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EDP aplica multas aos salários dos trabalhadores alvo de reclamações

A Fiequimetal/CGTP-IN reitera que nenhuma empresa tem o direito a «tirar dinheiro dos salários dos trabalhadores». Greve nas lojas e call centers da EDP, 10 de Março, exige salário igual para trabalho igual.

Trabalhadores da EDP, e ao serviço da empresa, exigem o aumento dos salários e a valorização das carreiras. Lisboa, 6 de Abril de 2020 
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A greve de 24 horas, 10 de Março, a realizar nas lojas da EDP (EDP Comercial, SU e E-Redes) e nos centros de contacto (call centers) de empresas do grupo foi convocada, refere a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN), em comunicado enviado ao AbrilAbril, «contra a precariedade e por um emprego com direitos».

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Grupo EDP prefere cometer ilegalidades a responder aos trabalhadores

Nos últimos seis anos, a EDP acumulou lucros de cerca de 6,7 mil milhões de euros. Mesmo assim, a administração da empresa ignorou a reivindicação de um aumento salarial imediato de apenas 150 euros.

Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo da EDP 
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

«A reivindicação de mais 150 euros no salário de cada trabalhador é mais do que justa, para fazer face ao aumento da inflação que, entretanto, já atingiu 10,1 por cento». Em comunicado, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN) afirma que «o aumento do salário é condição essencial para que haja um mínimo de justiça na distribuição da riqueza criada».

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Trabalhadores da EDP reivindicam 150 euros de aumento

A Comissão Intersindical da EDP entregou na empresa uma proposta de revisão imediata das tabelas salariais, reivindicando 150 euros de aumento para todos os trabalhadores das empresas do Grupo.

Logotipo da EDP (foto de arquivo)
CréditosAntónio Cotrim / LUSA

Na fundamentação económica da proposta, «salienta-se que esta é realista e a sua aceitação está ao alcance da situação económica do Grupo EDP», considerando os resultados de 2021, nomeadamente «os 1104 milhões de euros de lucro líquido, os 750 milhões de euros de dividendos distribuídos aos accionistas e os quase 11 milhões de euros pagos aos dez membros do conselho de administração».

As estruturas sindicais sublinham, por um lado, que a proposta de 150 euros de aumento salarial representa pouco mais de 14 milhões de euros e, por outro, que nos últimos seis anos a EDP acumulou «lucros no montante de 6682 milhões de euros». Só no primeiro semestre deste ano os lucros líquidos da EDP «aumentaram 22,7% em relação a igual período de 2021».

A Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (FIEQUIMETAL/CGTP-IN) chama a atenção para o facto de «os excelentes resultados financeiros dos últimos anos não se terem reflectido na qualidade de vida e nas condições de trabalho dos trabalhadores.

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A reivindicação de aumentos salariais, entregue há um mês pela Comissão Intersindical da EDP (sindicatos SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte), foi completamente ignorada pela administração da EDP, que «não respondeu no prazo legal» à reivindicação apresentada a 12 de Outubro.

O Grupo EDP, que se recusa sequer a reconhecer os seus próprios trabalhadores, «tem vindo a apresentar lucros cada vez maiores», denuncai a Fiequimetal: «nos primeiros nove meses deste ano, já atingiu a bonita soma de 968 milhões de euros (resultado atribuível e interesses não controláveis), um aumento de 35,2 por cento, em relação ao mesmo período de 2021».

«A administração, que afirma ser a EDP uma empresa de referência e “top employer” [empregador de topo], tem de passar das palavras bonitas aos actos e valorizar o seu capital mais importante, os trabalhadores».

A federação sindical «não deixará de exigir o respeito pela negociação colectiva, um direito inscrito na Constituição da República Portuguesa». Mantendo-se esta postura anti-negocial, que insulta a dignidade de quem trabalha, por parte da administração, os sindicatos da CGTP-IN comprometem-se, dentro em breve, a entrar em contacto com os trabalhadores, «para decidir acções a desenvolver» no futuro.

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«Se as tarefas e responsabilidades são iguais, devem ser iguais os salários e os direitos dos trabalhadores» contratados pelo Grupo EDP a empresas pretadoras de serviços temporários. O que a empresa faz é preencher necessidades efectivas com trabalhadores temporários, pagando-lhes muito menos.

Para além do «aumento geral dos salários e direitos, equiparando-os aos praticados pelas empresas que recorrem à externalização de operações essenciais para a sua actividade», os trabalhadores estão em luta «contra a pressão sobre os postos de trabalho para efectuar vendas por objectivos, tempos de atendimento, etc...», assim como pela melhoria da «qualidade de serviço e condições de trabalho».

No mesmo dia da greve, 10 de Março, está convocada uma concentração junto à sede da EDP, em Lisboa (Av. 24 de Julho), com início às 11h.

Empresa não tem o «direito» de aplicar multas, descontando o salário, a quem seja alvo de reclamações

Em comunicado conjunto, da Fiequimetal e dos sindicatos SIESI, SITE NORTE e SITE CRSA, denunciam as «multas» que o Grupo EDP pretende aplicar: podem chegar aos «500 euros para o trabalhador no caso de reclamação do cliente, para além das advertências e outras consequências».

«A empresa não pode tirar dinheiro dos salários dos trabalhadores e, muito menos, acusar e sancionar fora do quadro da Lei», alertam os sindicatos do sector, afectos à CGTP: «Ninguém deve assinar algo sem nos consultar, bem como no caso de serem tentadas formas de pressão ou intimidação».

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