«Recorrendo a todos os apoios que tínhamos ao nosso alcance, na tentativa de termos um papel activo e construtivo face à situação que vivíamos e continuamos a viver», a segunda edição deste festival alargou o âmbito da sua oferta cultural, que se concretizou na realização de dois concertos inteiramente gratuitos, ao ar livre, no Largo de Santa Marinha na Graça, em Lisboa, no último fim-de-semana.
Pedro Moreira Ensemble, com a apresentação do seu novo disco Two Maybe More e acompanhado por oito saxofones, bateria e contrabaixo, e o trio de Paula Sousa, que recentemente editou o disco À Espera do Futuro, foram os nomes escolhidos para encher de som a Graça.
Já o fim-de-semana «nuclear», de 15, 16 e 17 de Outubro, a realizar no salão d'A Voz do Operário, às 21h, vai arrancar com um concerto da Orquestra de Jazz de Matosinhos, com o pianista João Paulo Esteves da Silva, num projecto que remonta a 2011.
O concerto do Trio de Mário Laginha com a cantora Maria João, no sábado, dia 16, e a apresentação do Duplex de Ricardo Toscano e João Barradas, no domingo, dia 17, coloca em contraste dois dos mais relevantes nomes do Jazz português com dois dos mais significativos músicos de Jazz da nova geração.
No que toca à programação infantil, foi também convidada Isabel Rato e o seu quinteto para apresentar um concerto pedagógico sobre o Jazz, às 11h do dia 17, «e ainda a Orquestra Gerajazz, com Eduardo Lála ao comando, que nasce no seio da Orquestra Geração, projecto centrado na acção e desenvolvimento social através da música» (também às 11h, mas no dia anterior, 16). Este projecto é inspirado no Sistema de Orquestras Infantiles e Juveniles dinamizado na Venezuela e que tem o mérito de ter retirado da pobreza e da precariedade milhares de crianças e jovens..
«Fruto de uma situação dramática, que deixou todo o sector da Cultura em Portugal num estado lastimável», foi também a situação pandémica que permitiu à Clave na Mão, empresa de agenciamento de artistas que procura desonerar os seus artistas de todas as tarefas de promoção e produção a que muitos estão sujeitos, roubando-lhes, consequentemente o «tempo necessário para a actividade criativa». Numa parceria com A Voz do Operário, cumpre-se, assim, o sonho de realizar um festival de Jazz em Lisboa. Inclusivo, acessível e de qualidade.
Os bilhetes podem ser adquiridos presencialmente, n'A Voz do Operário.
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