atitude que mereceu fortes críticas na Ilha.

Cartaz em Cuba contra o bloqueio imposto ao país pelos EUA
Créditos / RT

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, qualificou a declaração do alto representante para os Assuntos Externos da União Europeia (EU) como «mentira» e «calúnia», e disse que assume a «farsa intervencionista imperial» contra o seu país.

Díaz-Canel sublinhou que é incrível que o alto funcionário europeu não se refira ao bloqueio económico imposto pelos Estados Unidos há seis décadas, e questionou se a sua atitude resulta de falta de coragem ou de submissão.

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Cubanos residentes no estrangeiro denunciam campanhas contra o seu país

Mais de trinta associações de cubanos residentes no estrangeiro denunciaram o terrorismo mediático, a ciberguerra, as campanhas de ódio e incitamentos à violência lançadas contra o seu país.

Bnadeiras nacionais de Cuba em Havana 
Créditos / Asociación valenciana de amistad con Cuba «José Martí»

Num comunicado conjunto publicado no portal Nación y Emigración, as associações condenaram igualmente o recrudescimento do bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra a Ilha, num momento em que a luta contra a pandemia de Covid-19 está no seu ponto mais crítico.

O documento exige o fim imediato do cerco «cruel e desumano», e refuta qualquer intromissão nos assuntos internos do país caribenho, disfarçada de alegada «intervenção humanitária» ou «qualquer roupagem intervencionista».

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Cuba sob «intensa campanha de mentiras e incitamento à violência»

«Cuba está hoje sob uma intensa campanha de mentiras e incitamento à violência, que teve e pode ter consequências muito sérias», alertaram as autoridades do país caribenho.

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, responsabilizou a administração norte-americana pelo ataque à Embaixada do seu país em França e desmentiu as notícias ontem postas a circular sobre «levantamentos populares» em vários pontos no país 
Créditos / minrex.gob.cu

Ontem à noite, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, informou no Twitter que a Embaixada do seu país em França foi alvo de um ataque com cocktails Molotov, facto pelo qual responsabilizou a administração norte-americana.

O diplomata classificou a acção contra a sede diplomática como um «ataque terrorista», e disse que é o resultado das «contínuas campanhas» alimentadas por Washington e dos «apelos à violência» que, «com total impunidade», são feitos a partir do território norte-americano.

Por seu lado, a subdirectora do Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros para os Estados Unidos, Johana Tablada, perguntou na sua conta de Twitter se os altos funcionários da administração dos EUA compreendem o elevado custo que as suas «mentiras e anticomunismo irracional» têm para o país e um povo de paz.

A diplomata fez acompanhar a sua mensagem com as etiquetas #NoAlTerrorismo, #NoMásMentiras e #NoMásAbuso vs #Cuba.

Ministro desmentiu «levantamentos populares» no país

Também esta segunda-feira, Bruno Rodríguez desmentiu as notícias postas a circular sobre alegadas revoltas populares na Ilha, divulgadas através das redes sociais, ao mesmo tempo que se instigava ao confronto.

«Cuba está em calma total», frisou o ministro no Twitter, acrescentando que é falso que haja distúrbios, tal como alguns afirmam mentindo, com a cumplicidade das transnacionais e plataformas digitais, que violam as suas regras de comunidade e difundem mensagens de ódio e mentiras.

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Mais de 400 personalidades pedem a Biden que levante o bloqueio a Cuba

Artistas, políticos, intelectuais, cientistas, ex-chefes de Estado do mundo subscreveram uma carta aberta ao presidente dos EUA, Joe Biden, para lhe pedir o fim do bloqueio e das sanções a Cuba.

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Os signatários afirmam que está na altura de acabar com o bloqueio e lembram a Biden que, no passado dia 23 de Junho, o mundo voltou a dizer «não» à política norte-americana Créditos / Twitter

A carta, intitulada «Let Cuba live» e publicada esta sexta-feira como um anúncio pago em The New York Times, está disponível na plataforma letcubalive.com e representa um apelo público urgente à desmontagem das «políticas cruéis» implementadas pela administração do ex-presidente Donald Trump, que acrescentou mais 243 novas medidas coercivas contra a Ilha.

«Parece-nos inconcebível, especialmente durante uma pandemia, bloquear intencionalmente as remessas e a utilização por parte de Cuba das instituições financeiras globais, tendo em conta que o acesso a dólares é necessário para a importação de alimentos e medicamentos», sublinha a missiva.

A carta aberta a subscrição já recolheu assinaturas de figuras prestigiadas, como o linguista Noam Chomsky, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, o intelectual argentino Atilio Boron e o também argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prémio Nobel da Paz.

Carta aberta hoje publicada no NYT, como um anúncio pago em página inteira 

Subscrevem igualmente o apelo contra o bloqueio o britânico Jeremy Corbyn, antigo líder do Partido Trabalhista, o português João Pimenta Lopes, deputado pelo PCP ao Parlamento Europeu, a reconhecida activista solidária norte-americana Gloria La Riva e o teólogo brasileiro Frei Betto.

Entre os signatários contam-se ainda os nomes de vários actores norte-americanos, como Danny Glover, Susan Sarandon, Jane Fonda e Mark Ruffalo, e de artistas de outras proveniências, de que são exemplo o cubano Silvio Rodríguez, a actriz britânica Emma Thompson, os brasileiros Wagner Moura e Chico Buarque.

Também subscrevem o documento vários jornalistas e organizações de diferentes âmbitos, como Codepink, Black Lives Matter, Answer Coalition, The Grayzone, o Movimento Rural dos Trabalhadores sem Terra (Brasil) e a Associação Intervenção Democrática.

«"Nós estamos com o povo cubano", escreveu você [Biden] a 12 de Julho. Se é assim, pedimos-lhe que assine de imediato uma ordem executiva e anule as 243 "medidas coercivas" de Trump», afirmam.

«Retome a abertura e comece o processo de acabar com o embargo», sugerem os subscritores ao presidente norte-americano, lembrando-lhe que, no passado dia 23 de Junho, a maioria dos estados-membros das Nações Unidas votaram pelo levantamento do bloqueio à Ilha.

Para os signatários, deve ser retomado o caminho promovido por Barack Obama, «ou, melhor ainda, iniciar o fim do bloqueio e normalizar inteiramente as relações entre os Estados Unidos e Cuba».

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Vários perfis no Facebook, sobretudo de pessoas residentes nos Estados Unidos, afirmaram que houve «levantamentos populares» e repressão policial em vários pontos de Cuba, como La Habana Vieja (Cidade de Havana), Cárdenas (província de Matanzas) e Minas (província de Camagüey).

Tendo em conta essas informações, jornalistas do diário Juventud Rebelde, de emissoras municipais e usuários das redes sociais realizaram vídeos e fotos em que se podia ver como havia tranquilidade nas ruas da Ilha, refere a Prensa Latina.

Desde os distúrbios ocorridos no passado dia 11 de Julho, Cuba apontou por diversas vezes à administração norte-americana a sua cumplicidade nesses factos, em cuja promoção participaram empresas radicadas em território dos EUA e que, afirma a Prensa Latina, recebem fundos governamentais.

As autoridades cubanas denunciaram que as acções violentas foram incentivadas por uma operação política e comunicacional, que promove acções nas redes sociais, difusão de notícias falsas, distorsão de imagens e vídeos, ciberataques a portais e meios de comunicação cubanos. Isto, afirmam, para desestabilizar o país e provocar uma alegada intervenção humanitária.

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Também denuncia o «recente ataque terrorista contra a Embaixada cubana em França e os actos de vandalismo contra outras sedes diplomáticas cubanas no mundo».

São «factos condenáveis e que violam o direito internacional», refere o texto, lembrando que também violam as leis dos países onde foram perpetrados, como «resultado da retórica hostil, da manipulação e dos apelos à violência a partir dos Estados Unidos».

Cuba não está só

«Cuba não está só, apesar da política genocida dos seus vizinhos do Norte», afirma o comunicado, em que se sublinham as múltiplas expressões de apoio e solidariedade com Ilha da parte de governos, amigos de todo o mundo e dos compatriotas residentes no estrangeiro.

Estes últimos, conscientes da grave situação que a sua terra natal atravessa, «juntam forças oferecendo doações e contributos ao sistema de saúde cubano», que, «com escassos recursos, enfrenta a pandemia e leva a cabo uma massiva campanha de imunização contra a Covid-19, a partir de vacinas desenvolvidas inteiramente» por cientistas cubanos.

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Autoridades cubanas alertam para pressões dos EUA no seu guião contra a Ilha

A administração dos EUA está a fazer pressão e chantagem sobre terceiros países para que se pronunciem contra Cuba, no âmbito da sua agenda de desestabilização, segundo denunciam as autoridades da Ilha.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A utilização de «fake news», o recurso às redes sociais para manipular e alimentar campanhas para desacreditar o governo cubano e a revolução têm sido destacados pelas autoridades cubanas, que sublinham o sofrimento causado pelo bloqueio norte-americano no país Créditos / Celag

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, divulgou na véspera uma «declaração conjunta» de condenação a Havana, tendo responsabilizado o Departamento de Estado norte-americano pela sua redacção, com o intuito de a promover entre membros da Organização de Estados Americanos (OEA).

Rodríguez desafiou o secretário de Estado, Antony Blinken, a reconhecer ou desmentir as pressões que está a exercer sobre outros países, «forçando-os a aderir a esta declaração ou a emitir uma semelhante».

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Díaz-Canel apela à defesa da revolução nas ruas

«Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, apoiem o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos», desafiou o presidente.

CréditosYander Zamora / Epa/Lusa

Este domingo foi marcado pela ocorrência de protestos, aos quais se seguiu a ocupação das ruas por milhares de cubanos em defesa da revolução, lado a lado com o próprio presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que também saiu è rua e alertou para a tentativa de desestabilização do país a partir do exterior.

Entretanto, num discurso ao povo cubano proferido este domingo, o presidente sublinhou que, já em 2019, se tinham começado a intensificar, a partir do estrangeiro, um conjunto de medidas restritivas, nomeadamente um endurecimento do bloqueio e «perseguições financeiras contra o sector energético», com o objectivo de «sufocar» a economia cubana e provocar a «desejada eclosão social massiva», com o objectivo de justificar uma interferência externa.

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população,[...] que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas.[...] Que estranha ditadura»

Díaz-canel

O contexto da pandemia de Covid-19, com o agravamento vivido nas últimas semanas e a multiplicação das estirpes, veio piorar a situação, segundo o presidente cubano, que fala também na forma «cobarde» e «perversa» como algumas das situações complicadas são exploradas por muitos daqueles que sempre apoiaram o bloqueio.

«Querem reforçar a ideia de que o governo cubano não é capaz de sair desta situação, como se estivessem realmente interessados em resolver os problemas de saúde de nosso povo», afirmou Díaz-Canel, que lançou ainda o desafio: «Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, [apoiem] o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos».

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população, que busca o bem-estar de todos, que no meio desta situação é capaz de ter programas e políticas públicas para todos, que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas e que nem sequer tínhamos dinheiro para ir ao mercado internacional comprar vacinas. Que estranha ditadura», ironizou.

Alertando para a existência de «manipuladores» ao serviço de campanhas internacionais de desestabilização, Diáz-Canel deixou o apelo a todos os revolucionários para defenderem a revolução nas ruas, acusando o governo de Joe Biden de intensificar as medidas de bloqueio contra Cuba, nomeadamente no que se refere à compra de combustíveis e de componentes necessários ao sistema electroenergético.

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«Tal documento prova a coacção sistemática e com pouco êxito, que os leva ao desespero», referiu por seu lado o responsável pela América Latina do Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, Eugenio Martínez, na rede social Facebook.

Martínez apontou os EUA como actor fundamental na criação das condições, instigação e financiamento dos distúrbios que ocorreram na Ilha no passado dia 11 de Julho.

«Trabalhando na penumbra com coacção e poucos resultados, os Estados Unidos procuram juntar países à sua cruzada anticubana, para criar desestabilização», disse, citado pela Prensa Latina.

«No entanto, 19 países na América Latina e Caraíbas em cinco dias reclamaram o fim do bloqueio contra o país antilhano», recordou.

«Manobra calculada de desestabilização» explicada no Vietname

Orlando Hernández Guillén, embaixador de Cuba no Vietname, afirmou esta quarta-feira que os protestos recentes no seu país resultam de uma «perversa e calculada manobra de desestabilização» com evidente participação dos Estados Unidos.

Falando para os principais meios comunicação vietnamitas, o diplomata explicou que, antes das manifestações de 11 de Julho, foi desencadeada nas redes sociais uma campanha para desacreditar o governo cubano.

«De forma oportunista, foram aproveitadas as dificuldades materiais a que o nosso povo está sujeito por causa do bloqueio norte-americano e a situação resultante da pandemia de Covid-19 para apresentar Cuba como um país no caos», disse, acrescentando que «a tentativa de subverter a ordem interna em Cuba fracassou».

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Grito de solidariedade com Cuba

Face à campanha de desestabilização desencadeada contra a ilha caribenha, várias organizações promoveram, em Lisboa, uma acção de solidariedade com a revolução e o povo cubano.

Várias organizações promoveram um acto de solidariedade com Cuba e pelo fim ao criminoso bloqueio dos EUA a este país, em frente à embaixada cubana em Lisboa, a 15 de Julho de 2021
CréditosPaulo António

«Como poderia estar só um povo e uma Revolução que tanto deram e dão aos povos do mundo? Como poderia estar só quem durante as últimas seis décadas fez da solidariedade, da amizade e da cooperação o dia-a-dia da sua política externa?», perguntou Gustavo Carneiro do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), um dos promotores desta acção de solidariedade que reuniu largas centenas de pessoas, esta quinta-feira, junto à embaixada de Cuba, em Lisboa.

«Não ao Bloqueio dos EUA! Cuba Vencerá» foi o mote para a concentração, cuja convocatória lembrava o bloqueio «reiteradamente condenado pela esmagadora maioria dos países com assento na Assembleia Geral das Nações Unidas» e que «atenta gravemente contra os direitos do povo cubano e o desenvolvimento do seu país».

Lembrando os «elevados índices de desenvolvimento humano, de fazer corar de vergonha muitos países ditos desenvolvidos», o dirigente sublinhou que, ao contrário da maioria dos países da América Latina e das Caraíbas, em Cuba «ninguém dorme na rua, não há crianças a catar lixo para sobreviver, a saúde é para todos, a educação é generalizada, a infância e a velhice são protegidas».

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Díaz-Canel apela à defesa da revolução nas ruas

«Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, apoiem o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos», desafiou o presidente.

CréditosYander Zamora / Epa/Lusa

Este domingo foi marcado pela ocorrência de protestos, aos quais se seguiu a ocupação das ruas por milhares de cubanos em defesa da revolução, lado a lado com o próprio presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que também saiu è rua e alertou para a tentativa de desestabilização do país a partir do exterior.

Entretanto, num discurso ao povo cubano proferido este domingo, o presidente sublinhou que, já em 2019, se tinham começado a intensificar, a partir do estrangeiro, um conjunto de medidas restritivas, nomeadamente um endurecimento do bloqueio e «perseguições financeiras contra o sector energético», com o objectivo de «sufocar» a economia cubana e provocar a «desejada eclosão social massiva», com o objectivo de justificar uma interferência externa.

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população,[...] que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas.[...] Que estranha ditadura»

Díaz-canel

O contexto da pandemia de Covid-19, com o agravamento vivido nas últimas semanas e a multiplicação das estirpes, veio piorar a situação, segundo o presidente cubano, que fala também na forma «cobarde» e «perversa» como algumas das situações complicadas são exploradas por muitos daqueles que sempre apoiaram o bloqueio.

«Querem reforçar a ideia de que o governo cubano não é capaz de sair desta situação, como se estivessem realmente interessados em resolver os problemas de saúde de nosso povo», afirmou Díaz-Canel, que lançou ainda o desafio: «Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, [apoiem] o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos».

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população, que busca o bem-estar de todos, que no meio desta situação é capaz de ter programas e políticas públicas para todos, que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas e que nem sequer tínhamos dinheiro para ir ao mercado internacional comprar vacinas. Que estranha ditadura», ironizou.

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Não pretendendo ocultar «as dificuldades e as carências, provocadas por um bloqueio económico, comercial e financeiro – ilegal, imoral e criminoso que dura há 60 anos – a que acrescem os efeitos da pandemia», Gustavo Carneiro fez referência ao agravamento das restrições que não foi atenuado pela nova administração norte-americana, que insiste naquilo a que chama de uma «falsa ajuda humanitária e libertadora», que condenou países como o Iraque e a Líbia à «pobreza e miséria».

O dirigente assinalou ainda o contexto local, uma vez que, para os EUA, a América Latina é o seu «pátio das traseiras», no qual vem interferindo sistemáticamente, como recentemente no Paraguai, na Bolívia, no Brasil, nas Honduras, na Venezuela, e na Nicarágua.

Para além do CPPC, intervieram representantes de outras organizações promotoras desta iniciativa, entre as quais a Associação de Amizade Portugal-Cuba, o projecto Ruído e a CGTP-IN, que  sublinharam a exigência de denunciar a hipocrisia dos que, através de um bloqueio que dura há 60 anos, tentam asfixiar a economia de Cuba e impor dificuldades ao seu povo.

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Hernández Guillén garantiu que o Estado e o governo têm pleno controlo da situação e que as instituições funcionam normalmente, dentro das condições que a emergência sanitária impõe.

Em tempo recorde e com recursos próprios, mesmo com o recrudescimento do bloqueio – referiu –, Cuba produziu uma vacina contra a Covid-19, tem uma candidata a vacina cuja terceira fase já terminou e mais três em ensaios clínicos.

O diplomata, informa a Prensa Latina, disse que, tanto na luta contra a pandemia como nos protestos manipulados, a Ilha recebeu inúmeras expressões de solidariedade internacional, tendo destacado o apoio do Vietname, que exigiu o fim do bloqueio imposto pelos EUA, considerando-o a principal causa das dificuldades que os cubanos enfrentam.

«Há pouco dias apresentei as minhas credenciais como embaixador e, nos dias seguintes, fui recebido por numerosos dirigentes vietnamitas. Todos me disseram que o Vietname está agora e estará sempre ao lado de Cuba», referiu.

O diplomata agradeceu ao Clube de ex-Estudantes Vietnamitas em Cuba, à Associação de Amizade Vietname-Cuba e a vários cidadãos deste país pelas suas declarações e gestos de apoio.

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«Os cubanos [...] fazem um apelo à paz», refere a nota, sublinhando que «apenas aos cidadãos do país cabe dilucidar e resolver os problemas do país, num clima de harmonia e liberdade, de dignidade e justiça, de trabalho e criação, inclusivo e participativo, para o qual todos podem contribuir com respeito e empenho no futuro».

As associações de cubanos residentes no estrangeiro reafirmam a sua convicção de que «a solução para as graves dificuldades económicas e sociais que Cuba enfrenta» passa pelo levantamento total e sem condições do bloqueio norte-americano.

Neste sentido, «qualquer outra ideia de "ajuda" que não reconheça essa realidade ou não exija o seu fim não fará mais que juntar os seus promotores aos cúmplices de uma política genocida e criminosa rejeitada há mais de 29 anos por toda a comunidade mundial», refere o texto.

As associações de cubanos no estrangeiro destacaram ainda o papel da unidade popular nos triunfos do país, e reafirmaram que o patriotismo é amor e não expressão de ódio.

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Em meados de Junho, Borrell interveio no Parlamento Europeu em defesa do Acordo de Diálogo Político e Cooperação entre Cuba e a União Europeia, num debate promovido por deputados de direita e extrema-direita para atacar o país caribenho e que fizeram aprovar uma resolução usando os «direitos humanos» como arma.

Então, o diplomata europeu aludiu ao bloqueio norte-americano e criticou o seu recrudescimento durante o governo de Donald Trump.

Essa é uma das razões pelas quais as autoridades cubanas rejeitam fortemente o comunicado divulgado esta quinta-feira, no qual o representante do bloco europeu expressa o seu «apoio inequívoco» aos participantes do 11 de Julho, os apresenta como manifestantes pacíficos e reclama a libertação dos detidos.

Silêncio sobre o bloqueio dos EUA e sobre a brutalidade policial na Europa

Falando à Prensa Latina em Lima, onde assistiu à tomada de posse de Pedro Castillo como presidente do Peru, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, disse que Borrell «mente e manipula ao referir-se a Cuba», e sublinhou o facto de «não se ter atrevido a mencionar pelo seu nome o bloqueio genocida dos EUA a Cuba, que viola a soberania europeia e lhe impõe as suas leis».

Instou ainda Borrell a «ocupar-se das grandes e sistemáticas violações de direitos humanos que ocorrem nos países da União Europeia», tendo-se referido, nomeadamente, à «brutal repressão policial sobre manifestantes pacíficos» nalguns países que integram o grupo.

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Autoridades cubanas classificam como «intervencionista» resolução aprovada no PE

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros reafirmou esta quinta-feira o repúdio pela resolução aprovada no PE em torno dos «direitos humanos» na Ilha, qualificando-a como «espúria» e «intervencionista».

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
Alguns deputados ao PE lamentaram a inclusão de um «debate estéril» na sessão plenária e que este se tenha centrado noutras questões que não a do levantamento do bloqueio imposto por Washington à Ilha Créditos / Celag

Na sua conta oficial de Twitter, Bruno Rodríguez afirmou que o país caribenho «vai continuar a construção de uma sociedade socialista mais justa e democrática face à retórica de representantes ligados à subversão dos Estados Unidos».

O chefe da diplomacia cubana referia-se ao texto aprovado esta quinta-feira no Parlamento Europeu (PE), por iniciativa de deputados dos grupos Partido Popular Europeu, Conservadores e Reformistas, e Renovadores (Renew), com o claro propósito de atacar Cuba, usando o tema dos «direitos humanos» e os grupos de subversão apoiados pelos EUA, como o chamado movimento de San Isidro.

A resolução foi aprovada com 386 votos a favor, 236 contra e 59 abstenções, depois de intenso debate com deputados que condenaram a iniciativa da direita e extrema-direita no PE – espanhola e dos países do Leste europeu, sobretudo – por considerarem que o seu principal objectivo era atacar o Acordo de Diálogo Político e Cooperação entre Cuba e a União Europeia (UE).

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Solidária norte-americana destaca resistência de Cuba face ao bloqueio

Gloria La Riva, que foi homenageada esta quinta-feira na Ilha, instou o governo de Biden a entender-se com Cuba e sublinhou a resistência cubana no contexto da pandemia e do bloqueio.

Fernando González, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, entrega uma distinção à solidária norte-americana Gloria La Riva, actual coordenadora do Comité de Solidariedade com Cuba e Venezuela e ex-coordenadora do Comité Nacional pela Libertação dos Cinco nos EUA 
Créditos / Prensa Latina

«Vocês inspiram-nos», afirmou a coordenadora do Comité de Solidariedade com Cuba e Venezuela (Cuba & Venezuela Solidarity Committee) nos Estados Unidos, durante um encontro com jornalistas em Havana.

La Riva pediu às autoridades norte-americanas que restabeleçam imediatamente o envio de remessas, os voos, o comércio sem entraves, e retirem Cuba da lista dos países que alegadamente não cooperam na luta contra o terrorismo. E disse que se podia fazer muito se fossem usadas as prerrogativas do Presidente.

«Donald Trump mostrou com as mais de 240 medidas contra Cuba – ainda vigentes – o poder dessas prerrogativas», explicou, citada pela Prensa Latina.

Ignorando o panorama futuro no que respeita a Cuba, disse que uma coisa é clara: «Os democratas estão focados nas eleições intercalares de 2022», pelo que a questão de Cuba «não é uma prioridade».

Tarefas em mãos

Explicou que várias organizações que apoiam a Ilha estão actualmente envolvidas na campanha «Salvando vidas», recolhendo doações que permitam adquirir seringas e outros insumos destinados ao combate à pandemia.

Disse ainda que, para 20 de Junho, estão a preparar uma grande caravana contra o bloqueio, três dias antes da apresentação nas Nações Unidas do relatório de Cuba sobre a necessidade de acabar com esse cerco, que classificou como «criminoso».

Uma das tarefas do movimento de solidariedade, explicou, é educar o povo norte-americano sobre o bloqueio, que muitos desconhecem. «O bloqueio não é embargo, nem falta de intercâmbio, é uma guerra económica, juntamente com uma guerra mediática e política», disse.

Interesse crescente por Cuba e o socialismo

A ex-candidata presidencial do Partido pelo Socialismo e Libertação afirmou que está a crescer no seu país o interesse pela maior ilha das Ilhas Antilhas, sobretudo entre os jovens, e disse que estão errados aqueles que acreditam na eventual destruição da Revolução cubana.

La Riva, que realizou mais de cem viagens ao país caribenho, defendeu que Cuba é «uma esperança de como é possível mudar o mundo», indica a Prensa Latina.

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Mais de cem cidades acolheram mobilizações pelo fim do bloqueio a Cuba

Depois das acções realizadas este fim-de-semana, foi convocada para 30 de Maio uma nova «caravana mundial» contra o bloqueio imposto a Cuba pelos Estados Unidos.

Cartaz em Cuba contra o bloqueio imposto ao país pelos EUA
Créditos / RT

Neste sábado e domingo, solidários em mais de uma centena de cidades de todos os continentes uniram-se na reivindicação internacional pelo fim do cerco económico, comercial e financeiro norte-americano.

Sobre estas iniciativas, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, escreveu no Twitter: «o protesto mundial contra o bloqueio tornou-se uma onda imparável»; «hoje são milhares, amanhã serão milhões e um dia será toda a humanidade. Não há crime que dure cem anos, nem povo soberano que aceite sujeitar-se».

De acordo com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), os manifestantes solidários com Cuba mobilizaram-se em caravanas de automóveis, motos e bicicletas, realizaram concentrações e levaram a cabo campanhas nas redes sociais, erguendo uma «maré de solidariedade» contra o cerco, refere a Prensa Latina.

Organizações e amigos do povo caribenho espalhados pelo mundo, deputados, académicos, cubanos residentes no estrangeiro, entre outros, transmitiram mensagens em prol da eliminação da agressão promovida pelos Estados Unidos.

Só neste país houve acções em 13 estados e mais de duas dezenas de cidades, tendo sido divulgados vídeos dos participantes em Miami e Tampa (Florida), Alabama, Washington, Indiana, Tennessee, Illinois, Michigan, Geórgia, Califórnia, Connecticut e Wisconsin.

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O mundo novamente com Cuba

A Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar, de forma esmagadora, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana sublinhou o «indiscutível isolamento dos Estados Unidos».

 Resultado da votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, da resolução apresentada por Cuba contra o bloqueio imposto pelos EUA, a 7 de Novembro de 2019
Créditos / HispanTV

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quinta-feira, com 187 votos a favor e as abstenções da Colômbia e da Ucrânia. Apenas se opuseram ao levantamento do bloqueio os Estados Unidos, Israel e o Brasil. A Moldávia não exerceu o seu direito ao voto, pelo que não entrou na contagem da votação.

Trata-se da 28.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Na véspera do dia de votação, mais de 40 representantes de países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados e o Grupo dos 77 mais China (G77+China), pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a Cuba.

Ao intervirem – lembra a Prensa Latina –, denunciaram de modo reiterado o aumento das agressões de Washington contra a maior ilha das Antilhas e sublinharam que o cerco norte-americano representa o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentável de Cuba, constituindo além disso uma violação dos direitos humanos de todo um povo.

Fortes pressões e chantagens dos EUA

Apesar da rejeição esmagadora do cerco a Cuba na Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992, a administração norte-americana não só insiste na sua política hostil como a incrementa. Para além disso, à semelhança de outros anos, os EUA voltaram a exercer fortes pressões e chantagens sobre vários países – sobretudo os latino-americanos – para que alterassem o seu posicionamento relativamente ao bloqueio.


Tais medidas e manobras de bastidores foram denunciadas pelo ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, que lembrou ainda o fracasso da representação dos EUA nas Nações Unidas, o ano passado, na tentativa de emendar e alterar a natureza do documento, e, desse, modo, enfraquecer o apoio a Cuba.

De acordo com dados oficiais divulgados pelas autoridades cubanas, o cerco imposto por Washington a Cuba há quase seis décadas provocou prejuízos superiores a 922 630 000 000 de dólares. No entanto, destacou o diplomata cubano, «os danos humanos causados por essa política genocida são incalculáveis».

No debate sobre a resolução, o ministro cubanos dos Negócios Estrangeiros afirmou que os Estados Unidos não têm «qualquer autoridade moral para criticar o seu país ou outro qualquer em matéria de direitos humanos», tendo apresentado diversos dados sobre pobreza, desigualdade, apoios sociais, saúde, educação, violência, racismo ou repressão que fazem dos EUA um dos maus exemplos, a nível mundial, no que aos direitos humanos respeita.

Na sua conta de Twitter, Bruno Rodríguez, referiu-se ainda à votação como «uma outra contundente vitória de Cuba, do seu povo heróico», que reflecte um «indiscutível isolamento dos EUA».

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Os presentes defenderam a normalização das relações com Cuba, sem medidas de acosso, com base no respeito pela soberania, criando «Pontes de Amor», nome do projecto que promove estas caravanas internacionais, segundo revelou o ICAP.

Em sete cidades da China, houve iniciativas de apoio a Cuba, bem como nas cidades canadianas de Victoria, Vancouver, Montreal e Winnipeg. Na Europa, ouviram-se vozes contra o bloqueio na Bélgica, Portugal, Suécia, Irlanda, Espanha, Reino Unido, Itália, Dinamarca, Rússia e em 15 cidades da Alemanha.

Também no Irão, Seychelles, Guiné-Bissau, Zâmbia, Tanzânia, Angola, Etiópia, República Dominicana, Panamá, Argentina, Brasil, Uruguai e Colômbia se condenou a hostilidade da Casa Branca, enquanto no México se realizou o XXV Encontro nacional de solidariedade com Cuba.

Na Ilha, indica a Prensa Latina, houve caravanas nas províncias de Las Tunas, Guantánamo, Villa Clara e no município especial Isla da Juventud, uma regata nas águas da Baía de Havana e, a nível nacional, realizou-se um «tuìtaço» contra o bloqueio.

Movimentos solidários como o Projecto Pontes de Amor, o Canal Europa por Cuba, Unblock Cuba, entre outros, sublinharam que não vão cessar as actividades de denúncia até que acabe a agressão norte-americana.

Além da convocatória para 30 de Maio, já se preparam acções para Junho, mês em que será apresentado na Assembleia Geral das Nações Unidas o projecto de resolução de Cuba contra o cerco de Washington.

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Referiu também que há hoje mais interesse que nunca pelo socialismo nos EUA, «porque as pessoas vivem o capitalismo, porque temos mais de 40 milhões de famílias que estão à beira de perder a sua casa por não a poder pagar nesta situação decorrente da Covid-19».

«No entanto, o magnata Jeff Bezos, director executivo da Amazon, como mais uns quantos, obteve lucros de 48 mil milhões de dólares, tirando vantagens da maior crise da nossa história», acrescentou.

Gloria La Riva deslocou-se a Havana também para ser homenageada pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), que ontem lhe atribuiu uma distinção pela «defesa incansável dos direitos humanos, lealdade e solidariedade com Cuba».

La Riva foi coordenadora do Comité Nacional pela Libertação dos Cinco antiterroristas cubanos que, durante longos anos, cumpriram injustamente penas de prisão nos Estados Unidos.

Fernando González, presidente do ICAP, sublinhou que La Riva não cessou a sua actividade após o triunfo da libertação e do regresso a casa dos cinco heróis cubanos, tendo continuado a lutar em defesa da Revolução cubana e da bolivariana, na Venezuela.

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Na quarta-feira, o Grupo de Amizade e Solidariedade com o Povo de Cuba no PE emitiu um comunicado em que lamenta a inclusão, na sessão plenária, de «um debate estéril» sobre a situação política e os direitos humanos na maior das ilhas Antilhas.

De igual forma, o texto lamenta que o debate com o alto representante da UE para os Assuntos Externos, Josep Borrell, se tenha centrado noutras questões que não a do levantamento do bloqueio imposto por Washington ao país caribenho e o impacto negativo dessa política na vida dos cubanos.

Ainda na quinta-feira, a Comissão de Relações Externas da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba rejeitou a resolução referida, tendo apontado, numa declaração publicada no portal do Parlamento cubano, que a adopção desse texto retira credibilidade à instituição do chamado velho continente e reflecte os dois pesos e duas medidas na sua forma de actuar em relação ao país caribenho.

Não existe intenção alguma de cooperar ou dialogar, refere o texto citado pela Prensa Latina, acrescentando que essa forma de agir é «desrespeitosa», uma vez que Cuba é um Estado livre, independente e soberano.

Condenando de forma enérgica a resolução, refere ainda que o PE ficou refém de um pequeno grupo que tem ligações com organizações radicadas em Miami financiadas pela administração norte-americana.

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Por seu lado, o director de Assuntos Bilaterais do Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros, Emilio Lozada, sublinhou o carácter intervencionista da declaração, acrescentando que, «lamentavelmente, faz eco de uma brutal campanha político-comunicacional para desestabilizar Cuba», informa a Prensa Latina.

«Essas acções são geradas por laboratórios mediáticos de Miami, nos Estados Unidos, com financiamento governamental», disse, instando o diplomata europeu a condenar o vandalismo e as acções violentas que resultaram desses incitamentos.

«Antes de fazer juízos de valor sobre a situação interna em Cuba, a UE devia primeiro tratar de resolver as violações de direitos humanos que ocorrem nos seus próprios estados-membros», disse Lozada, que pediu à EU que «avalie com objectividade o desenvolvimento real dos acontecimentos em Cuba, onde prevalece a tranquilidade e o funcionamento das instituições».

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