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MURPI. Não digam que o País não tem recursos para responder à chaga da pobreza

No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, reformados, pensionistas e idosos saíram à rua para reclamar um aumento geral das reformas em 5%, num mínimo de 70 euros. 

CréditosPatricia de Melo Moreira / AFP

«Não nos digam que o País não consegue ter recursos para responder a esta verdadeira chaga social», disse Isabel Gomes, presidente da direção do MURPI (Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos), após a jornada nacional de protesto de reformados, pensionistas e idosos, esta quinta-feira, em Lisboa. 

Com esta «caminhada-mostra associativa», a confederação exigiu que se passe das palavras aos actos, esperando, desde logo, que a discussão do Orçamento do Estado, na Assembleia da República, «não seja mais uma oportunidade perdida nas medidas que o MURPI propõe que sejam adoptadas para o ano de 2025».

A organização não tem dúvidas de que o combate à pobreza e ao empobrecimento se faz com uma mais justa distribuição da riqueza e  com a actualização dos valores das pensões, exigindo um aumento de 5% de todas as pensões, num mínimo de  70 euros para as mais baixas, a partir de Janeiro de 2025.

Sobre os apoios pontuais em Outubro, reformados e pensionistas insistem que o Governo de Luís Montenegro devia ter feito antes um aumento extraordinário capaz de repor o poder de compra perdido ao longo dos últimos anos, «e que não foi conseguido com o aumento de Janeiro deste ano decidido pelo governo anterior». «Porque não fazem incidir este aumento pontual no valor da reforma que em Dezembro vai servir de referência para o aumento em 2025?», propôs Isabel Gomes. 

«O custo de vida aumenta, foram descongeladas as rendas de habitações, aumentadas as despesas com a saúde, com o pagamento de comissões bancárias, mantendo-se a espiral de pobreza e de empobrecimento dos reformados», a maioria dos quais, denunciou a dirigente, tem de ajudar os filhos «a braços com a precariedade laboral, com os baixos salários, com elevadas rendas e montantes dos empréstimos das suas casas».

Convicto de que irá continuar a lutar, no quadro do Orçamento e fora dele, por maior justiça social, melhores salários e pensões, o MURPI reafirma a necessidade de, entre outras medidas, ampliar o apoio às associações de reformados, pensionistas e idosos, com novas linhas de financiamento às actividades de convívio e fruição saudável dos tempos livres. Mas aumentar também as verbas por valência no âmbito dos acordos de cooperação. A isenção do IVA e o alargamento dos apoios às obras das instalações dos centros de convívio, centros de dia e lares são outras das reivindicações. 

«As medidas que propomos abrangem centenas de associações, milhares de utentes dos serviços de apoio e outros tantos milhares de sócios e de outros reformados, pensionistas e idosos que têm nestas associações uma importante expressão do associativismo dos reformados», salientou a dirigente.

Os participantes na marcha aprovaram vários documentos por unanimidade, nomeadamente uma moção a exigir o fim do massacre em Gaza. 

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