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Na defesa das pegadas de dinossauro de Ourém–Torres Novas

Petição pública, dinamizada pelo professor António Galopim de Carvalho, exige a criação de um projecto científico, pedagógico, lúdico e turístico para as pegadas de Ourém–Torres Novas.

O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáuro de Ourém–Torres Novas contém cerca 400 pegadas de grandes saurópodes, muitas delas bem conservadas e organizadas em 20 trilhos. 
Créditos / DR

Situado no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios de Ourém–Torres Novas contém um importante espólio fóssil do período Jurássico, incluindo pegadas dinossauros saurópodes, alguns dos maiores seres vivos que alguma vez existiram no planeta.

A petição, que pretende alcançar as 7500 assinaturas necessárias para a levar à discussão na Assembleia da República, solicita a criação de «um projecto para este espaço, envolvendo, em especial, as componentes científica, pedagógica, lúdica e turística de superior qualidade, a nível internacional».

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Pegada de dinossauro com 154 milhões de anos descoberta na Figueira da Foz

O fóssil considerado pelos especialistas como «excepcional» foi encontrado por mero acaso, na sequência de trabalhos de movimentação de terras na encosta sul da Serra da Boa Viagem.

Fóssil de pegada de dinossauro com 154 milhões de anos descoberto na encosta sul da serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, 15 Julho 2021
CréditosJosé Luís Sousa / Agência Lusa

A pedra com o fóssil de 35 centímetros nela encastrado foi descoberta junto à estrada anexa ao terreno, e chegou ao conhecimento dos geólogos por Eduardo Leitão.

Vanda Faria dos Santos, investigadora do Departamento de Geologia (Instituto D. Luiz) da Universidade de Lisboa e especialista em pegadas de dinossauro, sublinha o «reconhecimento» da comunidade científica para com quem encontrou o fóssil, uma vez que «não foi egoísta e teve interesse em partilhá-lo e torná-lo público».

Os proprietários do terreno não se opuseram à presença dos investigadores e ao transporte da pedra para o Museu Municipal da Figueira da Foz, onde, em breve, estará em exposição.

Sobre a pegada fossilizada, onde são visíveis três garras, Vanda Santos observa que «o facto de ser bastante mais comprida do que larga, leva a pensar num [dinossauro] carnívoro», do período do Jurássico Superior.

Na altura, há 154 milhões de anos, o que hoje é a encosta da serra da Boa Viagem virada para a Figueira da Foz, seria, segundo os especialistas, os meandros de cursos de água que atravessavam aquele local, o delta de um rio com vários canais, por onde os dinossauros se passeavam junto às margens.

Questionado pela Lusa sobre a zona em causa, o geólogo Pedro Callapez, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra (UC), explica que então «só existia um bocadito do Atlântico Norte», oceano que se começou a formar há 215 milhões de anos.

O geólogo da UC, que é mestre em Geociências e doutorado em Paleontologia, aponta o fóssil «singular, que não se encontra todos os dias» da pegada de dinossauro, destacando-lhe a relevância científica, patrimonial, lúdico-turística e educativa.

A pegada agora encontrada sucede a várias outras descobertas naquela região, nomeadamente identificadas na zona do Cabo Mondego, para onde está prevista a constituição do chamado Geopark do Atlântico.

Vanda Santos recorda o trabalho «pioneiro», ali desenvolvido, no final do século XIX e início do século XX, por Jacinto Pedro Gomes, que permitiu que os fósseis encontrados fossem colocados no Museu Geológico de Lisboa, situação que a autarquia da Figueira da Foz pretende ver revertida.


Com agência Lusa

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Nas suas redes sociais, o professor António Galopim de Carvalho, professor jubilado e director emérito do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, realça a «raridade e o significado geológico e paleontológico desta jazida do Jurássico, com cerca 275 milhões de anos».

São «cerca de 400 pegadas de grandes saurópodes, muitas delas bem conservadas e organizadas em 20 trilhos, tendo dois deles mais de 140 metros. A estas excepcionais características, acresce «a grandiosidade e espectacularidade da jazida, no topo de uma única camada de calcário com 62 500 m2 de superfície».

Consideram os subscritores que aquela zona dispõe de uma extensa área envolvente, susceptível de «comportar diversos equipamentos complementares». «Na posse de um património com tais potencialidades, Portugal pode e deve dar-lhe o tratamento que se impõe». A petição recolheu, até ao momento, 2900 assinaturas.

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