O anúncio foi feito este domingo, na sequência dos ataques em grande escala, levados a cabo por forças militares dos EUA e do Reino Unido, contra vários pontos da capital, Saná, e contra as províncias de Sa'ada, Dhamar, Hajjah e al-Bayda.
De acordo com o Ministério iemenita da Saúde, pelo menos 31 pessoas foram mortas e 101 ficaram feridas como resultado dos ataques aéreos e navais, que começaram no sábado e se prolongaram pela madrugada de domingo.
Entretanto, o número de vítimas reportado já ultrapassa a centena e meia, depois de a coligação EUA-Reino Unido ter lançado uma nova onda de ataques ontem à noite.
Num comunicado a que a PressTV faz referência, o Conselho Supremo Político do Iémen sublinha que atingir civis é uma evidência do falhanço de Washington e que esta agressão não vai impedir os iemenitas de apoiar Gaza mas vai fazer escalar as tensões.
«O Iémen continua empenhado em apoiar e auxiliar a Palestina, e as operações navais vão continuar até que o bloqueio a Gaza seja levantado e a ajuda humanitária seja permitida», afirma o documento, no qual se promete responder aos agressores de forma «profissional e dolorosa».
O ataque militar conjunto britânico-norte-americano teve lugar poucos dias depois de as Forças Armadas Iemenitas terem anunciado que iriam retomar as operações de retaliação contra navios ligados a Israel no Mar Vermelho, Estreito de Bab al-Mandab, Golfo de Adém e Mar Arábico, em virtude do bloqueio israelita à Faixa de Gaza.
Nas redes sociais, o presidente dos EUA, Donald Trump disse que os ataques aéreos dos «nossos bravos guerreiros» contra «bases, líderes e defesas dos terroristas» estavam a ter lugar para «proteger os activos marítimos, aéreos e navais americanos e restaurar a liberdade de navegação».
Incentivo para que Israel mantenha o cerco a Gaza
A isto, um porta-voz do movimento Huti Ansarullah respondeu que se trata de uma «falsa» premissa, «para enganar a opinião pública internacional», sublinhando que a campanha do Iémen se limita aos navios israelitas – até que a ajuda humanitária possa entrar em Gaza.
«Os ataques aéreos dos EUA ao Iémen são uma agressão flagrante contra um Estado independente e um incentivo para que a entidade inimiga israelita continue o seu cerco injusto a Gaza», disse Mohammed Abdul Salam, citado pela PressTV.
Os ataques perpetrados pelas potências ocidentais no sábado à noite são os primeiros a atingir o Iémen desde que entrou em vigor o cessar-fogo na Faixa de Gaza, a 19 de Janeiro último, e têm lugar pouco depois de a administração norte-americana ter voltado a incluir o movimento Huti Ansarullah na lista de organizações terroristas estrangeiras.
O apoio do Iémen à Palestina durante a ofensiva sionista a Gaza foi constante e, em virtude disso, Washington e Londres lançaram, em Janeiro de 2024, uma guerra ilegal contra o país – na sequência da agressão iniciada em Março de 2015, em que ambos os países tiveram amplo envolvimento. Desde então, o mais pobre dos países árabes foi alvo de centenas de ataques aéreos.
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