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Milhares manifestam-se em França em defesa do aumento dos salários

«Aumentem os salários, não a miséria» foi uma das palavras de ordem que, esta quinta-feira, se fizeram ouvir em cerca de 200 manifestações em território francês, contra a perda de poder de compra.

De acordo com a CGT, mais de 250 mil pessoas participaram na jornada de mobilização de 29 de Setembro 
Créditos / CGT

O aumento dos salários e das pensões, a necessidade de fazer frente à perda de poder de compra dos trabalhadores, a denúncia do aumento da idade da reforma foram algumas razões que levaram mais de 250 mil trabalhadores para as ruas, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que convocou a jornada de luta em conjunto com os sindicatos FSU e Solidaires, e com organizações da juventude.

Na manifestação de Paris, que contou com a participação de 40 mil trabalhadores, de acordo com os organizadores, o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, disse que se trata de «um primeiro aviso ao governo e ao patronato para que se envolvam rapidamente em negociações salariais», refere o portal ouest-france.fr, tendo acrescentado que, «se a concertação procurada pelo executivo é para nos dizer que é preciso trabalhar mais anos, ela não durará muito».

A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, anunciou que pretende realizar uma consulta aos agentes políticos e sociais sobre a reforma, com o propósito de ter um texto elaborado antes do fim do Inverno.

Tanto a CGT como outros sindicatos já se posicionaram frontalmente contra o aumento da idade da reforma para os 65 anos.

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França: aumenta o custo de vida mas salários e pensões continuam «estagnados»

Quatro sindicatos e várias organizações de estudantes convocaram uma jornada de mobilização nacional para 27 de Janeiro, por aumentos salariais, a defesa do emprego e a melhoria das condições de vida.

Mais de 350 mil trabalhadores manifestaram-se em França na jornada de greve de 19 de Março
Dia 27 de Janeiro, é hora de todos se mobilizarem, defende a CGT (imagem de arquivo) Créditos / cgt.fr

Num comunicado conjunto divulgado no passado dia 5, afirma-se que é «urgente e indispensável» a acção organizada, com recurso a greves e manifestações, para alcançar aumentos imediatos em todos os salários, do público e do privado, nos subsídios aos jovens em formação e nas pensões dos reformados.

Confederação Geral do Trabalho (CGT), Força Operária (FO), Federação Sindical Unitária (FSU), Solidaires e organizações de estudantes Unef, Fidl e MNL mostram-se insatisfeitas com o actual panorama e afirmam que «não vão parar».

«Ninguém pode ignorar o contexto social e económico, as subidas dos preços dos bens de primeira necessidade, da energia e da alimentação e, em última instância, do custo de vida para todos, jovens, trabalhadores, pessoas à procura de emprego e reformados», sublinham no texto, acessível no portal da CGT.

Cartaz da jornada de mobilização nacional agendada para 27 de Janeiro / CGT

Já os salários, as pensões, as ajudas e subsídios continuam estagnados ou a diminuir em relação à inflação, denunciam, acrescentando que, se, em certos sectores e empresas, as mobilizações e negociações permitiram alcançar a valorização salarial, «demasiadas vezes as negociações estão estancadas ou as propostas do patronato ficam longe das exigências».

O comunicado denuncia a degradação das condições de emprego, bem como a precariedade e a pobreza que os jovens enfrentam, agudizada pela crise sanitária e pelas reformas liberais da Educação implementadas pelo governo de Macron.

Também alerta para a situação dos pensionistas e reformados, que se mobilizam de forma massiva e continuam a aguardar pela resposta à exigência de valorização imediata das suas pensões.

É neste contexto que sindicatos e organizações de estudantes apoiam as acções e mobilizações agendadas para as próximas semanas e apelam à participação na jornada de mobilização de dia 27, pelo aumento dos salários, a defesa do emprego e a melhoria das condições de trabalho e de vida.

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Nos cartazes, nas faixas e nas palavras de ordem, foi vincada a necessidade de fazer frente ao aumento da inflação e à perda de poder de compra por via do aumento dos salários.

Murielle Guilbert, co-delegada-geral do Solidaires, destacou o carácter «urgente» da questão dos salários, que «se está a tornar vital para muita gente».

Vários representantes políticos, como Fabien Roussel (PCF), Mathilde Panot (França Insubmissa) ou Olivier Faure (PS) participaram na manifestação que teve lugar Paris. Jean-Luc Mélenchon, ex-candidato à Presidência do país pela França Insubmissa, esteve presente em Marselha.

Avançar com opções diferentes das do enriquecimento do capital

No seu portal, a CGT destaca a forte adesão à greve, esta quinta-feira, em vários sectores de actividade, algo que já previa tendo em conta «as lutas travadas em muitos sectores, durante meses, em torno da questão dos salários».

Ao fazerem greve, «os trabalhadores mostraram a sua determinação para serem ouvidos pelo governo e pelo patronato, exigindo uma distribuição justa da riqueza criada pelo seu trabalho», afirma a central sindical numa nota de imprensa a propósito da jornada de luta.

Com o protesto de ontem, os trabalhadores mostraram a vontade de «impor outras opções diferentes das que consistem em enriquecer o capital, sem nunca ouvirem dizer que são os trabalhadores que fazem a economia do país».

«São essas escolhas ultra-liberais que estão a impulsionar partidos de extrema-direita, como na Itália ou na Suécia», alerta a CGT.

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