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Auchan prometeu não despedir, mas está a extinguir postos de trabalho

No início do ano, a Auchan comprou a Dia Portugal/Minipreço e a incerteza sobre o futuro cresceu entre os trabalhadores. Ao CESP, o patronato garantiu que não haveria despedimentos, mas o sindicato soube que a empresa está a extinguir postos de trabalho. 

Créditos / Hipersuper

Foi no início do ano que a Auchan comprou a Dia Portugal/Minipreço por 100 milhões de euros. Com a aquisição, os franceses da Auchan alargam o portefólio de 100 para 583 supermercados em Portugal e passam a contar com 30 gasolineiras, quatro armazéns e uma loja digital. 

Dada a compra, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), procurou saber o que significava o negócio para a vida dos trabalhadores da  Dia Portugal/Minipreço. A administração deu várias certezas ao CESP, garantindo que não haveria despedimentos. Contudo, o Sindicato soube que a Auchan está a tentar chegar a acordo com alguns dos trabalhadores mais antigos na empresa e a extinguir os postos de trabalho daqueles que recusam o acordo.

Tendo isto em conta, em comunicado, o CESP afirma que «nenhum trabalhador pode ser pressionado para sair da empresa» e que «o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos está previsto na Constituição da República Portuguesa». 

A questão da fusão entre as duas empresas não fica, no entanto, por aqui. O CESP diz saber que a administração da Auchan quer aplicar a política salarial existente na sua empresa a todos os trabalhadores. Com isto, o patronato procura fazer tábua rasa aos direitos que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores da Dia, nomeadamente no que diz respeito à valorização das carreiras profissionais e a antiguidade.

De acordo com o sindicato, os trabalhadores da Dia conquistaram uma tabela interna que, estando longe das necessidades dos trabalhadores, garante essa valorização independente de avaliações ou critérios arbitrários.

Além destes aspectos, o CESP diz ainda ter conhecimento que as empresas Auchan Retail e Energy estão a entregar contratos individuais de trabalho com pluralidade aos seus trabalhadores e que no seguimento de acordos feitos com trabalhadores dos postos de combustível, agora a Auchan tenta empurrar trabalhadores das lojas para as gasolineiras.

O comunicado da estrutura sindical reitera que todos os trabalhadores têm de se manter unidos contra as tentativas de retirar direitos.

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