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Uma greve de todos NOS

Trabalhadores dos call centers Manpower, Randstad, Synchro e The Bridge (Egor), RhmaiS, prestadores de serviço para a NOS, estarão em greve intermitente durante todo o mês de Agosto.

CréditosTiago Henrique Marques / Agência LUSA

Começou à meia-noite de hoje, 1 de Agosto, e segue até às 2h de 1 de Setembro, mais uma etapa na luta dos trabalhadores da NOS/WOO. A gigante das telecomunicações e as demais empresas, que a ela prestam serviço de call center, têm recusado qualquer tipo de negociações de um Caderno Reivindicativo (CA) com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN).

O documento com as exigências dos trabalhadores foi entregue em Novembro de 2023 e até o momento apenas a Randstad se prontificou a dialogar com a estrutura sindical. Entretanto, não se chegou a um acordo. Num comunicado, o sindicato defende que a justificação usada pela empresa para o insucesso negocial é a mesma «cassete do choradinho» de sempre, são os «efeitos da pandemia, a crise inflacionária, o mercado difícil, a concorrência agressiva», e destacam que o mais importante para a empresa é apenas «manter os clientes e no final de cada mês pagar certinho».

O que não passa despercebido aos trabalhadores é o facto da NOS/WOO ter arrecadado um lucro de 148, 6 milhões de euros apenas no primeiro semestre deste ano. E o que também sabem é que são eles «os verdadeiros cúmplices da produção da riqueza», «enfrentando todo o tipo de dificuldades, pressões, insultos».

Os trabalhadores dos call centers vivem «sem profissão reconhecida, com horários desregulados, contratos com duração incerta e tratados como objectos descartáveis», afirma o SINTTAV que também destaca a táctica para «enganar os trabalhadores». Mantém-se também o salário mínimo com a promessa do bónus, a remuneração variável que tem como objectivo «acelerar o ritmo de trabalho». No final, à mercê de algum requisito desconhecido que não foi cumprido, ficam sem receber a prometida compensação.

A luta tornou-se inevitável na NOS/WOO e nos call centers. A greve intermitente foi a forma de luta tomada para esse momento, mas a estrutura sindical não descarta outras formas para o futuro caso as empresas não cedam às reivindicações.

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