A mobilização desta terça-feira antecede as greves convocadas pelas organizações sindicais para os dias 4, 11 e 12 de Outubro na província basca. A uma semana da primeira jornada de greve, os sindicatos instaram a associação patronal a participar, «de uma vez por todas», na mesa de negociação, com vista à renovação do convénio sectorial, caducado desde 2020.
Também desafiaram o patronato a apresentar «algo digno, que possam levar em consideração», denunciando que, até agora, «a Associação da Hotelaria da Biscaia tem tido uma atitude completamente irresponsável».
Neste sentido, lamentam que, apesar da importante participação nas jornadas de greve realizadas em Junho, a associação patronal permaneça ancorada ao «imobilismo» e continue «a fazer ouvidos moucos às reivindicações do sector».
«Querem continuar a empobrecer-nos», afirmaram, sublinhando que «não vão deixar» que tal aconteça e que «a luta é o único caminho», tendo em conta que as últimas reuniões da mesa negocial ocorreram em Fevereiro.
Nova fase de luta
Com a concentração de ontem, os sindicatos afirmaram ter iniciado uma nova etapa de mobilização e luta, que se vai centrar nas unidades hoteleiras e nas colectividades biscainhas – também integradas no convénio sectorial da hotelaria.
A este respeito, explicaram que as colectividades são um sector com grande precariedade, em que a maioria dos trabalhadores são mulheres, com contratos precários e trabalho a tempo parcial, e com cargas de trabalho pesadas.
Um Verão de «casa cheia» para o patronato, mas de aumentos zero e instabilidade para os trabalhadores
Em relação aos hotéis, os representantes sindicais lembraram que «os dados deste Verão dos hotéis biscainhos foram impressionantes», com «uma ocupação total, a bater recordes e a ultrapassar números anteriores à pandemia».
«No entanto, os trabalhadores da Hotelaria da Biscaia não têm aumentos salariais desde 2020», denunciam também num comunicado conjunto, em que alertam para a subida do custo de vida e para o recurso frequente aos ERTE [expedientes de regulação temporária de emprego], que «implicam grande instabilidade» para os trabalhadores, que passam meses «a trabalhar sem horário».
«As empresas do sector aumentaram as suas margens de lucro à custa dos trabalhadores», denunciam, sublinhando que, organizados, os trabalhadores não vão permitir o «atropelo» aos seus direitos.
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