«Todos os dias, o futuro dos jovens trabalhadores/as encontra-se em constante incerteza, confrontados com a precariedade dos contratos a prazo, dos recibos verdes, dos períodos experimentais, da desregulação de horários, baixos salários e das empresas de trabalho temporário/outsourcing». Uma realidade que, segunda afirma o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav/CGTP-IN), abriu caminho a que mais jovens trabalhadores se encontrassem sem trabalho e num contexto de exploração cada vez mais acentuada.
A Reditus, empresa que faz a gestão do Call Center da Segurança Social de Castelo Branco, entrou outros abusos, impede os trabalhadores de usar as casas de banho. Denúncia do Sinttav/CGTP levou à intervenção da ACT. Existem duas facetas no negócio da Reditus: se por um lado «fornece soluções e serviços para o sector empresarial», por outro, a empresa estabelece um conjunto significativo de práticas predatórias e repressoras contra os trabalhadores, um serviço completo para qualquer patronato que queira concessionar o seu serviço. Face a uma greve iminente de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, o Grupo Reditus viu-se obrigado a ceder, tendo já pago na totalidade os três meses de salários e subsídios de refeição em dívida. Os trabalhadores tinham decidido em plenário avançar com uma paralisação de 24 horas, marcada para hoje, como forma de exigir da empresa os pagamentos em atraso, entre os quais vários salários e subsídios, em alguns casos num total de três meses. Porém, face à contestação e à ameaça de greve, o grupo Reditus acabou por ceder, tendo realizado esta manhã todos os pagamentos que tinha em dívida para com os trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) anunciou hoje a desmobilização do piquete de greve, que estava marcado para as 8h, junto às instalações da empresa em Lisboa. «Este resultado foi prova de que o grupo Reditus tem capital para pagar os salários a tempo e horas. Só com a mobilização dos trabalhadores para a greve prevista é que o mesmo foi forçado a cumprir com as suas obrigações», anunciou o CESP. De acordo com o sindicato, a situação arrastava-se há vários meses, com o grupo Reditus a insistir que no mês seguinte os pagamentos seriam feitos, apesar de «ter capitais próprios positivos de 32,6 milhões de euros», tendo ainda feito conversas com os trabalhadores no sentido de «pedirem empréstimos à empresa caso estejam muito aflitos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Mais de 150 trabalhadores do Call Center da Segurança Social de Castelo Branco, gerido pela Reditus, são impedidos de usar a casa de banho, vêem as folhas de ponto ser alteradas pela empresa e os subsídios de férias pagos em duodécimos. Após intervenção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav/CGTP-IN) e uma greve realizada no passado dia 13 de Novembro, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) deu «razão aos trabalhadores»: as práticas da Reditus são «ilegais». Se se mantiver o impedimento de ida ao WC e as ameaças de falta injustificada, o sindicato, em comunicado, garante que «irá tomar novas medidas» para pôr termo à repressão patronal neste local de trabalho. Esta centena e meia de trabalhadores não está sozinha: na última acção de luta estiveram presentes representantes de vários sindicatos da CGTP-IN (assim como elementos da sua comissão executiva) e representantes do BE e do PCP. Está convocado um plenário para o dia 4 de Dezembro. O tempo dispendido no plenário «é justificado e remunerado, conta como tempo efetivo de trabalho sem qualquer penalização». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores tinham razão: ACT define práticas da Reditus como «ilegais»
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Trabalhadores forçam Reditus a pagar salários em atraso
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«A precariedade constitui a antecâmara do desemprego». Estabelecendo a precariedade entre os trabalhadores dos call centers, é possível, às empresas, aplicar os salários mais baixos, rejeitar qualquer noção de progressão na carreira, enfraquecer a protecção social no presente e no futuro. No fundo, fazer de uma maior pobreza laboral, um projecto económico.
Para dia 27 de Março, dia em que se realizará a Manifestação Nacional de Jovens Trabalhadores (às 15h, em Lisboa, no Rossio, e à mesma hora em Gaia, junto ao El Corte Inglés), o Sinttav convocou greve para dezenas de empresas de call centers, permitindo que os jovens trabalhadores deste sector se juntem às manifestações populares por melhores salários e condições de vida.
Estão abrangidos por esta convocatória os trabalhadores da Adecco Prestação de Serviços, Adecco Recursos Humanos, Armatis lc Atlantic S.A, ARMATIS LC PORTUGAL, COMPANEO, Concentrix, Emprecede, ETCP, Foundever Portugal, GIHR - HR Services & Selection, GIZZ LDA, THE BRIDGE EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO, SYNCHRO - SERVIÇOS EM OUTSOURCING, HEADING - Recursos Humanos, Intelcia Portugal Inshore, Kelly Services - Gestão de Processos, Kelly Services, KNOWER PROJECTS, Luso - temp - (Grupo L-Talenter), Majorel Portugal, Manpower Portugal, Manpower Talent Based Outsourcing, Mobile World - Comunicações, Multipessoal - Empresa de Trabalho Temporário, Multitempo, My Phone - Serviços Globais de Comunicação, Nossa Fibra, Planet People, Proezahercúlea Comércio de Equip. de Telecom., Randstad II - Prestação de Serviços, Randstad Recursos Humanos, Reditus; RH Mais - Org. e Gestão de Rec. Humanos, RH PORTUGAL - Cons. Invest. Humanos, Sector Interactivo, SUI GEST, TALENTER - Trabalho Temporário, Techinfor, TELCA - Telecom. e Soluções Quatro, Teleperformance Portugal, Tempo Team - Recursos Humanos, TLCI -Soluções Integradas de Telecomunicações, Totemic Limited, Vertente Humana.
«Só depende dos trabalhadores que produzem a riqueza, mudar esta realidade. E será com a luta que mudaremos!», reitera o Sinttav. No próximo dia 27 de Março, «a luta está na rua com coragem e confiança porque é possível uma vida melhor para quem trabalha».
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